Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
140 - Maré - Nossa História de Amor (2007), de Lucia Murat *1/2
Importante cineasta brasileira, Lucia Murat foi presa - por mais de três anos - e torturada durante a ditadura militar. Em seu melhor filme até hoje, Que Bom Te Ver Viva (1989), trouxe à tona a dor de mulheres que como ela sofreram tortura no mesmo período, em filme que mistura ficção e documentário. De lá para cá vem fazendo filmes sérios e sempre com forte carga política - Doces Poderes (1996), Brava Gente Brasileira (2000), Quase Dois Irmãos (2004). Em Maré - Nossa História de Amor ela trouxe a história central de Romeu e Julieta, de Shakespeare, para a favela carioca. Aqui, Vinicius D´Black é Jonathan/Romeu, e Cristina Lago é Analídia/Julieta, moradores da Maré e pertencentes de facções inimigas, já que o pai da moça comanda o tráfego de uma parte da favela da cadeia, e o irmão do moço comanda o tráfico in loco da outra parte. O único lugar em que os namorados encontram certa paz é na academia de dança contemporânea que fica no meio das duas forças e é comandada por Marisa Orth, a professora do asfalto que sobe o morro para tocar esse projeto social. Só que impedidos de viver o amor, eles farão de tudo, e com a ajuda da professora, para ficarem juntos. A forma como Lucia Murat, com roteiro dela e de Paulo Lins, encontrou para contar essa história foi realizando um musical como tantos outros, em que os personagens fazem piruetas pelas ruas e mandam mensagens pelas letras das músicas que cantam, mas com uma diferença crucial: toda a estética vem do morro em que vivem. Daí, há muito espaço para funk, rap, e noitadas em que sacolejam cachorras e marmanjos em meio a bandidos empunhando metralhadoras e fuzis. A trama, inclusive, é toda marcada por três cantores de rap que comentam os desdobramentos da história. O problema da dança contemporânea é que, quase sempre, ela fica velha rapidinho, daí muitas coreografias apresentadas vão perdendo força a cada revisão, ao contrário dos números de funk que continuam pulsantes. Os atores jovens do elenco seguram as pontas, mas quem quase rouba a cena é Anjo Lopes, como Anjo, um dos soldados do tráfego. Maré - Nossa História de Amor se assemelha a Antonia (2006), de Tata Amaral, pois ambos oferecem uma outra visão das favelas, principalmente ressaltando a riqueza musical dessa geografia conturbada e alvo de tantos preconceitos. Mas ainda assim, Lucia Murat não foi muito feliz nesse filme, que cai demais em revisão. Exibido em vários festivais mundo a fora, como Berlim, Cannes, Guadalajara, Toulouse, Shangai, Los Angeles e Oslo - Prêmio Especial do Júri de Melhor Ator no Festival do Rio 2007 para Babu Santana como o chefe do tráfico Dudu, Melhor Música no Festival de Havana, e Prêmio Especial do Júri na Bélgica.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
140 - Maré - Nossa História de Amor (2007), de Lucia Murat *1/2
Importante cineasta brasileira, Lucia Murat foi presa - por mais de três anos - e torturada durante a ditadura militar. Em seu melhor filme até hoje, Que Bom Te Ver Viva (1989), trouxe à tona a dor de mulheres que como ela sofreram tortura no mesmo período, em filme que mistura ficção e documentário. De lá para cá vem fazendo filmes sérios e sempre com forte carga política - Doces Poderes (1996), Brava Gente Brasileira (2000), Quase Dois Irmãos (2004). Em Maré - Nossa História de Amor ela trouxe a história central de Romeu e Julieta, de Shakespeare, para a favela carioca. Aqui, Vinicius D´Black é Jonathan/Romeu, e Cristina Lago é Analídia/Julieta, moradores da Maré e pertencentes de facções inimigas, já que o pai da moça comanda o tráfego de uma parte da favela da cadeia, e o irmão do moço comanda o tráfico in loco da outra parte. O único lugar em que os namorados encontram certa paz é na academia de dança contemporânea que fica no meio das duas forças e é comandada por Marisa Orth, a professora do asfalto que sobe o morro para tocar esse projeto social. Só que impedidos de viver o amor, eles farão de tudo, e com a ajuda da professora, para ficarem juntos. A forma como Lucia Murat, com roteiro dela e de Paulo Lins, encontrou para contar essa história foi realizando um musical como tantos outros, em que os personagens fazem piruetas pelas ruas e mandam mensagens pelas letras das músicas que cantam, mas com uma diferença crucial: toda a estética vem do morro em que vivem. Daí, há muito espaço para funk, rap, e noitadas em que sacolejam cachorras e marmanjos em meio a bandidos empunhando metralhadoras e fuzis. A trama, inclusive, é toda marcada por três cantores de rap que comentam os desdobramentos da história. O problema da dança contemporânea é que, quase sempre, ela fica velha rapidinho, daí muitas coreografias apresentadas vão perdendo força a cada revisão, ao contrário dos números de funk que continuam pulsantes. Os atores jovens do elenco seguram as pontas, mas quem quase rouba a cena é Anjo Lopes, como Anjo, um dos soldados do tráfego. Maré - Nossa História de Amor se assemelha a Antonia (2006), de Tata Amaral, pois ambos oferecem uma outra visão das favelas, principalmente ressaltando a riqueza musical dessa geografia conturbada e alvo de tantos preconceitos. Mas ainda assim, Lucia Murat não foi muito feliz nesse filme, que cai demais em revisão. Exibido em vários festivais mundo a fora, como Berlim, Cannes, Guadalajara, Toulouse, Shangai, Los Angeles e Oslo - Prêmio Especial do Júri de Melhor Ator no Festival do Rio 2007 para Babu Santana como o chefe do tráfico Dudu, Melhor Música no Festival de Havana, e Prêmio Especial do Júri na Bélgica.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
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