sexta-feira, 17 de setembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (216)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

216 - Thesouro Perdido (1927), de Humberto Mauro ***

Segundo longa de Humberto Mauro no Ciclo Cataguases, Thesouro Perdido é um filme feito em família: a mocinha é Lola Lys - esposa de Mauro; o galã é Bruno Mauro - irmão dele; o herói é Máximo Serrano - amigo e ator fetiche de outros filmes do mestre; o garoto Ben Nil é filho do fotógrafo Pedro Comello; além do próprio Mauro como o vilão da história. Aliás, o diretor parecia gostar de encarnar malvados, pois no belo Mulher (1931), de Octávio Gabus Mendes, vai dar vida ao asqueroso padrasto que vive assediando a enteada Carmen Violeta. Antes de atingir o esplendor em Ganga Bruta (1933), mas já tendo realizado clássicos inconstestáveis nessa fase mineira como Brasa Dormida (1928) e Sangue Mineiro (1929), em Thesouro Perdido ele realizou uma aventura que bem poderia ser apenas mais uma dessas rotineiras de matinê, com luta de vilão e heróis, e mais mocinha indefesa mantida como refém, não fosse o seu talento já nítido como cineasta - além da direção, ele assina o argumento, o roteiro, a montagem . Na trama, Bruno Mauro e Máximo Serrano são os irmãos Bráulio e Pedrinho, criados pelo tutor Antonio Almeida, e que é pai de Lola Lys, a bela Suzana. O pai dos rapazes era tido como lunático e com mania de ouro, mas quando deixa para os filhos parte de um mapa de tesouro escondido em uma cachoeira, o fato desperta o olho grande de Humberto Mauro, o vilão Manoel Faca, que fará de tudo para botar a mão na possível fortuna. O filme era para ser protagonizado pela musa Eva Nil, estrela do primeiro filme do cinesta, Na Primavera da Vida (1926), mas ela se afastou por desentendimentos com a produção. Por isso temos a oportunidade de ver a própria esposa de Mauro, Maria Vilela - que era chamada de Dona Bêbe - e que foi escalada pelo marido com o nome artístico de Lola Lys. A fita eterniza a beleza dessa grande mulher que foi esposa dele a vida inteira, e que aqui se sai muito bem em sua única atuação. Sucesso no seu lançamento, o filme foi premiado pela Revista Cinearte, de Adhemar Gonzaga , que seria parceiro do diretor em outros títulos da Cinédia. Com direito a mensagem exaltando o amor acima de qualquer dinheiro, Thesouro Perdido é exemplar saboroso do início de carreira desse gigante, que será saudado, e muito justamente - por Glauber Rocha, dentre outros - como o pai do cinema brasileiro.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie deusas (147)


Mary Pickford.





Nu!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (215)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

215 - Os Incríveis Neste Mundo Louco (1967), de Brancato Jr **

Não foi só artistas e bandas de rock de fora, como Elvis Presley, Beatles e Monkeys, que bateram ponto nas telas do cinema não. E aqui do lado de baixo do equador também não foram só os reis do iê-iê-iê Roberto e Erasmo Carlos que agitaram o escurinho das salas. Alguns exemplos do gênero? A rainha Wanderléa ganhou um filme só para ela - Juventude e Ternura (1968), de Aurélio Teixeira; Agnaldo Rayol - Agnaldo, Perigo à Vista (1969), de Reynaldo Paes de Barros; e também a banda Os Incríveis - neste Os Incríveis Neste Mundo Louco. Formado em 1963 por Manito, Mingo, Nenê, Netinho e Risonho - ainda com o nome de The Clevers -, Os Incríveis saracotearam nas jovens tardes de domingo da Jovem Guarda, época de outras bandas memoráveis como The Feveres e Renato e Seus Blue Caps. Só que diferente de muitos outros artistas do pedaço, desde o início a banda fez também do solo estrangeiro espaço geográfico para sua música e se apresentaram em vários países. Daí a trama do filme, em que os moços embarcam cladestinamente em um navio, mas acabam sendo descobertos pelo capitão. Como já estão em alto-mar, a única saída para o quinteto é pagar a viagem com trabalho em diferentes cargos - cozinha, limpeza, garçom - só que aprontando mil e uma confusões em todos eles. Tudo para descidas em cada porto e passeios por Portugal, Espanha, Itália, França e Inglaterra - o filme conta ainda com narração na voz inconfundível de Older Cazarré, cheia de gracinhas e de efeitos, mas que quase nunca funciona. Os Incríveis Neste Mundo Louco começa gaiato com os integrantes atendendo o telefone, que sai ligado dos mais inusitados lugares: areia da praia, banheira de espuma, motor de carro, caixa de papelão - o celular viria só décadas depois, daí a solução cênica é divertida por si só e também em pararelo aos dias de hoje em que incautos atendem o cujo até em sala de cinema (argh!). Só que essa promessa de nonsense não se cumpre durante o filme, que tem historinha rala, aposta em pastelão light e ingênuo, e no carisma um tanto opaco dos meninos. E o que sobra é quase apenas um city tour pela Europa, ainda que haja um certo encanto de entrelinhas , e que talvez resida no registro de uma época - além, claro, da perpetuação em celulóide da boa música da banda. Na ficha técnica, dois veteranos: na produção, o jornalista e documentarista Primo Carbonari, mentor dos Cinejornais que dominavam os cinemas nos anos 1960 e 70; e na direção, Brancato Jr, veterano técnico da televisão e que depois ainda iria dirigir o semidocumentário O Santo Sudário (1978), e que era empresário da banda na época. Os Incríveis tem discografia importante e pelo menos dois grandes momentos de forte incursão no imaginário popular, para o bem e para o mal: as gravações da impactante Era um Garoto que Amava os Beatles e os Rolling Stones - versão de Brancato Jr da música de M. Luzini e F. Migliacci e hino de uma geração; e da maldita Eu Te Amo Meu Brasil, de Dom e Ravel, para sempre associada com a ditadura militar. Nenhuma das duas estão no filme, pois ainda que a versão da primeira seja de 1967, o filme foi rodado no ano anterior, quando a banda fez viagem de navio para turnê na Inglatera; já a segunda foi gravada só em 1970, em pleno anos de chumbo no país. Filme quase desconhecido e pouco citado, esse Os Incríveis Neste Mundo Louco registra no cinema a música dos anos 60 de uma banda que precisa ser mais comentada.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (214)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

214 - Seduzidas Pelo Demônio (1977), de Raffaele Rossi **1/2

Muito antes de encher os tubos de dinheiro com o mapa da mina Coisas Eróticas (1981), que obrigou muito marmanjo assistir ao primeiro filme brasileiro de sexo explícito lançado de cotovelos agarrados mano a mano, já que era difícil achar cadeira vaga nos cinemas, o cineasta Raffaele Rossi já tinha bandeado por várias praias. Dirigiu drama, comédia, aventura e filme de horror, como esse Seduzidas Pelo Demônio. O começo é como filme de tribunal, em que um professor e uma de suas alunas estão sendo acusados da morte de Ivete Bonfá, esposa dele. Mas lá pelas tantas tudo vira é coisa do demo mesmo, e daí vai ficando cada vez mais difícil o filme não atolar o pé, e com força, no mais puro trash. Por que? A pinta de mexicano do professor; a aluna que depõe em julgamento com blusa transparente com bordado de ramo de florzinhas tapando os peitinhos; o rapaz, que quando possuído, a gente não sabe se está estrebuchando ou tremelicando; a forma como as vítimas são assassinadas, todas elas esperando o aperto fatal na garganta; o menino levitando a la O Exorcita, com o lençol subindo junto; as moças de minissaia vermelha na missa negra; o demônio de perucão, chifre e malha mais que suspeitos. Na trama, professor e aluna têm relações intímas demais para o gosto da direção da escola e da esposa dele - que adora dizer que é muito rica, mas tá lá naquele hotel chinfrim com sofá marrom e cortinas ordinárias. Além de tudo, a tal estudante é cacho do filho adotivo do casal. Só que o rapaz, de uma hora para outra, fica como possuído e começa a estrangular moças, o que faz uma associação inesperada de misoginia com as forças malignas do além. E é quando a próxima vítima se torna a própria mãe do moço que o julgamente se instaura, e é a partir dos flashbacks dos depoentes que a gente vai entender o porquê de todo aquele quiproquó. Seduzidas Pelo Demônio é filme quase inacreditável do baú inesgotável de surpresas do cinema da década de 1970. Chama atenção toda a sequência em que o casal faz viagem de terror a carater e na qual vai adotar o futuro endemoniado sem saber o que está levando para casa. É o ponto alto do filme, que nesse momento parece uma daquelas fitas da Hammer, com direito à carruagem desgovernada, muita neblina, e corpos pendurados nas árvores e pelo chão - é nela que irá acontecer a tal missa negra com as moças da seita mostrando as pernocas. Ah, e quer mais? Pois tem. Tem até o Padre Quevedo no elenco. Da série ruim que pode ficar bom, dependendo do momento e do gosto do freguês.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie grandes damas da tv (78)


Elza Gomes.





Salve Salve!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (213)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

213 - O Artesão de Mulheres (1978), de Antonio B. Thomé *
obs.: não consegui imagem do filme

Em depoimento para o Canal Brasil, Matilde Mastrangi disse, divertida, que Helena Ramos, Aldine Muller e ela eram as mais procuradas para fazer os filmes eróticos. Que Helena adorava interpretar mulheres complicadas e Aldine atuar em filmes-cabeça, daí o que sobrava ficava com ela. Se levar em conta o que declarou, ainda que seja em tom gaiato, Aldine realmente vai fazer pesonagens mais complexos em filmes como Império do Desejo (1980), de Carlos Reichenbach, A Mulher que Inventou o Amor (1980), de Jean Garret, Força Estranha (1983), de Pedro Mavashe e Elite Devassa (1984), de Luiz Castillini. Mas isso já em segunda fase de carreira, pois nos primeiros anos fez muitos filminhos como esse O Artesão de Mulheres, de Antonio B. Thomé. Na trama, Waldir Siebert é dono de uma clínica de massagens e tem como secretário Pedro Cassador. Só que o que os dois varões estão mais interessados é traçarem todas as mulheres que cruzam o portão da bela casa - sendo, claro, que o filé fica com o patrão, que faz pose de galã de novela irresistível. E são muitas as beldades que procuram os ardentes serviços do moço, como Sonia Garcia, Lourênia Machado, Sula di Paula e Dalma. Mas a que rouba o coração - porque o corpo ele jamais nega para suas freguesas - de Siebert mesmo é Aldine Muller (foto), que interrompe todos os acenos de mão boba do namorado e diz em alto e bom tom que sexo só depois do casamento de véu e grinalda. Mal sabe ele que quanto mais se envolve com a moça, mais sua ardente agenda de trabalho correrá risco de secar. O Artesão de Mulheres é uma tipica pornochanchada, dessas que cineastas como Carlos Imperial, Carlo Mossy - não o produtor, mas o diretor, com exceção do estupendo O Ódio (1977) - e Roberto Mauro fizeram e que giram totalmente às voltas de situações de sexo. Ou seja, tudo acontece para que uma fila de mulheres tire a roupa e galãs nem sempre tão galãs e mocinhas nem sempre tão mocinhas rocem de forma mais pudica nos anos 70 e mais apimentada nos 80. Só que aqui, ainda que Thomé tenha contado com as presenças sempre interessantes de Aldine e de Sônia Garcia, tem outras tantas mulheres que estão alí mesmo só para bater ponto no tira e veste - com direito a olhar para a câmera sem querer e despistar revirando o olho rapidamente. O filme ainda tenta o entrecho cômico com o personagem de Pedro Cassador, sempre atrapalhado em suas conquistas amorosas, mas a graça ficou só mesmo na intenção. O Artesão de Mulheres é bobinho bobinho e é ainda representante de fase mais pudica, sem direito a nu frontal e só mostrando mesmo bunda, coxas, e, claro, muitos peitinhos - o que deve ter feito a festa de muito marmanjo no escurinho do cinema do centrão das capitais da época. Mas é só.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (212)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

212 - O Bem Amado (2010), de Guel Arraes +

O Bem Amado, de Guel Arraes, é muito ruim! É uma pena, porque ainda que tenha detratores, o cineasta tem assinatura interessante e um estilo prontamente identificável - ainda que o calcanhar de aquiles possa estar aí, pois seja trajédia grega ou romana, a estética de cordel sempre impera. Só que aqui a receita desandou completamente, nesse filme que parece ter sido calculado na prancheta da Natasha Films para ser sucesso inquestionável - já passou dos 800 mil espectadores, mas os produtores almejam dois milhões e meio. Pobres de nós! Quando Arraes coloca o nome de Sucupira no mapa no lugar do Brasil, tudo o que se achou durante o tempo todo vira certeza: a necessidade de fazer espelho da cidade de Odorico Paraguaçu, Zeca Diabo e as Irmãs Cajazeiras com o país está longe de qualquer busca de sutileza - aferição que os telespectadores da novela sempre fizeram naturalmente . E daí, toma clipagem jornalística em ritmo MTV entre os fatos históricos brasileiros e os sucupirenses, com direito a desfile de políticos reais como Jãnio Quadros, João Goulart, Tancredo Neves e Lula. Afe! Há nas tramas de Dias Gomes - autor da peça - como também nas de Jorge Amado, um casamento perfeito entre política e gente de cor local. E por mais que em primeiro momento os personagens dos autores pareçam apenas arquetípicos, estabelece-se um pronto olhar amoroso e de reconhecimento, como se todos eles fossem nossos vizinhos de porta. Só que nada disso sobreviveu nessa adaptação desastrosa, em que nem o elenco de grandes atores se salva. Todos já sabem suficientemente do que é capaz gente como Marco Nanini - que também deu vida ao personagem no teatro, Andréa Beltrão, Drica Moraes e Zezé Polessa - essa última está um pouco melhor. Por isso, o que eles mostram em cena só acentua o nosso desagrado. Para ficar em apenas em um exemplo, nem precisa ir ao cinema, basta lembrar-se de Beltrão no seriado A Grande Família ou na minissérie O Som e a Fúria para saber quão extraordinária atriz ela é. Daí cabe a pergunta: o que fizeram com ela aqui? E o que dizer do Zeca Diabo de José Wilker? Ou mesmo de Tonico Pereira, um GRANDE ator, mas aqui reduzido a uma cabeleira desgrenhada que chama mais atenção do que todo o resto que faz? Matheus Nachtergaele, com um Dirceu Borboleta diverso do de Eliliano Queiroz, é um dos poucos que se salva. Muito se falou na possível dificuldade de assimilação do filme, já que O Bem Amado da TV está enraizado no imaginário popular, assim como o Odorico de Paulo Gracindo e o Zeca Diabo de Lima Duarte. Bobagem. Grandes obras podem ser reinventadas, só que infelizmente aqui o pressentimento vingou, culpa tanto da direção como do roteiro equivocados. O Bem Amado deve ter uma ou duas tiradas engraçadas - e todas na boca de Edmilson Barros, como o coveiro bêbado Moleza. De resto, o de sempre nessas comédias de pretenso cunho popular - essa aqui com um orçamento nada popular de quase 10 milhões - como a trilha sonora com Caetano Veloso e releituras moderninhas para sucessos que muitos desavisados chamam de brega. Ah, a trama... Como todo mundo sabe, conta a história do prefeito corrupto Odorico Paraguaçu, que faz da construção do cemitério em Sucupira sua principal plataforma política. E para isso não poupa no orçamento, e também no caixa dois. Só que ninguém morre na cidade, a obra se torna um elefante branco, fato que vira prato cheio para a oposição. Há, ainda, toda uma fauna de personagens que circula em torno do político. Depois do interessantíssimo Romance (2007), que, infelizmente, pouca gente foi ver, Guel Arraes almejou muito com esse O Bem Amado, mas fez pouco. Principalmente levando em conta o tamanho do seu talento. Bola fora e caríssima.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

domingo, 12 de setembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (211)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

211 - Gaúcho Negro (1991), de Jessel Buss +

Haja paciência! Enquanto Xuxa Meneghel interditou Amor Estranho Amor (1982), de Walter Hugo Khouri, a única obra artística que realizou na vida inteira, seja na telona ou na telinha, suas outras bombas ficam pipocando por aí. Como esse Gaúcho Negro, que ela produziu na década de 1990 para decantar sua terra natal, o Rio Grande do Sul. Só que o resultado chinfrim é quase uma afronta ao solo de tantos artistas geniais, como o romancista Érico Veríssimo, o poeta Mário Quintana, e os atores Paulo José e Liliam Lemmertz. O filme é narrado por Xuxa, que conta em roda de crianças - o título de rainha dos baixinhos é osso que não larga nem a pau - a lenda do cavaleiro justiceiro que varou os pampas para proteger os colonos que tinham suas terras roubadas por um poderoso coronel. Na calada da noite, os jagunços do malfeitor incendeiam fazendas e roubam o gado, a fim de que o patrão se apodere de mais e mais terras na garrucha e no grito. Há ainda, em meio a tudo isso, personagens que vivem no povoado, como o protagonista - o músico Gaúcho da Fronteira, a professora Letícia Spiller, o atrapalhado Pinduca Gomes, e os jovens Juliana Baroni, Hique Gomes e Egon Jr, todos eles envolvidos, de uma forma ou de outra, nos acontecimentos do lugar. E, claro, churrasco e chimarrão a rodo. Toda essa frágil trama ainda reserva espaço para palco de verdade, onde se apresentam os talentos da terra, como Renato Borghetti, Nico Nocolaiewsky, a banda Nenhum de Nós, grupos folclóricos e o próprio Gaúcho da Fronteira - ainda que a canção-tema da lavra de Michael Sullivan e Paula Massadas seja defendida mesmo é pela paraibana Roberta Miranda. O cineasta Riograndense Jessel Buss, que já havia trabalhado em funções diversas em filmes de Nelson Pereira dos Santos, André Luis Oliveira e José Alvarenga Jr e estreou em longas com a comédia Sexo Frágil (1987), realiza aqui um filme de encomenda dos mais chulés, com o herói - de vestimenta preta meio a la Zorro - resfolegando no cavalo com fundo de por do sol e outras imagens clichês. A carioca Letícia Spiller - que ainda era paquita na época, como também Juliana Baroni, Egon Jr e Hique Gomes (Cláudio Heinrich) - definitivamente não dá sorte em seus filmes sobre a cultura do sul do país. Ou alguém vai esquecer algum dia que ela foi também protagonista de A Paixão de Jacobina (2002), de Fábio Barreto? Valha-nos Deus!

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie deusas (146)


Cyd Charisse.







Nu!!!