
Subterrãneos (2004),
de José Eduardo Belmonte.
Grande revelação do Cinema da Retomada, José Eduardo Belmonte é dono de uma filmografia provocante e desesperada.
Tenho paixão por Se Nada Mais der Certo, com os deuses Rosanne Mullholand e Eucir de Souza, gosto de A Concepção e de Meu Mundo em Perigo.
Mas foi na Mostra de Cinema de Tiradentes que pude ver, finalmente, seu primeiro longa, Subterrâneos.
Que maravilha.
Está ali todo o talento do cineasta, em um filme acachapante, em que dois personagens surtam e perambulam pelo Conic - prédio comercial de Brasília, interpretados com brilho por Murilo Grossi (foto) - ator fetiche de Belmonte, e Cibele Amaral - antiga produtora e sócia.
E é de Subeterrâneos dus sequências fabulosas:
- a personagem Ângela cantarolando a música Meu Limão Meu Limoeiro em frente a um porteiro do prédio sem saber o que fazer com aquela doida varrida a sua frente.
- o personagem Breno, que durantes suas perambulações pelos porões do prédio, encontra o documentarista Giovani vivido Por Nicola Siri e seu ajudante, e diz que ele, Breno, é puta, que Giovani é puta, que todo mundo é puta e entra no baheiro, que está com a porta aberta, olha no espelho e diz para Giovani:
- me come.
Filme arrebatador.