
Zé Renato é ótimo compositor, é um dos maiores cantores brasileiros, e um dos mais bonitos - tenho alguns de seus discos, com predileção pelo que apresenta repertório de Noel Rosa e Chico Buarque.
Fiu ao belo teatro do Museu da Pampulha para assistir show gratuito de lançamento de seu disco dedicado à Jovem Guarda - ele confessou que não consegue falar CD, que sempre fala disco, e me senti confortado, pois vários amigos tiram troça de mim quando falo assim.
É claro que estava lotado, e como é de praxe nesse projeto, o show teve garantida uma segunda sessão.
É a primeiro vez que fui assistir a esse ciclo de shows no Museu, porque além de ser um pouco distante, é na manhã de domingo, e por ser gratuito tem que chegar cedo para conseguir lugar.
Mas como era de Zé Renato não quis perder de jeito nenhum, e fui com um amigo querido.
Só que Zé Renato estava gripadíssimo, o que prejudicou bastante a apresentação - mas sem tirar seu encanto - pois seu estilo de cantar e sua voz que vai ao agudo e ao falsete são suas marcas.
Rômulo Gomes e João Castilho, músicos habituais de Maria Bethânia, acompanharam a apresentação do cantor, e, em muitos momentos, Rômulo teve que ajudá-lo a cantar, principalmente nas notas altas.
Em vário momentos, protestou, em tom de brincadeira e lamento, o fato de Roberto Carlos não ter liberado suas composições para que ele gravasse nesse tributo à Jovem Guarda - mas que cantaria algumas no show.
Mas ainda assim foi um belo show e perfeito para uma manhã de domingo de inverno, com cara de verão, em um dos mais belos cartões-postais de BH.