domingo, 12 de setembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (211)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

211 - Gaúcho Negro (1991), de Jessel Buss +

Haja paciência! Enquanto Xuxa Meneghel interditou Amor Estranho Amor (1982), de Walter Hugo Khouri, a única obra artística que realizou na vida inteira, seja na telona ou na telinha, suas outras bombas ficam pipocando por aí. Como esse Gaúcho Negro, que ela produziu na década de 1990 para decantar sua terra natal, o Rio Grande do Sul. Só que o resultado chinfrim é quase uma afronta ao solo de tantos artistas geniais, como o romancista Érico Veríssimo, o poeta Mário Quintana, e os atores Paulo José e Liliam Lemmertz. O filme é narrado por Xuxa, que conta em roda de crianças - o título de rainha dos baixinhos é osso que não larga nem a pau - a lenda do cavaleiro justiceiro que varou os pampas para proteger os colonos que tinham suas terras roubadas por um poderoso coronel. Na calada da noite, os jagunços do malfeitor incendeiam fazendas e roubam o gado, a fim de que o patrão se apodere de mais e mais terras na garrucha e no grito. Há ainda, em meio a tudo isso, personagens que vivem no povoado, como o protagonista - o músico Gaúcho da Fronteira, a professora Letícia Spiller, o atrapalhado Pinduca Gomes, e os jovens Juliana Baroni, Hique Gomes e Egon Jr, todos eles envolvidos, de uma forma ou de outra, nos acontecimentos do lugar. E, claro, churrasco e chimarrão a rodo. Toda essa frágil trama ainda reserva espaço para palco de verdade, onde se apresentam os talentos da terra, como Renato Borghetti, Nico Nocolaiewsky, a banda Nenhum de Nós, grupos folclóricos e o próprio Gaúcho da Fronteira - ainda que a canção-tema da lavra de Michael Sullivan e Paula Massadas seja defendida mesmo é pela paraibana Roberta Miranda. O cineasta Riograndense Jessel Buss, que já havia trabalhado em funções diversas em filmes de Nelson Pereira dos Santos, André Luis Oliveira e José Alvarenga Jr e estreou em longas com a comédia Sexo Frágil (1987), realiza aqui um filme de encomenda dos mais chulés, com o herói - de vestimenta preta meio a la Zorro - resfolegando no cavalo com fundo de por do sol e outras imagens clichês. A carioca Letícia Spiller - que ainda era paquita na época, como também Juliana Baroni, Egon Jr e Hique Gomes (Cláudio Heinrich) - definitivamente não dá sorte em seus filmes sobre a cultura do sul do país. Ou alguém vai esquecer algum dia que ela foi também protagonista de A Paixão de Jacobina (2002), de Fábio Barreto? Valha-nos Deus!

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

4 comentários:

  1. Adilson, eu havia me esquecido completamente da existência deste filme! Não vou dizer que seu post foi uma boa lembrança, mas que me fez rir, fez. Cada coisa que esse pessoal já fez!

    []s!

    ResponderExcluir
  2. Caro Sérgio,
    Até eu mesmo acho que exagero com essa minha paixão incondicional pelo cinema brasileiro rsrs
    E esse Gaúcho Negro é de cópia em VHS que já tenho há mais de 12 anos. Pode uma coisa dessa? rsrs
    Ás vezes penso que só eu mesmo para assistir filmes como esses e ainda escrever sobre eles.
    Mas no fundo gosto e acho que estou fazendo meu papel de pesquisador.
    Abração amigo.

    ResponderExcluir
  3. Renato
    Vasculhando minhas duzentas e tantas fitas VHS, achei esse filme, resolvi ver e escrever sobre ele.
    Dureza, viu rsrs
    Bom vê-lo por aqui.
    Abraço

    ResponderExcluir