sábado, 7 de novembro de 2009

anselmo duarte


O ator e diretor Anselmo Duarte morreu na madrugada desse sábado, dia 7 de outrubro de 2009.

Ator querido de filmes como Tico Tico no Fubá (1952), de Adolfo Celi; Sinhá Moça (1953), de Tom Payne e Oswaldo Sampaio; O Caso dos Irmãos Naves (1967), de Luiz Sérgio Person; e Juventude e Ternura (1968), de Aurélio Teixeira.

Também como ator, adoro Arara Vermelha (1975), de Tom Payne, com elenco poderoso - Anselmo, Odete Lara, Milton Ribeiro e Aurélio Teixeira.

Anselmo Duarte é também extraordinário cineasta - e o verbo fica no presente porque eternizado nas telas.

O Pagador de Promessas (162), única Palma de Ouro em Cannes para o cinema brasileiro, dispensa apresentações. É ótimo e clássico absoluto.

E adoro também sua estreia como cineasta, Absolutamente Certo (1957), e mais o Vereda da Salvação (1965).

Certa vez, fiz um pefil da Glória Menezes no meu site, o Mulheres do Cinema Brasileiro, e tasquei lá que O Pagador de Promessas tinha sido o único filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, o segundo mais importante festival do mundo.

Pronto!

Não bastou muito para receber um email raivoso me chamando de, no mínimo, desinformado ou alienado cultural, já que Cannes É o mais importante festival.

Claro que dei toda a razão, consertei meu erro absurdo, e troquei alguns emails com quem me escreveu.

Só mais tarde o emissário se identificou dizendo que era Ricardo Duarte, filho do cineasta e diretor do Instituto Anselmo Duarte, em Salto, São Paulo.

Agradeci a ele a correção e reclamei um pouquinho do tom virulento do email dele, no que ele também se desculpou, mas explicou, e cheio de razão, que estava cansado da forma com o cinema do seu pai era muitas vezes atacado e desmerecido em certos meios.

Mal-entendido desfeito, dias depois tive a honra e a felicidade de receber o email abaixo, para sempre em destaque lá no site:

Prezado Adilson,

Fiquei muito satisfeito em folhear as páginas do seu excelente site "Mulheres do Cinema Brasileiro". São iniciativas desta grandeza que enobrecem o trabalho dos profissionais de cinema e estimulam os novos talentos a se dedicarem ao aperfeiçoamento do nosso cinema. Resgatar a memória dessas valentes damas que povoaram os sonhos de tantas gerações com pesquisa séria e desinteressada faz de você um exemplo a ser imitado.

Receba o meu aplauso, a minha admiração e a minha gratidão.

Anselmo Duarte
Cineasta
18 de janeiro de 2006


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Descanse em paz Anselmo, patrimônio do cinema brasileiro.
21/abril/1920 - 7/novembro/2009



longas brasileiros em 2009 (32)


Longas brasileiros assistidos ou revistos em 2009 no cinema, em DVD e na televisão.

237 - As Deusas (1972), de Walter Hugo Khouri *****

238 - Proezas de Satanás na Vila de Leva-e-Tráz (1967), de Paulo Gil Soares *****

239 - O Quarto (Foto - 1968), de Rubem Biáfora *****

240 - Um Homem sem Importância (1971), de Alberto Salvá *****

241 - Edu, Coração de Ouro (1968), de Domingos Oliveira ****

242 - Flor do Desejo (1984), de Guilherme de Almeida Prado ***

243 - Meu Nome É Dindi (2006), de Bruno Safadi ***

244 - Essas Deliciosas Mulheres (1979), de Ary Fernandes ***

245 - Jeitosa - Um Assunto Muito Particular (1984), de Nello Rossi ***

246 - Conceição - Autor Bom É Autor Morto (2006), de André Sampaio, Cynthia Sims, Daniel Caetano, Guilherme Sarmiento, Samantha Ribeiro **

247 - Alô, Alô Terezinha (2009), de Nelson Hoineff **

248 - Mulher Tentação (1982), de Ody Fraga **

249 - A Pequena Órfã (1973), de Clery Cunha *


Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

serie deusas (87)


Liza Minnelli.





Nu!!!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

serie grandes comediantes (8)


Amacio Mazzaropi.





Deuses do riso.

a zeropéia


Já falei por aqui que sou fã de Regina Souza, uma das maiores cantoras de BH.

E já falei também que ela é uma talentosa atriz, integrante da Cia Burlantis, que sempre realiza espetáculos musicais e que também é formada pelos músicos Maurício Tizumba e Marina Machado.

Pois bem, eles têm um musical delicioso chamado A Zeropéia, direção de Paula Manata, e agora estão relançando o CD - que veio antes da peça - que agora sai pela Biscoitinho, selo infantil da Biscoito Fino.

(Regina Souza acabou de relançar seu CD Outonos pela Biscoito Fino).

Esse é mais um projeto capitaneado por Regina, que é sobrinha dos Souza - Betinho, Henfil e Chico Mário - e que já produziu CD em homenagem a Chico Mário e outros para a campanha Natal Sem Fome.

A Zeropéia é adaptado do livro de Herbert de Souza, o Betinho - que faria 74 anos no último dia 3.

O lançamento em BH é no dia 7 de novembro na Traquitana.
E no Rio de Janeiro no dia 8 de novembro na Livraria Argumento.

Zeropéia é sinônimo de lançamento de qualidade para o universo infantil, como também são os discos do Palavra Encantada e de Adriana Partinpim.

serie grandes cineastas (18)


Joaquim Pedro de Andrade.





Patrimônio nacional.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

alô alô terezinha


Não gosto de ler críticas antes de ver filme, pois prefiro assistir primeiro sem o mínimo de referências externas possíveis.

Depois, claro, gosto de ler o que já se falou sobre aquele filme.

No caso de Alô, Alô, Terezinha!, já sabia das polêmicas. Como os que dizem que o diretor Nelson Hoineff tinha privilegiado uma abordagem mundo-cão.

Assisti ao filme e fiquei decepcionado.

É lógico que o cineasta, que também é jornalista - é o criador do ótimo Programa Documento Especial, que está sendo reprisado pelo Canal Brasil - tem o recorte dele.

E o filme de Hoineff prefere fazer uma panorâmica sobre aqueles que participaram do universo dos programas do Chacrinha - sobretudo as chacretes e os calouros.

Compreendo que mesmo esse recorte seria interessante, mas não foi o que aconteceu no resultado.

O melhor é ver as chacretes que povoaram a infância de muita gente - eu, inclusive.

As minhas preferidas eram a India Potira - que está no filme - e a Ivone - que é só mencionada em uma foto.

Só que me desagrada a forma como ele mostra algumas dessas chacretes, completamente despida de afeto.

Ora, documentário feito por jornalista não tem que ser amoroso, dirão muitos.

Mas no caso das Chacretes, rainhas que povoaram e povoam o imaginário popular eu acho que merecia ser sim.

E o filme de Nelson Hoineff parece estar mais interessado se elas faziam programa ou não, e com que cantores famosos dormiram (o Notas Musicais também acha isso) - por exemplo, o depoimento de uma delas sobre o amor por um homossexual é exposição e invasão de privacidade completamente desnecessárias.

Resgatar alguns calouros é ótima idéia, mas também não gosto como eles são apresentados.

Fui espectador assíduo dos programas do Chacrinha, principalmente na fase Tupi, em que eram exibidos a Discoteca do Chacrinha e a Buzina do Chacrinha. Depois, quando foi para a Globo, juntou os dois programas no Cassino do Chacrinha.

Por isso, as chacretes da Tupi são as que estão mais no meu imaginário, como India Potira, Ivone, Angélica, Valderez, Verinha do Flamengo, Lucinha Apache, Fátima Boa Viagem.

Rita Cadillac era da fase Tupi ou Globo? Não me lembro.

Muitas delas tinham musiquinhas que o Velho Guerreiro gostava de cantar e que ficavam coladas na gente, como:

Angélica, meu mundo é você.

ou

Quem dançar com a Walderez uma vez fica freguês.

Abelardo Barbosa, o Chacrinha, fazia o melhor programa de auditório do país - em outro estilo, só Sìlvio Santos era, e continua sendo, o melhor animador ao lado dele.

ADENDO

Que absurdo! Citei Chacrinha e Sílvio Santos e já ia me esquecendo de ressaltar Bolinha, que adorava! Para mim, ninguém entendia e refletia a alma popular em seus programas de auditório como esses três.

Gênios.

serie grandes damas da tv (32)


Ruth de Souza.





Salve Salve!

domingo, 1 de novembro de 2009

o balaio de elba


Nessa semana assisti ao novo show de Elba Ramalho, divulgação de seu novo CD, Balaio do Amor, com repertório de xotes e baiões e que marca seus 30 anos de carreira.

O show foi ótimo, com Elba cantando músicas do disco, praticamente de canções inéditas no sul, mas algumas conhecidas no nordeste, mesclada a grandes sucessos de carreira- e tudo era tão bom, que mesmo as desconhecidas pareciam clássicos de seu repertório.

Elba também abriu espaço para pedidos do público, e aí quando atendeu cantando Voa Voa Passarinho, fez graça dizendo que era a primeira música de seu primeiro disco. E como muitos dos pedidos eram de músicas de Geraldo Azevedo, brincou dizendo que o show tinha virado outro.

Cantou também no repertório do show Chão de Giz, de Zé Ramalho - o que, fora ele próprio - com méritos também para Cássia Eller - ninguém canta suas músicas tão bem como Elba. Versão matadoura.

Elba Ramalho encantou a platéia e fiquei lembrando quando, na década de 90, a Folha de S. Paulo fez um especial em seu caderno Mais sobre as cantoras mais importantes da música brasileira atuando naquele momento - e foram mais de 20 - e deixou Elba de fora.

Ela ficou ressentida e disse isso publicamente, que ela não existia para a Folha, que a Folha ignorava o seu canto.

Na época concordei com Elba Ramalho e fiz coro com sua revolta.

Assistindo ao seu estupendo show, como foi também o do ano passado, Qual o assunto que mais lhe interessa?, só pude confirmar isso mais uma vez.

Touca da Folha e um erro histórico.