terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Zingu! de dezembro no ar




A Zingu! 51 está no ar.

Na edição, um dossiê, dois especiais, e as tradicionais colunas.

Cineasta e montador, Jair Correia (foto) é o dossiê do mês, com entrevista, críticas de filmes e filmografia.

Os especiais são dois: Jece Valadão Cineasta; e o temático A Aids no Cinema Brasileiro.

No primeiro, texto introdutório, críticas de 8 filmes e filmografia.

No segundo, artigo exclusivo do pesquisador Carlos Alberto de Carvalho, texto introdutório e críticas de 8 filmes.

Já nas colunas: liberdade e preconceito; o cineasta e crítico Paulo Agusto Gomes; Os Saltimbancos em Se Nada Mais Der Certo, de José Belmonte; e as musas Claudia Magno e Liza Vieira.

Tudo aqui:


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Zingu! 50 no ar






A edição 50 da Zingu! está no ar.

E traz dois grandes atores populares para o centro da cena:

- Toni Cardi e Wilza Carla.

Ele é galã dos filmes rurais, dos faroestes.

Ela é ícone no imaginário popular brasileiro e fez filmes com os mais diferentes cineastas.

Toni Cardi é o dossiê do mês, e Wilza Carla o especial.

E, claro, tem as colunas: nudez das atrizes, festival de música, geração dos anos 80, e as musas Brigitte Bardot e Fátima Antunes.

Tudo aqui:

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Zingu! 5 anos




A Zingu! comemora 5 anos com um dossiê duplo especialíssimo: O Autor e a Musa - Walter Hugo Khouri e Lilian Lemmertz.


Ele pelos 82 anos de nascimento; ela pelos 25 anos de morte.


Conseguimos levantar um material bacana, com críticas de todos os filmes do Khouri e de 20 dos 22 da Lilian. Além de entrevistas, depoimento, textos especiais e filmografias.


Tem também, claro, as colunas tradicionais, com muito artigo interessante.


Enfim, vale a pena dar uma olhada lá




terça-feira, 23 de agosto de 2011

zingu! 48 no ar




A Zingu! 48 está no ar.


Nesta edição, a revista está bem gordinha:


- Dossiê Ênio Gonçalves: uma homenagem aos 70 anos deste importante ator com longa entrevista, mais textos sobre 23 filmes, depoimento do cineasta Carlos Reichenbach, e filmografia;


- Especial Rodolfo Arena: já são 31 anos sem o talento desse grande ator. No especial, perfil, textos sobre 10 filmes de sua carreira, entrevista com Mário vaz Filho, e filmografia;


- Entrevista especial com Hernani Heffner - professor, pesquisador, restaurador e consevador de filmes na segunda e última parte de sua entrevista;


- Artigo: texto sobre As Meninas, de Emiliano Ribeiro, cineasta que nos deixou recentemente;


- Colunas: a censura em A Serbian Film, o crítico e professor Rafael Ciccarini, a música em A Dama do Lotação, À Meia-noite Levarei sua Alma, e as musas Mae West, Anna Ammirati e ydia de Paula.



E mais o anúncio oficial de dois novos e queridos redatores fixos na Zingu!: Edu Jancz e Ailton Monteiro.





quarta-feira, 13 de julho de 2011

zingu! de julho no ar



A Zingu 47, edição de julho, já está no ar.

Muitas atrações:

- dossiê com Tony de Souza (foto), cineasta surgido na Boca do Lixo com sete filmes no curriculo, mas todos eles praticamente inéditos - dois, inclusive, desaparecidos. Tem entrevista, filmes comentados e filmografia;

- entrevista especial com o professor, pesquisador, restaurador e conservador de filmes, Hernani Heffner;

- artigos reflexivos sobre datas comemoradas recentemente - dia do cinema brasileiro, dia da primeira exibição de cinema no país, e dia da imprensa;

- e as colunas: as influências sobre o público, uma reposta para uma pergunta complexa, o uso inesperado da música em filme de Eduardo Coutinho, e as musas Isabel Sarli, Fernanda de Jesus e Juliana Baroni.


Tudo aqui:


terça-feira, 21 de junho de 2011

20 mil pessoas na 6a Cineop




























A 6a Cineop encerrou programação na noite de ontem contabilizando público geral, segundo a assessoria de imprensa da Mostra, de cerca de 20 mil pessoas - foram 77 filmes, entre curtas, médias e longas, mais debates, seminários, encontros, lançamentos de livros, oficinas, exposição e shows.

Ontem foi a vez de conferir médias e curtas, dentre eles O Doce Segredo de Bárbara, de Paulo Augusto Gomes, e também o Cine-Concerto.

Gostei muito do curta de Gomes, sobretudo pelo foco em uma das mais talentosas atrizes mineiras: a hoje radicada em São Paulo, Yara de Novaes.


O filme, na verdade, teve inicio há mais de 20 anos.

Na época foi interrompido, e só agora concluído pela parceria de Paulo Augusto Gomes e o casal Fábio Carvalho e Isabel Lacerda - ele como produtor e fotógrafo, e ela como montadora nas filmagens atuais.

A trupe encontrou resultado interessante ao fazer um metafilme, intercalando imagens da época e novas filmagens com uma Yara 20 e tantos anos depois inquirindo a escritora do livro em que o filme foi baseado e também o próprio cineasta.

Yara de Novaes é esplendorosa, e aqui é filmada em muito de suas potencialidades.

Ótimo retorno ao set de Paulo Augusto Gomes, diretor do inesquecível Idolatrada (1983), um dos pontos altos da cinematografia mineira.


E ótimas presenças de Fábio e Isabel, na fotografia e montagem desse O Doce Segredo de Bárbara.




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Já o Cine-Concerto valeu, sobretudo, pela oportunidade de assistir no telão filmes de cineastas pioneiras, até então apenas lidas por esse escriba: as francesas Alice Guy-Blaché e Germaine Dulac; e a alemã Lotte Reiniger.


Foto Cine-Concerto: Leo Lara



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Mias informações:
http://www.cineop.com.br/

segunda-feira, 20 de junho de 2011

longas, médias e curtas na 6ª Cineop






Ontem, penúltimo dia da 6ª Cineop, foi hora de abandonar os debates e centrar fogo na exibição de filmes.


Como não poderia deixar de ser, o grande destaque foi Rico Ri à Toa, de Roberto Farias, em cópia estalando de nova.


Na apresentação, o cineasta alertou à plateia para o tom ingênuo filme, que arrastou multidões em seu lançamento.


Citou Belo Horizonte, dizendo que ele estreou na capital mineira no Cine Brasil - um dos maiores cinemas do país, que depois de tempos fechados, está prestes a virar centro cultural - e fez público de 10 mil pessoas em um só final de semana(ou domingo).


Daí, convidou o público a se transportar para o clima dos anos 50, mais especificamente 1957.



Nem foi preciso, de cara Rico à Toa seduziu a platéia, que se divertiu, sobretudo, com Zé Trindade, o protagonista ao lado de Violeta Ferraz.



Aliás, pouco registrado pela literatura cinematográfica pelo tamanho gigante de seu talento, Trindade finalmente vai encontrar o foco merecido, pois o professor Afrânio Catani disse na mesa de debate de sábado, que está escrevendo livro, em parceria, sobre o grande comediante.


Rico Ri á Toa sobreviveu, e muito bem, ao tempo, e ainda hoje, mais de meio século depois, mantém o frescor.



Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.




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O filme exibido na sequência no Cine Vila Rica foi O Corte do Alfaiate, documentário dirigido por João Castelo Branco Machado, cineasta de curitiba.


O doc focaliza o ofício tradicional dando voz a alguns alfaiates de Curitiba, que falam sobre o universo deles: história, família, dificuldades da profissão.


O Corte do Alfaiate se detém sobre objeto interessante, mas o resultado do filme não fica à altura do mostrado.


Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.




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As exibições da noite no Cine Vila Rica - e esse escriba entrou na sala às 18h20 e saiu à meia-noite - se encerraram com Série 6 de curtas, reunindo filmes de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais.


Sessão irregular, os melhores momentos foram Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro - que já conhecia; Magnífica Desolação, documentário de Fernando Coimbra que impressiona pelas imagens; e Filme Pornografizme, de Leo Pyrata, que na palavras divertidas do querido amigo cineasta, associou Godard e Galante.




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Na programação de hoje, destaque para a exibição do curta O Doce Segredo de Bárbara, do cineasta e amigo Paulo Augusto Gomes, e a cerimônia de encerramento com o Cine-Concerto Le Rendez vous du sam´di soir - série 3 sobre as pioneiras do cinema francês.


Programação completa aqui:


domingo, 19 de junho de 2011

cinema carioca e cinema baiano na 6ª Cineop
















Mais um dia de conferir debate na programação da 6ª Cineop. E eles são muitos, o que é uma ótima oportunidade para aprofundar conhecimentos de temas que permeiam esta edição.

A Chanchada no contexto dos anos 50 reuniu os professores e pesuisadores Afrânio Catani, Maurício Reinaldo Gonçalves e Sheila Schvarzman, em mesa mediada pelo crítico Sérgio Alpendre.

Se as chanchadas foram motivo de escárnio para boa parte da crítica e de intelectuais em sua época, esse panorama mudou bastante nas últimas décadas.

Daí, há hoje, felizmente, a circulação de muitas informações sobre este período do cinema popular carioca e seus personagens.

Daí também que nem sempre uma mesa de discussão sobre o assunto proporciona um avanço nessa rota.

A mesa foi muito bem conduzida por Alpendre, mas os melhores momento foram o de certo "enfrentamento" entre plateia e mesa.

E a plateia era qualificadíssima, ainda que reduzida, com a presença de nomes como Antonio Leão, Máximo Barro, Inácio Araújo, Oscar Maron e vários jornalistas.

Coube a Luiz Henrique Severiano Ribeiro, superintende do grupo Severiano, e Máximo Barro, montador de vários filmes da Atlântida, esses momentos de embate.

Luiz Henrique fez várias intervenções, e numa delas reclamou do termo "precário" utilizado por compenentes da mesa ao se referir à Atlântida, que o estudio disponibilizava de equipamentos modernos.

Scheila rebateu dizendo que não é o que a literatura conta, citou o montador Mauro Alice - que ela biografou na Coleção Aplauso -, que testemunhou essa precariedade quando foi trabalhar na Atlântida.

Com a insistência de Severiano, disse que os arquivos têm que ser abertos - e ele respondeu que já estão, na Cinemateca -, e que novas leituras terão que ser feitas.


Maximo Barro, que quase virou mais um componente da mesa, pois suas falas foram muitas e longas, ressaltou que é preciso pensar na Atlântida em dois momentos: a do surgimento, quando fundada por José Carlos Burle e parceiros, e a de 1946 em diante, quando a Severiano se torna um dos proprietários.

Mas não foi só aí que Máximo pontuou, contou histórias sobre Burle, Moacyr Fenelon, Muniz Vianna, Watson Macedo e muitos outros personagens.

Maximo se estendeu muitas vezes, limitando um pouco a participação de outros componentes da plateia, mas o que dizia era tão interessante que parecia ser difícil para Alpendre interrompê-lo.


A mesa de ontem foi daqueles que não dependem exclusivamente de seus componentes, mas que encontra uma plateia pulsante e com o que falar.

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Como a década focalizada desta 6ª Cineop é a de 50, com atenção paras as chanchadas, isso não impediu a curadoria de programar um filme contemporâneo ao cinema carioca, só que feito na Bahia e com temática completamente diversa.

Estou falando de Redenção, do GRANDE cineasta baiano Roberto Pires.

Realizado em 1959, Redenção foi o primeiro longa de ficção do cinema baiano, que com seus 57 minutos é apresentado como média na programação, mas é um longa na medição da época, segundo Petrus Pires, filho do cineasta presente na exibição.

Redenção sempre foi filme que esse escriba sonhava em assistir, e a oportunidade ontem realmente foi única, que foi assisti-lo pela primeira vez e em telão.

Protagonizado por Geraldo Del Rey e Braga Neto, o filme coloca em cena o encontro entre um psicopata e dois amigos - um deles em liberdade condicional, e o outro namorado de Maria Caldas, vítima do malucão - em breve comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

A história é bem contada, mas o que chama atenção mesmo é o domínio de cena do cineasta, e, sobretudo, suas inovações técnicas: Redenção foi filmado em cinemascope, em lente criada por Pires.

Roberto Pires tem filmografia impactante, com títulos como A Grande Feira, Tocaia no Asfalto e a Máscara da Traição.

É cineasta de ponta, ainda que pouco reverenciado em sua magnitude.

Petrus está a frente de projeto de restauração de toda a obra do pai, o que é grande notícia.


Redenção já foi restaurado -cópia que assistimos ontem - e segundo Petrus era filme dado como desaparecido, até descobrir uma única cópia em 16mm.

Foto: Petrus Pires - Filme Redenção

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Na programação deste domingo:


- Cortejo da Arte, que reúne várias modalidades artísticas em caminhada pelas ruas de Ouro Preto;
- lançamento de livros, dentre eles: o Dicionário de Fotógrafos e o Dicionários de Astros e Estrelas, do pesquisador, e amigo, Antonio Leão; e Cachoeira de Filmes - O Cinema Humberto Mauro, do pesquisador, e também grande amigo, Ataídes Braga.

- Além dos longas, exibição de várias sessões de curtas, dentre eles Filme Pornografizme, de Leo Pyrata.

Toda a programação está aqui:

sábado, 18 de junho de 2011

debate, filme, show na 6ª cineop




"Quando comecei, a única coisa que sabia sobre cinema é que ele não começava com s". Foi assim que Carlos Manga começou sua fala no debate Carlos Manga, um Olhar Paródico, que tematizou sua carreira.



Claro que já foi, de cara, provocando risos na platéia, fato comum em sua presença espirituosa e cheia de energia e carisma nesta 6ª Cineop.

Em mesa ainda formada pelso cineastas Roberto Farias e Oscar Maron Filho, mais Luiz Henrique Severiano Ribeiro, o debate foi mediado por João Luiz Vieira.

Vieira é ótimo, mas sua atuação não foi tão estimulando como é sempre, e quase coube só mesmo a Carlos Manga os melhores momentos do encontro.

Seja quando discorreu sobre sua vida e como começou a carreira - em pouco tempo, já conhecendo as diferentes lentes de cinema -, seja relembrando filmes e personagens.

A menção a Oscarito é muito presente, que ele elenca ao lado dos grandes do mundo, como Chaplin e Tati, e sempre carregado de emoção.

Indagado sobre a produção atual do cinema brasileiro, Manga diz que reconhece a excelência técnica, mas sente falta do rosto brasileiro nesses filmes.

É claro que é um tema complexo, e o verso do poeta, "o Brasil não conhece o Brasil", poderia se aplicar à produção atual?

Bom, é tema para refletir.

O que é histórico é que lá nas chanchadas, quando o Rio era a capital federal, era aquela face que pontuava esse tal "rosto" nacional, e, parece, que o público, ou boa parte dele, se via refletido.

E o que é fundalmente histórico, é que aquela face teve nos desenhos de Manga, Macedo, Burle, Ramos, e tantos outros, projetada nas telas ficou eternizada em cinema popular iressistível e delicioso, mesmo passado mais de meio século.

Foto: Pedro Silveira

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À noite, em meio ao foco dos anos 50, tema desta edição da Cineop com as chanchadas e Carlos Manga, foi a vez de assistir a um filme contemporâneo: Malditos Cartunistas.

Dirigido por Daniel Garcia e Daniel Paiva, o filme é uma produção da caríoca Cavídeo.

Malditos Cartunistas é o tipo de documentário que se sustenta, quase exclusivamente, pela força de seus personagens.

E a fauna ali reunida é poderosa, com nomes como Jaguar, Ziraldo, Laerte, Angeli, Nanny, Adão, Silberman, Maurício de Souza.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

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Depois da programação toda, foi a vez de conferir a atração musical da noite: Orquestra Mineira de Brega.



Decepção total, em um programa que prometia.


O que se viu ali foi o que comumente se vê quando moços e moças voltam seus olhos - e no caso, mal canto - sobre o repertório popular de forma engraçadinha, sem a mínima compreensão sobre aquele recorte.

Boa parte do público parece ter se divertido, já eu não consegui ficar nem meia-hora.

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Na programação de hoje, daqui a pouco, duas ótimas opções:

- exibição de Redenção, de Roberto Pires, no Cine Vila Rica, filme que sempre quis ver.
- exibição de Nem Sansão Nem Dalila, de Manga, em plena praça.


Programação completa aqui:

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Carlos Manga reina na 6ª Cineop





























Muito bom humor na abertura da 6ª Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto, ontem à noite no belo Cine Vila Rica.


E esse humor afiado esteve presente não só no que parece ter virado tradicional, e ótimo, programa de rádio, presente nas aberturas das última edições, mas principalmente pela "performance" do genial diretor de cinema popular, Carlos Manga.

Como se sabe, esta edição tem como tema a Chanchada nos anos 50, momento luminoso do cinema popular carioca. E a homenagem é para Carlos Manga, que está aqui na cidade, com a filha, esposa e parceiros, como Luiz Henrique Severiano Ribeiro, superintendente do grupo que fez história na Atlântida - um dos donos - ao lado de uma galeria de astros, estrelas, cineastas, técnicos, e, claro, filmes inesquecíveis.

Um deles, foi exibido ontem: O Homem do Sputinik (1959), de Manga. Foi emocionante assistir ao delicioso filme, que só cresce em revisão, tendo Manga ali ao lado, três fileiras a frente.

Ele, claro, não ficou durante toda a exibição, mas desde que entrou no palco do Cine Vila Rica, roubou as atenções imediatas, não só do público que lotou o cinema, mas também de nós, imprensa, pesquisadores e amantes das chanhadas.


Manga entrou no cinema puxado em cadeira, já que há grande declive, e aos 83 anos, a locomoção não é tão mais fácil. Mas entrou em grande estilo, cantarolando "Teresa da Praia", que tocava no programa de rádio, nas vozes míticas de Lucio Alves e Dick Farney.


Mas a emoção e a graça viria mesmo ao subir ao palco para receber a homenagem.


Na abertura da cerimônia, reviveu-se alguns momentos das chanchadas com atores, muito bem comandados pela atriz Rose Brant, a apresentadora da noite. Dentre esses momentos, inclusive, a recriação de cena clássica de O Homem do Sputnik, em que Norma Bengell, impagável como a fracesa B.B., seduz um Oscarito subindo pelas paredes de tanta tentação. A cena rolava na tela sem som, e os atores recriavam no palco com as falas, canto e gestos.


E foi numa dessas recriações que Carlos Manga mostrou a verve deliciosa que imprimiu em seus filmes, interagindo de forma não preparada com os atores, arrancando gargallhadas contínuas da platéia.


O cineasta Roberto Farias, que também tinha subido ao palco para a homenagem, protagonizou outro momento marcante, com sincero depoimento de homenagem ao mestre.


Hoje à tarde haverá debate sobre a obra de Manga, contando com a presença dele, Roberto Farias, Luiz Henrique Severiano Ribeiro e também com o cineasta Oscar Maron Filho, em conversa mediada pelo pesquisador e professor João Luiz Vieira.


É encontro para não se perder de jeito nenhum.


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Foto 1 - Leo Lara
Foto 2 - Victor Schwaner
Foto 3 - Pedro Silveira

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Ainda na programação de hoje, exibição de vários filmes, entre longas e médias, dentre eles outro clássico de Manga, Matar ou Correr, e a pre-estreia do documentário Malditos Cartunistas, dirigido por Daniel Garcia e Daniel Paiva - que arrasarm como DJs ontem de madrugada no Cine-Bar.



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Programação completa aqui:


quinta-feira, 16 de junho de 2011





De malas prontas para Ouro Preto, onde acontece até o dia 20 a 6a Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto.


O tema desta edição é Chanchada nos anos 50, e o grande homenageado é o genial Carlos Manga.

Nestes dias, uma programação intensa e gratuita, com exibição de longas, médias e curtas, mais seminários, debates e oficinas.

A Cineop tem como foco o resgate da memória e o cinema patrimônio, e a Universo Produção, realizadora da mostra, recebeu, muito justamente, o Prêmio Especial Preservação, da Academia Brasileira de Cinema, neste ano.



O Insensatez vai fazer a cobertura do que vai rolar por lá.

Fiquem de olho.


Toda a programação está aqui:

zingu! de junho no ar







Está no ar a edição número 46 da Zingu!, com muitas atrações.



Na segunda parte do dossiê sobre montadores, o veterano Gilberto Wagner (foto), com entrevistas, depoimentos e filmografia.


Já no especial Boca Pornô - 30 anos, os 30 anos de Coisas Eróticas e a entrada dos filmes de sexo explícito na Boca do Lixo. Nossa equipe e colaboradores mapearam 15 títulos dos cineastas mais expressivos do gênero na época.


E tem, claro, as colunas tradicionais, com reflexões, trilha sonora e musas de altíssimo quilate.



Está tudo aqui:
revistazingu.net

sábado, 21 de maio de 2011

zingu! de maio no ar









A Zingu! de maio está no ar.

Em foco, dois veteranos de trajetória importante na história do cinema brasileiro.

No dossiê do mês, o montador Luiz Elias - entrevistas, depoimentos e filmografia.

Já no especial, a atriz Liana Duval, falecida no mês passado - resenha de 10 filmes, artigo-perfil e filmografia.

E tem também, claro, as colunas tradicionais.

Veja aqui:
http://www.revistazingu.net/

segunda-feira, 2 de maio de 2011

longas brasileiros em 2011 (019)




Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

019 - Sexo, Sua Única Arma (1981) de Geraldo Vietri **1/2

Em Sexo, Sua Única Arma, Selma Egrei protagoniza seu segundo filme com o cineasta e novelista Geraldo Vietri, neste que é o último dele. Na trama, ela é Marta, uma mulher que chega como hóspede um tanto indesejada na casa de uma família e bota a vida de todos de perna para o ar. O filme começa com Marta em viagem de trem, em bela abertura ao som de canção-fetiche de Vietri. Ela é esperada na estação por Humberto - Serafim Gonzales, e aí ficamos sabendo que ela é cega. As informações são colocadas aos poucos, pois durante um bom tempo da narrativa não se sabe porque ela chegou àquela casa. A família de Humberto é formada ainda por sua esposa Angelina – Leonor Lambertini, que desde o início demonstra claramente seu desgosto com a chegada da hóspede. Angelina comanda a família com mão de ferro e gosta de humilhar a nora Judite – Geórgia Gomide e seu neto, por ambos serem judeus. Há ainda outra nora, Anita – Arlete Montenegro, que vive com o marido e o filho adolescente Bruno – Douglas Mazolla. Tem também Tiago - Ewerton de Castro, filho do casal que se tornou padre. Já no primeiro instante, Marta começa a seduzir todos os homens da casa, que ficam impactados com sua beleza e seu ar de mistério. Nem mesmo padre Tiago consegue fugir dos assédios de Marta, e é com o desenrolar da trama que vamos descobrindo a verdadeira identidade dela e seus reais motivos em estar na casa daquela família. A personagem de Selma Egrei é um misto do Terence Stamp de Teorema (1968), do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, que como um anjo chega em meio a uma família burguesa e seduz a todos, desestruturando cada um de uma maneira diferente. Aqui, em Sexo, Sua Única Arma, os motivos são bem diferentes, mas é impossível não se lembrar da trama de Pasolini. Se a direção de atores é ótima, o mesmo não pode ser dito do roteiro, um tanto apressado na condução da trama, e também uma mão um tanto pesada de Vietri na condução do filme como um todo. Talento extraordinário que ele possuía, como pode ser visto nos dois filmes imediatamente anteriores, o maravilhoso e surpreendente Os Imorais (1979), e Adultério Por Amor (1978). O grande destaque do elenco é sem dúvida Arlete Montenegro, que tem aqui uma de suas melhores interpretações no cinema, como a magoada e rejeitada Anita.

Comentários estendidos na Revista Zingu!

+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

longas brasileiros em 2011 (018)







Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

018 - Adultério por Amor (1978), de Geraldo Vietri ****

O encontro entre a musa Selma Egrei e o cineasta – também novelista veterano – Geraldo Vietri rendeu dois filmes: Adultério por Amor (1978); e o segundo na década seguinte, Sexo, Sua Única Arma (1981). Mas foi esse primeiro encontro dos dois nas telas, Adultério por Amor, o melhor momento da parceria. No filme, ela é a protagonista Natália, a jovem esposa de Guido - Luiz Carlos de Morais. O casal tinha tudo para ser feliz, mas o casamento está naufragando porque há três anos que espera um filho que nunca vem. Guido coloca a culpa em Natália, e cada dia fica mais distante e sem paciência com a rotina do casal. Receosa de que o casamento acabe, ela faz um exame e descobre que o marido é estéril. Sem coragem de contar para ele, Natália toma o caminho mais arriscado ao conhecer um jovem em uma cidade do interior mineiro – Ewerton de Castro. Adultério por Amor reúne mais uma vez Egrei e Castro, que já estiveram juntos em A Noite do Desejo (1973), de Fauzi Mansur, e que voltariam a se encontrar sob a direção de Geraldo Vietri em Sexo, Sua Única Arma (1981). Filme de interesse sempre crescente, Adultério por Amor é prova cabal do quanto o cineasta dirigia bem seus atores – não a toa sempre gostava de trabalhar com um elenco fixo. Vietri demonstra elegância na direção, nesse filme produzido por Cassiano Esteves. Para isso contou com a boa presença do elenco e também com a montagem do mestre Sylvio Renoldi e a fotografia de Antonio B. Thomé. Como sempre fez em suas novelas na televisão, aqui Vietri também tem presença total na feitura do filme, assinando além da direção, o argumento, o roteiro e a cenografia. Destaque também para a música de Caion Gadia.


Comentários estendidos na Revista Zingu!

+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie grandes damas da tv (99)




Dirce Migliaccio.



Salve Salve!

terça-feira, 26 de abril de 2011

zingu! de abril no ar



A Zingu! de abril já está disponível.

O dossiê do mês é sobre o cineasta, montador e crítico Inácio Araújo (foto).

Tem ótima entrevista, mais comentários sobre quase a totalidade de filmes em que Inácio está na ficha técnica.

Tem também o especial O Índio no Cinema Brasileiro, com produções de calibres diversos e que vão dos anos 1970 até os 2000.

E, claro, tem as colunas.

Tá tudo aqui:

http://www.revistazingu.net/


Boa leitura!

serie deusas (167)





Nancy Allen.






Nu!!!

sábado, 23 de abril de 2011

longas brasileiros em 2011 (017)



Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

017 - A Herança dos Devassos (1979) de Alfredo Sternheim - co-direção de César Cabral ****

A Herança do Devassos (1979) foi uma produção conturbada na carreira de Alfredo Sternheim. Co-produção Brasil/Argentina, o filme foi dirigido por César Cabral e Sternheim, sendo que os dois se desentenderam durante as filmagens. Confusões à parte, A Herança dos Devassos é filme belíssimo, com todo um clima doentio de perversão, incesto e sombras que circundam uma família disfuncional. Mais de uma vez Alfredo Sternheim já disse que Walter Hugo Khouri, com quem trabalhou em A Ilha (1961/63) e Noite Vazia (1964), foi sua verdadeira escola. Mas sempre faz questão de dizer também que seu cinema é bem diferente do mestre. Com certeza porque é mesmo, e também por causa de uma certa parte de uma crítica implicante, que o denominava um sub-Khouri no início da carreira. Só que nesse caso aqui é impossível não se lembrar do mestre, seja por causa da presença de Sandra Bréa e Roberto Maya, dupla dos inesquecíveis O Prisioneiro do Sexo (1979) e Convite ao Prazer (1980), seja pela forma como filma suas atrizes, Bréa e Elisabeth Hartmann, em imagens belíssimas – a direção de fotografia e a camera é do craque Antonio Meliande. A Herança dos Devassos tem como tema central a degradação de uma família aristocrática. Quando a matriarca morre, o casal de filhos, uma tia, e o mordomo recebem a visita da viúva de um primo, que vem para o velório e para a abertura do testamento. Inadvertidamente, essa prima Délia, interpretada por Sandra Bréa, envolve-se amorosamente com Rogério, vivido por Roberto Maya, um dos filhos da falecida. Esse fato despertará a ira de Laura, interpretada por Elisabeth Hartmann, que mantém uma relação quase incestuosa com o irmão. Délia acaba por descobrir os segredos e os fantasmas que rondam aquela família e aquela casa, e quando resolve ir embora se vê presa em uma teia que poder lhe custar a própria vida. O elenco, que conta ainda com Francisco Cúrcio, Claudette Joubert, Ricardo Dias, Mara Prado e Edward Freund, está sensacional. Mas é realmente no trio protagonista em perfeita sintonia, que esse A Herança dos Devassos encontra seu ponto alto.


Comentários estendidos na Revista Zingu!

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* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

longas brasileiros em 2011 (016)



Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

016- Corpos Quentes (1987), de Alfredo Sternheim ****

Corpos Quentes é dos filmes prediletos de Alfredo Sternheim da sua fase explícita. Não há como discordar do cineasta, pois Corpos Quentes é mesmo um baita filme. A trama começa com um assédio de um garotão por uma mulher em um bar que poderia ser como outros tantos que acontecem nas noitadas. Só que depois da transa, enquanto ela dorme, ele tenta surrupiar sua grana. Ela acorda, nega a pagar o michê, mas é agredida e obrigada por ele a abrir o cofre da casa e entregar-lhe seu dinheiro e jóias. Mal sabia ele com quem estava mexendo. Ela pega o revólver, atira uma balaço nele e o enterra no bosque que margeia sua casa. Essa poderia ser também mais uma daquelas histórias de sexo com final trágico, mas daí ficamos sabendo que a moça já tinha um possível assassinato nas costas, pois fora suspeita de assassinar o próprio marido. E quando o namorado de sua empregada e a própria descobrem o corpo enterrado, e o ambicioso rapaz resolve chantageá-la, eles acabam também por encontrar o mesmo destino das covas no quintal – ainda que mortos acidentalmente. Com tantos sumiços, entram em cena o amigo e a namorada da primeira vítima, e também o irmãos gêmeo da segunda, um padre, que farão de tudo para descobrir o que aconteceu naquela casa. Corpos Quentes tem ótimo roteiro, com personagens muito bem construídos. O filme conta ainda com interpretação arrebatadora de Ludimila Batalov. Atriz de recursos dramáticos e sem pudor em protagonizar as cenas de sexo explícito, Batalov é o ponto altíssimo desse penúltimo filme de Alfredo Sternheim. Durante toda a trama sua personagem é assaltada por pesadelos, todas claro repletas de sexo – é engraçadíssimo ver fantasmas de pau duro e fudendo a valer – , o que exige da atriz ser convincente não só na cama mas também na interpretação. Corpos Quentes é prova de que filme de sexo explícito não precisa ser sinônimo de bagaceira, e aqui Alfredo Sternheim realizou um ótimo exemplar do gênero.

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longas brasileiros em 2011 (015)



Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)



015 - Orgasmo Louco (1987), de Alfredo Sternheim **1/2

Orgasmo Louco é título da fase final dos filmes explícitos de Alfredo Sternheim, e também de sua carreira até agora, já que, infelizmente, a partir de 1988, não dirigiu mais. Aqui, a trama tem como protagonista um homem, o ator Ronaldo Amaral, diferente de outros filmes em que muitas vezes coube a mulher ser o centro da cena. Ronaldo Amaral é João, que começa a história saindo da prisão e sendo recebido com afeto pelo irmão. Daí ficamos sabendo aos poucos que o motivo de ter sido trancafiado está ligado ao assassinato da esposa, interpretada por Ludmila Batalov. Aconselhado pelo irmão a esquecer os fantasmas do passado, os dois saem à noite e vão para uma boate, onde João fica fascinado pela stripper – interpretada pela musa Sandra Midori. Os dois iniciam um romance, ainda que João faça de tudo para afastá-la de sua cama, pois não consegue levar o sexo até o final. Contrariando o irmão, João leva a nova pretendente para a casa de praia onde viveu com a esposa. Lá, conta a história de sua vida para ela, e, mais uma vez, se vê de cara com a possibilidade de repetir seu destino. Em Orgasmo Louco, Alfredo Sternheim aproveita a conduta sexual irrefreável da vítima para desfilar mais cenas de sexo explícito, sacrificando mais o roteiro. O filme mantém o interesse, mas não está no mesmo patamar de outros como Sexo Doido (1986) e Corpos Quentes (1987). Em depoimento para o Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa Metragem, de Antonio Leão da Silva Neto, Sternheim assinalou o clima noir do filme e ressaltou o trabalho de Sandra Midori: “Mais levado para o filme noir, gosto do resultado e da atuação de Sandra Midori, talvez a melhor que ela fez em meus filmes”. No entanto, é importante também ressaltar a ótima atuação de Ludmila Batalov, que iria brilhar no filme seguinte do cineasta, Corpos Quentes ((1987).

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sexta-feira, 22 de abril de 2011

longas brasileiros em 2011 (014)



Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

014 - Sexo Doido (1986), de Alfredo Sternheim ***

A grande diferença entre Alfredo Sternheim e muitos outros realizadores de filmes explícitos é que os dele têm histórias. E alguns poderiam ter sido perfeitamente títulos de produção comercial, a não ser pelas tais cenas de rala e rola, tamanho o cuidado na confecção do roteiro – sem, claro, muitas vezes apela para frases picantes, chulas, divertidas e de duplo sentido: “largue esse telefone e venha falar no meu”. Como é o caso desse Sexo Doido, realizado em 1986 e protagonizado por Sandra Morelli e Fernando Sábato. Sternheim rodou 13 filmes explícitos, sendo Sexo Doido um dos últimos. Ou seja, mesmo trafegando em gênero que dava muito dinheiro, mas nenhuma respeitabilidade – e muitos ataques e desprezo pela crítica -, o cineasta não abriu mão de contar boas histórias e de, ele mesmo, continuar assinando seus roteiros, como sempre fez. Isso sem falar no fato de que também assinava o próprio nome nessas produções, algo incomum na época – seu produtor, Juan Bajon, da Galápalos Produções Cinematográficas, foi outro que também assumiu sua identidade verdadeira nessa fase. Em Sexo Doido, Sandra Morelli é Jô, uma jovem milionária filha de deputado imbuída de vontades feministas e que fica saturada em ser apenas mais um objeto para o desejo masculino. Logo no início da trama ela dá um esporro no namorado que a deixa esperando em encontro marcado, avisa que as coisas vão mudar dali para a frente, vai embora e o deixa plantado no local. Jô entra em um cinema pornô onde está sendo exibido um filme com temática rural, com direito a trepada de cavalos. Rechaça o espertinho que senta ao seu lado cheio de intenções e fica vidrada quando aparece na tela Fernando Sábato, o astro da fita. Jô fica completamente obcecada pelo belo e faz de tudo para conhecê-lo. É aí que arquiteta uma armadilha para o ator e acaba seqüestrando-o em sua casa de praia, onde o prende nu na cama e faz dele seu objeto sexual. Sexo Doido se vale de alguns diálogos discursivos de teor feminista um tanto carregados, e não abre mão de colocar em cena uma bichinha divertida e uma mulher devoradora e libidinosa – ela, interpretada pela musa Márcia Ferro. Mas é mesmo no carisma de Sandra Morelli e no poder da trama que o filme se sustenta. Há de se notar que o tal feminismo da protagonista acaba sendo uma cilada para ela mesmo, pois depois de fazer do moço seu objeto, ela cairá em seus braços apaixonada, enquanto ele está apenas de olho na sua fortuna. Ou seja, o roteiro pisca para a libertação da mulher, mas acaba reservando para ela o papel de vítima eterna. Há de se aplaudir a coragem do cineasta em acrescentar cena de sexo explícito homossexual masculina, de forma alguma apelativa, algo incomum nas produções da época. Em sua biografia na Coleção Aplauso, Alfredo Sternheim elenca Sexo Doido como um de seus filmes preferidos dessa fase e assinala o absurdo de alguns considerarem o filme uma cópia invertida de Ata-me, do espanhol Pedro Almodovar. Está certíssimo. A afirmativa é mesmo absurda, pois Almodovar dirigiu seu filme em 1990, já Alfredo realizou o seu cinco anos antes.


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sábado, 26 de março de 2011

zingu de março no ar


Assim, quase na boca do pênalti, a Zingu! de março está no ar.

Tem dossiê Geraldo Vietri (foto), nome revolucionário da telenovela brasileira com marcos como Antonio Maria; Nino, O Italianinho; A Fábrica e Vitória Bonelli; e diretor de 13 filmes, dentre eles o inesquecível Os Imorais - obra surpreendente com sua visão sobre a homossexualidade em plenos anos 70.

A Zingu! entrevistou algumas atrizes-símbolos do autor, Arlete Montenegro, Elisabeth Hartmann e Márcia Maria; registrou depoimentos de outro ator-símbolo, Paulo Figueiredo, e do craque Nilson Xavier, do site teledramaturgia.

Claro, resenhou filmes - 5; fez texto perfil/analítico e ainda resgatou matéria da histórica revista Cinema em Close-Up.

Tem também Especial O Caranaval no Cinema Brasileiro, em que redatores e colaboradores apresentam 8 títulos que tem a festa popular no centro da ação ou como pano de fundo, além de texto introdutório.

E tem ainda, claro, as sempre aguardadas colunas, com redatores e colaboradores com muita coisa interessante para dizer.

Tá tudo aqui:
http://www.revistazingu.net/


Tenham todos uma ótima leitura.

quinta-feira, 17 de março de 2011

serie grandes damas da tv (98)


Ruthinéa de Moraes.





Salve Salve!

terça-feira, 15 de março de 2011

longas brasileiros em 2011 (13)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

013 - Elza (2009), de Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan ***

Lembram-se do bordão de Luiza Erundina, quando Prefeita de São Paulo “sou mulher, nordestina e governadora de uma das maiores cidade do mundo” ? Pois então, muita gente também vê quase um bordão em Elza Soares quando ela fala sobre sua vida “sou negra, favelada etc”. Como ela já contou em muitas entrevistas – e também na biografia escrita por José Louzeiro “Elza Soares – Cantando para não enlouquecer” – sua trágica, atribulada e vitoriosa trajetória, às vezes o relato pode nos soar repetitivo . Ainda que ele seja sempre necessário para quem não sabe sobre sua história e possa ver que a vida pode ser mesma complexa e inacreditavelmente surpreendente. É essa cilada que o documentário Elza, de Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan, evita ao focar seu relato, sobretudo, na música de Elza. E aí, realmente, a mulata assanhada enche a tela. Tá lá no documentário o começo de tudo, o famoso episódio do Programa Ary Barroso e o Planeta Fome. Mas logo logo o que se vê é a trajetória musical dessa deusa negra que encheu de suingue e de técnica particularíssima o cenário da música brasileira. E aí toma encontros nas telas com desde nomes esperados, como João de Aquino, Jorge Benjor e Caetano Veloso, até bela parceria com o samba dolente de Paulinho da Viola e uma inesperada Maria Bethânia. Esse último encontro possibilita longa e divertida sequência em que a carioca e a baiana cantem e brinquem ao som de músicas vomo Samba da Benção, de Vinícius de Moraes, e Samba da Minha Terra, de Dorival Caymmi, em que elas esbanjam malícia, sedução e faceirice. Tudo, claro, ao som de suas gargantas poderosas. É um encontro maravilhoso. E histórico! O doc ainda conta com depoimentos de José Miguel Visnik, Mart´nália, Elton Medeiros e outros. O filme Elza foca a cantora Elza plena em sua música. E está aí seu maior acerto.

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segunda-feira, 14 de março de 2011

longas brasileiros em 2011 (12)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

012 - O Gerente (2010), de Paulo Cézar Saraceni ****

O carioca Paulo Cézar Saraceni, um dos criadores do Cinema Novo, tem filmografia com pontos altíssimos na cinematografia brasileira. Basta citar de cara o curta Arraial do Cabo (1959) – co-dirigido com Mário Carneiro, e os longas Porto das Caixas (1962), O Desafio (1965), A Casa Assassinada (1970) e O Viajante (1999). Uma característica marcante em sua trajetória é o fascinio pela obra do genial escritor Lúcio Cardoso, visitado três vezes no cinema- Porto, Casa e O Viajante- , sendo todos os filmes protagonizados por grandes atrizes – respectivamente, Irma Alvarez, Norma Bengell e Marília Pêra. O cineasta dirigiu agora O Gerente, uma surpreendente aposta total na poesia, com investigação de linguagem que resultou em belos planos-sequências, mas sem o filtro extremamente pop que ronda uma quase nova mania na recuperação desse recurso pela produção atual. Há inúmeras cenas banhadas em beleza, mas uma de encanto maior coloca Ney Latorraca – o protagonista – em dança com inventiva exploração de recurso espacial com Letícia Spiller. Spiller, por sinal, está linda e anos-luz do mico A Paixão e Jacobina Jacobina (2002), de Fábio Barreto – aliás, impossível não pensar como sua beleza poderia ter sido maravilhosamente explorada na tela por Walter Hugo Khouri. Aqui, a fruição pela chave da realidade é uma cilada, pois parece interessar ao cineasta muito mais a forma como contar do que propriamente o contar - o que, afinal, está na essência do cinema. O Gerente é baseado em conto de Carlos Drummond de Andrade, e toda a modernidade do poeta é perseguida, como se Saraceni optasse pelo registro poético da prosa do conto. Aliás, O Gerente é, na verdade, o primeiro roteiro que Saraceni escreveu – em 1952 -, mas não havia filmado. Na trama, Ney Latorraca é um gerente de banco que tem um estranho e incontrolável hábito: o de morder a mão das damas. Isso em plenos anos 1950, para escândalo da sociedade local. Ana Maria Nascimento Silva – esposa de Saraceni há mais de 30 anos – é a protagonista feminina, e que cruzará definitivamente o caminho de Latorraca. Outras beldades como Letícia Spiller e Simone Spoladore – ótima como sempre – também estão em cena, além de presença de Joana Fomm, uma das melhores atrizes brasileiras. Na trilha, o luxo de João Gilberto em novas interpretações para as música Louco, de Wilson Batista e Henrique de Almeida, e a canção-tema desse blog e a preferida desse escriba, Insensatez, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

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sábado, 12 de março de 2011

longas brasileiros em 2011 (011)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

011 - Meus Homens, Meus Amores (1978), de José Miziara ***

Em Meus Homens, Meus Amores, José Miziara reúne a cantora Rosemmary e a atriz Silvia Salgado como as protagonistas Miriam e Ana. Elas moram no mesmo prédio, são vizinhas de portas, e vez ou outra se encontram no elevador, onde sempre disfarçam o que sentem em conversas banais. Aparentemente, elas não têm nada a ver uma com a outra, a não ser o fato de que são estudantes em uma universidade. Porém, há mais semelhanças entre elas do que ambas possam supor. Miriam é uma jovem reprimida pelo forte moralismo da mãe, Bárbara Fázio, que se sente ofendida até com propaganda de preservativo. O canal de vazão que encontra para seus desejos eróticos é a pintura, nas quais invariavelmente pinta imagens associadas pela mãe a monstros. Já Ana é casada com Peter, Roberto Maya, um empresário ciumento e escroto que não a deixa trabalhar e a afasta cada vez mais de seus amigos e amigas. Miriam e Ana, até então duas mulheres que tinham na condição de vizinhas o único elo que as ligavam, vivenciarão momentos de clímax que reservarão para elas o mesmo destino. Mesmo que, ainda assim, quando se encontrarem mais uma última vez no elevador, pequenas mentiras e dissimulações sobre o que realmente estão vivendo voltarão a dar o tom em suas conversas. Meus Homens, Meus Amores está situado nos primeiros filmes de José Miziara, período marcado por dois grandes sucessos: Bem-Dotado – O Homem de Itu (1978) e Embalos Alucinantes (1979) – ambos estrelados por Nuno Leal Maia. A estreia do cineasta foi com Ninguém Segura Essas Mulheres (1976), filme de episódios em que assinou o roteiro e dirigiu o segmento O Furo – protagonizado por Jece Valadão e Nádia Lippi. Com Meus Homens, Meus Amores, Miziara dá seqüência à abordagem sobre o universo feminino que havia iniciado com O Furo e que estará presente em outros filmes que fará a seguir, como Mulheres do Cais (1979) e As Intimidades de Analu e Fernanda (1980). Em Meus Homens, Meus Amores, ele já demonstra pulso na direção, como havia feito nos dois filmes anteriores, o que lhe garantirá um lugar especial no cinema popular da Boca Lixo e de grande aceitação por parte do público. No elenco, Rosemmary está linda e bem como atriz, mas quem rouba a cena mesmo é Silvia Salgado, linda e perfeita como a amargurada Ana. Além delas há as boas presenças de John Herbert e Arlete Montenegro, e raríssima participação da atriz Susy Camacho no cinema.

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serie deusas (166)


Amy Irving.





Nu!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

olha nós aqui

Caros,

Não abandonei o Insensatez.

Mas é porque me mudei de casa, e, parece, voltei para a idade das cavernas, pois estou sem computador, sem internet, sem TV a Cabo, sem telefone fixo.

Como no meio da mudança emendei duas viagens a trabalho, aí é que danou tudo.

Escrevo essa mensagem da casa de uma amiga.

Em breve, tudo voltará ao normal.

Abs

domingo, 30 de janeiro de 2011

38 mil pessoas na 14ª mostra de cinema de tiradentes


Com o anúncio de um público de cerca de 38 mil pessoas e os vencedores nas diversas categorias contempladas dessa 14ª edição, a Mostra de Cinema de Tiradentes encerrou ontem suas atividades, que teve como tema Inquietações Políticas .

Os Residentes (MG), de Tiago Machado, foi o grande vencedor do Prêmio Aurora, eleito pelo Júri Jovem e pelo Júri da Crítica.

Esse mesmo Júri da Crítica elegeu o curta Vó Maria (PR), de Tomás Von der Osten, como o melhor da edição.

Já o Júri Popular fez vencedores o curta Traz Outro Amigo Também (RS), de Frederico Cabral, e o longa Solidão e Fé (SP), de Tatiana Lohmann.

Traz Outro Amigo Também foi também vencedor do Prêmio Aquisição Canal Brasil.


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Balanço oficial

Segundo release de balanço da Mostra, essa 14ª edição apresentou o seguinte panorama em números:


"Além do público presente nas sessões, a Mostra Tiradentes certificou 322 alunos nas 12 oficinas oferecidas entes ano, também de maneira gratuita, além de receber mais de 100 profissionais no seminário Diálogos do Audiovisual, que promoveu 12 debates Encontro com a Crítica, Diretor e Público e 5 debates temáticos. Ao todo, foram mais de 700 convidados entre realizadores, pesquisadores, críticos, produtores e imprensa.

O evento também mexe com a economia local. Além das 138 pessoas na equipe de trabalho, foram contratadas mais de 200 empresas para a realização do evento e credenciadas 26 pousadas e 11 restaurantes da cidade."


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No último diada Mostra de Tiradentes, foram exibidos no Cine-Tenda dois filmes mineiros de destaque:

- Ex Isto, de Cao Guimarães
- O Céu Sobre os Ombros, de Sérgio Borges

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Ex Isto

Ex Isto, de Cao Guimarães, coloca João Miguel como um Rene Descartes que teria vindo ao Brasil na companhia de Mauricio de Nassau. Essa hipótese está no livro Catatau, de Paulo Leminski, que foi livremente inspirado pelo cineasta.

O experimentalismo característico do mineiro Cao Guimarães, diretor de filmes como A Alma do Osso e O Andarilho, encontra aqui momento ápice.

Ex Isto é absolutamente sedutor, com estética deslumbrante a serviço de um cineasta de talento, que desenha o mostrado em linhas de inteligência, ousadia e beleza.

E para isso, valeu-se de João Miguel, um dos maiores atores de sua geração, que aqui se entrega totalmente ao personagem - a interação coom pessoas reais em uma praça em Recife, onde dança ritmo local, e a nudez frontal na praia em meio a muita areia e esgares são alguns desses momentos luminosos do filme.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

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O Céu Sobre os Ombros

Grande Vencedor do último Festival de Brasília - Melhor Filme; Direção; Roteiro; Montagem; Prêmio Especial do Júri - O Céu Sobre os Ombros é daqueles filmes aparentemente pequenos, mas cuja impressão simples desaparece quanto mais pensamos sobre ele.

Ao trazer para a tela seus personagens e avançar sobre o clichê que acabaria por embaça-los, o filme cresce a nossa frente e nos faz um tanto íntimo deles.

Daí, vemos que uma transsexual que se prostitui em ruas escuras, um integrante da temida torcida Galoucura do Atlético, e um escritor outsider da noite urbana são muito mais do que qualquer categorização imediata faz supor.

O Céu Sobre os Ombros é filme que busca na sutileza pintar e falar de um complexo painel da natureza humana.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

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Eu e Meu Guarda-Chuva

Antes desses filme da noite, foi a vez de conferir na Mostrinha de Cinema, dedicada às crianças - que lotam a sala do Cine-Tenda ao lado de seus pais e acompanhantes - a exibição de Eu e Meu Guarda-Chuva, de Toni Vanzolini.

Baseado na obra homônima do Titã Branco Melo, Hugo Possolo e Ciro Pessoa, o filme coloca três amigos, um dia antes de começar as aulas em uma nova escola, em uma aventura cheia de correrias, sustos, e um certo terror provocado por um professor já morto - o terrível Barão - que sai do quadro para persegui-los.

Ainda que tenha fragilidade no ator-mirim protagonista e o uso excessivo de música em algumas cenas, Eu Meu Guarda-Chuva é produção saborosa para o público infantil - anos-luz dos projetos de consumo imediato de praxe para as crianças.

E, o melhor, também seduz os adultos.

Em breve, comentário sobre o filme aqui no Insensatez.

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Nesse último dia, oportunidade também para colher material para o site Mulheres do Cinema Brasileiro: entrevista com a produtora Leticia Friedrich.


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Foto:
- Solenidade de encerramento
Crédito: Pedro Silveira
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Mais informações:

sábado, 29 de janeiro de 2011

O filmaço transeunte e o lançamento de manifesto na mostra de tiradentes







Depois do bacanérrimo Os Monstros, dos Irmãos Pretti & Primos Parente, a 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes exibiu ontem o melhor filme dessa edição - quer dizer, até agora, pois ainda tem mais exibições hoje - :

- Transeunte, de Eryk Rocha.

Aliás, ontem foi uma noite especial para os longas, pois teve exibição também de outro bom momento da mostra: Riscado, de Gustavo Pizzi.


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Transeunte



Exibido no último Festival de Brasília - Prêmio (merecidíssimo) de Melhor Ator para Fernando Bezerra -, Transeunte é mesmo um filme especial dentro dessa recente produção do cinema brasileiro.

Muito se fala, em festivais e mostras, sobre um cinema-poesia, e aqui em Tiradentes já tivemos pelo menos dois belos exemplares: O Gerente, de Paulo Cézar Saraceni - filme de abertura da mostra- e agora esse novo trabalho de Eryk Rocha.

O filme foca seu olhar em Fernando Bezerra como um recém-aposentado, que nesse novo estado de coisas torna-se um observador atento do que lhe ocorre em volta, e, vez ou outra, protagoniza também seus momentos.

Com pinceladas de diálogo com o cinema de sua mãe, a cineasta Paula Gaetán - diretora dos belos O Diário de Sintra e Vida -, mas com assinatura toda própria - o uso do som é impressionante - Eryk Rocha fez de seu Transeunte um dos grandes momentos dessa 14ª Mostra de Tiradentes.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.


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Vigias


Produção de Pernambuco, o doc Vigias, de Marcelo Lordello, foi exibido ontem dentro da Mostra Aurora.

O filme acompanha uma noite de cada vigia, ouvindo suas impressões sobre a profissão, a rotina e o papel que ocupam.

Em tom quase minimalista e com ótima fotografia do craque Ivo Lopes, Vigias não é filme que agrade facilmente qualquer tipo de platéia durante o mostrado, mas que alça seu relato em muitos tons acima ao seu final.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.


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Riscado


A Cavídeo, de Cavi Borges, apresentou curta e longas aqui nessa 14ª edição, sendo esse Riscado o melhor momento da produtora aqui em Tiradentes.

Dirigido por Gustavo Pizzi, ele anunciou na abertura que sua protagonista, Karine Teles, não pode estar presente, pois ficou em casa cuidando dos gêmeos recém-nascidos - cineasta e atriz são casados.

Karine Teles é ótima surpresa, pois o filme está todo calcado em sua personagem e ela jamais deixa a peteca cair. Aliás, muito pelo contrário, ela é alma do filme, que conta a história de uma atriz que se vira para viver da sua arte e pagar suas contas.

Entre os ensaios de uma peça e animações contratadas de todo tipo - panfletagem a rigor, apresentação em aniversário e telegrama animado - ela busca seu lugar ao sol.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.


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Manifesto


Ontem teve ainda balanço da Mostra com a coordenadora Raquel Hallak, momento em que um grupo de cineastas e profissionais do cinema lançou um manifesto que discute novas possibilidades e políticas para a continuidade de produção do cinema brasileiro.

O manifesto Carta de Tiradentes foi lido pelos atores Irandhir Santos - ator homenageado da Mostra - e João Miguel, e será entregue para as autoridades federais.

Assinaram a Carta nomes como Sérgio Borges, Felipe Bragança, , Eryk Rocha, Eduardo Valente, Marília Rocha, Maurilio Martins, Ivana Bentes, André Novais, Gabriel Martins, Vania Catani e Paula Gaetán.


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Fotos:
- Cineasta Erik Rocha
Crédito: Leonardo Lara

- Manifesto Carta de Tiradentes - Raquel Hallak - coordenadora da Mostra de Tiradente - e os atores João Miguel e Irandhir Santos.
Crédito: Pedro Silveira

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Para o site Mulheres do Cinema, foi a vez de fazer entrevista com a atriz Gisele Werneck, e gravar depoimentos com os cineastas Geraldo Sarno e Cacá Diegues.

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Hoje é o último dia da 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes, e dentre a vasta programação, exibição de Ex-Isto, filme experimental de Cao Guimarães; No Olho da Rua, de Rogério Corrêa, e O Céu Sobre os Ombros, de Sérgio Borges.

Haverá também, na solenidade de encerramento, o anúncio dos vencedores do Prêmio Aurora e do Júri Popular.

Mais informações:
http://www.mostratiradentes.com.br/

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Os Monstros é destaque de ontem na mostra de tiradentes.


Uma quinta-feira de muitas atividades aqui na 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Para o site Mulheres do Cinema Brasileiro, entrevista com a cineasta Cláudia Mesquita e depoimentos do músico David Tygel, do produtor e cineasta Cavi Borges, e dos cineastas Alain Fresnot e Cláudio MacDowell.

Em breve, esse material estará disponível lá no site.

Já na programação de filmes, foi a vez de conferir duas produções.

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Os Monstros

A primeira foi Os Monstros, de Guto Parente, Luiz Pretti, Ricardo Pretti e Pedro Diógenes - os Irmãos Pretti & Primos Parente.

Se em Estrada para Ythaca, os amigos se reuniam para saudar um deles que morrera, agora nesse Os Monstros a amizade está, novamente, no centro do foco.

Isso porque um deles, um músico nada ortodoxo, é abandonado pela esposa e procura teto e afeto na companhia dos amigos - dois deles técnicos de som, e um guitarrista que chegará depois.

Um dos melhores filmes dessa edição da Mostra, Os Monstros diverte com a história desses amigos e faz uso absolutamente sedutor da música em sua trilha sonora.

As cenas ao som de cover de Djavan no barzinho e do amasso embalado por Veneno, com Marina Lima, são deliciosas.

O mais engraçado, no entanto, foi o que aconteceu no entorno.

Exatamente atrás de mim se sentaram uma senhora, uma mulher daquelas de 40 do Roberto Carlos, e três crianças/adolescentes.

Logo logo a senhora e a mulher de quarenta começaram a falar bem ali no pé do meu ouvido. Pedimos dilêncio, e nada. Daí olhei para trás, encarei-as, e uma delas não se fez de rogada: "Algum problema?", me perguntou.

Daí já pensei com os meus botões: fudeu! Vou ter que passar o filme todo com essa gente tagarela, já que o cinema estava cheio e eu não estava com nenhuma vontade de me mudar de lugar.

Só que aconteceu o inacreditável: a raiva virou diversão.

Isso porque a senhora já foi logo dizendo:

- será que vai aparecer muito monstrinho feio?

(ou seja, elas acreditavam piamente que iam ver um filme de terror)

Foi impossível não rir. E a risada aumentou na hora que um dos Pretti - que também atua - apareceu de perfil com sua barba longa e ela emendou:

- Esse deve ser o lobisomem.

Daí a pouco os meninos disseram: "nós vamos embora, se o filme for bom vocês nos contam depois".

Mas, é claro, isso não foi possível, pois vendo a narrativa não convencional, elas logo desistiram de ver monstros e deixaram a sala do cinema em debandada.

Em breve, comentários sobre Os Monstros aqui no Insensatez.

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Santos Dumont - Pré-Cineasta?

Santos Dumont - Pré Cineasta?, de Carlos Adriano, foi um dos filmes exibidos ontem na Mostra Aurora - o outro foi Os Residentes, de Tiago Mata Machado.

O doc é sobre a descoberta de uns carretéis de fotografia para exibição no mutoscópio - um dos mecanismos pré-cinematografo -, com imagem rara e inédita de Santos Dumont.

Daí, passamos a conhecer não só essa ligação de Santos Dumont com o cinema, como também da importância do mutoscópio para a época - o aparelho era muito adquirido para consumo doméstico.

Há, desde o início desse Santos Dumont - Pré Cineasta?, imagens do cineasta e pesquisador Bernardo Vorobow, que a gente não sabe muito bem o porquê de estarem ali - a não ser para quem sabia da ligação entre realizador e personagem -, chave que será decifrada apenas ao final do filme.

Em breve, comentário sobre o filme aqui no Insensatez.

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Foto:
- entrega de placa para equipe de Os Monstros.
Crédito: Pedro Silveira
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Hoje, dentre os inúmeros seminários, haverá mesa que vai reunir os cineastas Carlos Diegues, Geraldo Sarno e José Joffily - com mediação do crítico Inácio Araújo - com título de Vozes da Experiência, em que eles vão falar sobre o cinema brasileiro contemporâneo.

Ainda durante à tarde, lançamento das publicações Revista Filme Cultura - Edição 53 - nessa edição, está publicada lista de filmes do coração de diversas personalidades do cinema brasileiro, e eu tive a honra de participar;

e do livro Cinema de Garagem, de Dellani Lima e Marcelo Ikeda - segundo eles, um inventário afetivo sobre o jovem cinema brasileiro do século XXI.

Já na tela do Cine-Tenda, à noite, os filmes Transeunte, uma ficção de Erik Rocha; o doc Vigias, de Marcelo Lordello; e a ficção Riscado, de Gustavo Pizzi - no Cine-Praça será exibido o doc Copa Vidigal, de Luciano Vidigal.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

noite de supremacia dos curtas na mostra de tiradentes


Aqui na Mostra de Tiradentes, sempre é mostrado um filme recente e outros em retrospectiva do homenageado.

Daí que de Paulo Cézar Saraceni foram exibidos tanto seu novíssimo O Gerente (2010), como o curta Arraial do Cabo (1959) e seu primeiro longa, Porto das Caixas. (1962).

Já de Irandhir Santos quase tudo é novo, pois tem apenas quatro anos de trajetória cinematográfica, ainda que nesse curto período já mostrou a que veio.

Ontem na retrospectiva foi a vez de conferir o recente Olhos Azuis (2009), de José Joffily, filme que passou batidíssimo em Belo Horizonte.

Gosto do cinema de Joffily, pois é fiel ao cinema de gênero - e filme policial é dos meus prediletos.

Olhos Azuis nos manipula o tempo inteiro, mas sua narrativa atrai sempre, nessa história de confronto entre os agentes da alfândega americana e os imigrantes - sobretudo latinos.

A força do elenco como um todo ressalta na tela: os brasileiros Irandhir, Cristina Lago, Branca Messina; os americanos David Rasche, Frank Grillo e Erica Gimpel; e a argentina Valeria Lorca.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

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Sertão Progresso

Na Mostra Aurora, a exibição ontem foi de mais um doc, Sertão Progresso, de Cristian Cancino, com foco em tema de alta combustão: a transposição do Rio São Francisco.

Rodado em dez estados, Sertão Progresso escuta os dois lados, prós e contras, personificados de forma mais direta em dois personagens: o então Ministro da Integração Nacional (2007-2010) Geddel Vieira Lima, e o Frei Luiz Cappio.

Cinema não tem nenhuma obrigação de ser aula de história - e nem deve ser. Mas confesso que sai do filme sem saber muito mais do que já sabia, ainda que seja impossível negar que jamais seja desinteressante.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

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Curtas
O maior destaque da noite foi mesmo a sessão de curtas da Série 3, da Mostra Foco.

Além da exibição do premiado curta Contagem - Melhor Direção no Festival de Brasília, dos amigos Gabriel Martins e Maurílio Martins, a seleção foi inspirada.

Aliás, assistir Contagem ontem foi quase uma primeira vez, pois a cópia em 35mm se impôs majestosa na tela do Cine-Tenda, aumentando ainda mais a qualidade desse curta da Filmes de Plástico - antes tinha visto apenas em digital.

A sessão contou ainda com A Peruca de Aquiles, de Paulo Tiefenthaler, um envolvente, tenso e bem-humorado encontro entre o mundo das drogas e o teatro;

o documentário Fogo.DOC, de Leandro Andrade, em que uma tragédia é visto com as cores de um Datena com humor - o menos inpirado na noite;

O Hóspede, de Anacã Agra e Ramon Porta Mota, filme em que um ET despenca em uma pousada na Paraíba chamada deliciosamente de Pousada Solaris, e enche de mistério sombrio a vida do proprietário do local;
a ficção paulista Naufrágos, de Gabriela Amaral Almeida e Matheus Rocha, em que a solidão na velhice e a saudade é vista por viés completamente inesperado;

e Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, em que a aposta estética radiografa o espaço geográfico com inventividade.

Essa seleção foi mesmo especial - ainda que não esteja acompanhando as exibições de curtas, quem está encheu de elogios essa série de ontem. Portanto, acertei na mosca.


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Foto: entrega de placas para os diretores dos curtas
Crédito: Pedro Silveira
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Na programação de hoje tem mais Mostra Aurora, com a exibição de Os Residentes, de Tiago Mata Machado; na Mostra Vertentes será a vez de Os Monstros, de Guto Parente, Luiz Pretti, Ricardo Pretti e Pedro Diógenes, que faturaram o prêmio da Mostra Aurora do ano passado com Estrada para Ythaca; o doc Santos Dumont - Pré-Cineasta? - todos eles no Cine-Tenda.

Haverá ainda, no Cine-Praça, a exibição de O Último Romance de Balzac, do veterano Geraldo Sarno.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

o universo dos curtas e índios versus colonizador na mostra de tiradentes


É impossível falar em curtas no Brasil sem falar no nome de Zita Carvalhosa.

Uma dos sócios da Superfilmes, ninho do Cinema da Vila Madalena da São Paulo dos anos 1980, Zita esteve envolvida na produção de filmes importantes do período, como A Marvada Carne(1985), de André klotzel, e Anjos da Noite (1986), de Wilson Barros.

Depois disso, Zita esteve à frente da criação do Festival Internacional de Curtas de São Paulo, que desde o início dos anos 1990 até hoje se consolidou como o maior espaço para o formato na América Latina.

Zita Carvalhosa esteve qui na Mostra de Tiradentes para lançar o Guia Kinoforum Festivais de Cinema e Vídeo 2011, precioso mapeamento de festivais e mostras nacionais e internacionais.

Claro, fiz entrevista com ela para o site Mulheres do Cinema Brasileiro, que rendeu longa e ótima conversa, que será, em breve, publicada por lá.

Ainda ontem, colhi depoimentos do ator Paulo Tiefenthaler, do preparador de elenco Sérgio Penna, e dos cineastas Alain Fresnot e Geraldo Moraes.


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Foto:
Zita Carvalhosa lança Guia Kinoforum 2011
Crédito: Paulo Filho

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Mostra Aurora

No segundo dia do Aurora, foi a vez da exibição do doc Remissões do Rio Negro, de Erlan Souza e Fernanda Bizarria.

O documentário é sobre as missões salesianas do Alto do Rio Negro, no Amazonas, e coloca em cena um padre e índios que foram seus alunos quando crianças, agora décadas depois e em um "acerto de contas" entre colonizador e colonizados.

Remissões do Rio Negro está calcado em tema sempre importante e impactante, e ainda que nem sempre consiga estar à altura de seu objeto, tem momentos que seduzem e matêm nosso interesse no mostrado.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.


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Na programação de hoje, seminário com convidados de festivais internacionais, mais um filme da Mostra Aurora - o doc Sertão Progresso, de Cristian Cancino.

E tem, na mostra de curtas, a exibição de Contagem, Prêmio de Melhor Direção para os contagenses (Contagem-MG) Gabriel Martins e Maurílio Martins no último Festival de Brasília.

Mais informações:
http://www.mostratiradentes.com.br/