sábado, 14 de março de 2009

série grandes filmes (6)


O Estranho que nós amamos (1971),
de Don Siegel.

Clint Eastwood tem inúmeros grandes filmes no curriculo, seja apenas como ator, seja como diretor, ou ainda como ator e diretor.

Mas para mim nenhum é mais inesquecível que O Estranho que nós Amamos, em que ele é um soldado do norte ferido durante a Guerra Civil Americana, que é socorrido por uma garota e vai parar em um internato feminino de sulistas.

E lá, fica à mercê de um grupo de mulheres de diferentes idades às voltas com a explosão da sexualiade. Ainda no elenco, Elizabeth Hartman e uma Geraldine Page em estado de graça.

Uma obra-prima.

direita (2)


Relendo a maravilhosa entrevista que a GRANDE Ruth de Souza concedeu para mim no site Mulheres do Cinema Brasileiro, em maio de 2005, parei e fiquei refletindo sobre o que ela me disse em certo momento:


"Então, sorte por Deus ter me dado talento. Deus tem sido generoso comigo, e eu também sou teimosa, e se estou até hoje é porque gostam do meu trabalho. Eu fui pioneira na televisão, na Tupi e depois na Globo, onde já estou há 38 anos, nela que acabou de fazer 40. Tive sorte também por ter tido um grande patrão como o Roberto Marinho, que deu uma ordem para que ninguém que tenha começado com ele e que tenha mais de 50 anos fosse demitido da Globo. "

E relembro também o famoso episódio em que o apresentador Flávio Cavalcanti escondeu Leila Diniz em sua casa, então perseguida pela ditadura.

Paulo Francis, Clodovil, Hebe Camargo, Roberto Marinho, Flávio Cavalcanti...

As pessoas são mais complexas do que a gente imagina.

pau famoso


A peça Dona Flor e Seus Dois Maridos, com Carol Castro, Marcelo Faria e Duda Ribeiro, retornou a BH e pude, finalmente, assistir.


Mas não gostei não. Achei caricato demais, sobretudo todos os coadjuvantes.

Marcelo Faria e Duda Ribeiro também pesam na composição.

A única econômica na composição é Carol Castro, e por isso se sai bem, apesar de esquecer o sotaque vez ou outra e não ser um vulcão contido de sensualidade como foi Sõnia Braga no filme de Bruno Barreto, por exemplo.

Porque nunca li o romance de Jorge Amado, só tinha visto o filme, sucesso absoluto do cinema brasileiro, mas para o qual boa parte da crítica torce o nariz - eu sempre gostei. E também não vejo essa caricatura exarcebada no filme.

Marcelo Faria fica nu em cena, e se nudez explícita chama atenção, ainda mais quando o pau é famoso. Já Carol Castro só mostra os seios e, mesmo assim, de forma discreta.

Para variar, o público aplaudiu o espetáculo de pé, o que virou moda, né?
Pois aplaudiram até o prefeito, presença anunciada por Marcelo Faria nos agradecimentos.


quinta-feira, 12 de março de 2009

série deusas (16)


Dorothy Lamour.



Nu!!!

encontros históricos em 1985


série grandes atores (9)


Claudio Cavalcanti.


Dono de um estilo muito próprio de atuar, Claudio Cavalcanti sempre foi presença de destaque nas novelas e nos filmes.

Na TV, fez história como Jerônimo em Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair - além de brilhar em muitas outras.

No cinema, felizmente, já fez muitos filmes, sobretudo nos anos 70, quando foi dirigido por cineastas como Victor di Mello, Alberto Pieralisi, Paulo Roberto Martins e Carlos Alberto de Souza Barros.

E é no cinema uma de suas atuações inesquecíveis como o tímido obcecado sexualmente por melancias no episódio Vereda Tropical (foto), dirigido por Joaquim Pedro de Andrade.

O segmento faz parte do filme Contos Eróticos, em 1977, em que ele faz uma parceria deliciosa com Cristina Aché.

joaquim


Eu nem acabei ainda de gravar os filmes do Glauber que o Canal Brasil está exibindo e eles já anunciaram para abril mais uma retrospectiva sensacional:
- Joaquim Pedro de Andrade.

Será exibida a obra completa dele, toda remasterizada, além de um documentário dirigido pela sua filha, a cineasta Alice de Andrade.

Que beleza, pois vem aí Couro de Gato, O Padre e a Moça (foto), Guerra Conjugal, Vereda Tropical e muito mais.

São Canal Brasil!

bh rural


O Menino da Porteira, de Jeremias Moreira, estreou bem e ficou em terceiro lugar no índice geral nesse final de semana. Segundo a Filme B, que analisa o mercado, o filme fez 128.090 pagantes, o que dá uma média de 446 pessoas por cópia - foi lançado em 270 salas.

Nada mal, pois ficou atrás apenas de Quem Quer Ser Um Milionário, o grande vencedor do Oscar - com 1.068 pagantes por cópia; e de Watchmen - com 862 pagantes por cópia.

O Menino da Porteira fez sucesso sobretudo no interior de São Paulo, em cidades como Campinas, Jundiái, Sorocaba e Santos, e também em Recife.

Mas a surpresa maior foi saber onde ele bombou mais:
- Friburgo e Belo Horizonte.
Isso mesmo, BH ficou bem na fita.

Os cariocas não quiseram saber, o filme foi mal por lá.

quarta-feira, 11 de março de 2009

ocaso


A Revista Playboy sempre teve seu lugar - suas entrevistas, por exemplo, fizeram história.

E levava para suas capas algumas das mulheres mais desejadas da época, como Sônia Braga, Vera Fischer, Lucélia Santos, Lídia Brondi, Bruna Lombardi e Maitê Proença.

Teve época também em que aproveitava os acontecimentos espetaculosos e, divertida, tirava a roupa das protagonistas desses episódios, como aquela Fogueteira, ou tirava a roupa das cantoras, como Elba Ramalho, Gal Costa e Marina Lima.

Ou ainda apostava na beleza madura de mulheres como Suzana Vieira e Yoná Magalhães.

Mas de uns tempos para cá....

Ou eram as moças do Axé ou agora são as moças dos BBB.

Como disse um amigo ao saber que viria Sheila Carvalho de novo:
- Decadência.

direita



Eles têm a face da direita.

Mas ainda assim me despertam ou já me despertaram interesse.

Por que?

O primeiro dizia coisas horríveis e preconceituosas:
- mas não resistia em dar uma espiada na sua escrita.

O segundo diz coisas horríveis e preconceituosas:
- mas apesar de tudo sempre achei divertido, sobretudo antes de ficar tão religioso.

E a terceira...
- bom, ainda que ache louvável a sua permanência na TV por tantas décadas e, atualmente, com 80 anos, há muito deixei de gostar e de achar a mínima graça.

série deusas (15)


Angela Basset.


Nu!!!

a nível de (2)


Como já me fizeram várias perguntas sobre as séries do Insensatez, vão aí algumas explicações:

1 - não tem atrizes brasileiras na série deusas porque afinal eu tenho um site todo dedicado à elas - Mulheres do Cinema Brasileiro, um dos insetos aí ao lado;

2 - não tem atores estrangeiros na série grandes atores exatamente por não ter um site dedicado aos homens brasileiros e há muito tempo eu queria homenagear vários;

3 - não tem filmes brasileiros na série grandes filmes porque no site eu já falo, mesmo que indiretamente, sobre vários;

4 - não tem filmes estrangeiros na série prólogos, aberturas e sequências favoritas porque o cinema brasileiro é a minha paixão primeira e são dele os prólogos, aberturas e sequências que guardo para todo o sempre;

5 - a série grandes livros continuará misturando nacionalidades, ela abarca literatura brasileira e estrangeira;

6 - a série grandes novelas trata de um típico produto brasileiro que marcou a minha vida na infância e na adolescência, e algumas também na fase adulta - devo fazer uma série de seriados, e aí sim terão vez os estrangeiros;

7 - a nova série, o ator e a personagem, vai misturar astros e personagens brasileiros e estrangeiros.

E por fim, como também já tentaram me corrigir, é lógico que o português ruim do título desse post é uma ironia com essa expressão que, durante um tempo, virou mania nacional, né?

série o ator e a personagem


Darlene Glória é Geni.



Toda Nudez Será Castigada (1973),dirigido por Arnaldo Jabor.


uma nova série


Milton Nascimento compôs a música Canções e Momentos especialmente para Maria Bethânia, depois de ouvi-la maravilhado cantando Na Primeira Manhã, de Alceu Valença.

Bethânia gravou Canções e Momentos no disco Dezembros, e convidou Milton para cantar com ela.

A música diz assim:

"Há canções e há momentos
Eu não sei como explicar
Em que a voz é um instrumento
Que eu não posso controlar
Ela vai ao infinito
Ela amarra todos nós
E é um só sentimento
Na platéia e na voz
Há canções e há momentos
Em que a voz vem da raiz
Eu não sei se quando triste
Ou se quando sou feliz
Eu só sei que há momentos
Que se casa com canção
De fazer tal casamento
Vive a minha profissão "

Pois então, fazendo um paralelo com o cinema, tem personagens que parecem que nasceram para determinado ator ou atriz - e em algumas vezes foram criados mesmo. Mas, independente disso, esses exemplos de casamento perfeito entre intérprete e personagem dificultam nossa imaginação em achar outro artista para aquele determinado papel - e na maioria das vezes a gente nem quer pensar em outro.

Por isso, o Insensatez inicia nova série, O Ator e a Personagem, que começa no próximo post.

manga, a moça e a mocidade


Carlos Manga é, ao lado de Watson Macedo, sinônimo de chanchadas de alto quilate - Matar ou Correr; Nem Sansão, Nem Dalila; De Vento em Popa; e O Homem do Sputinik são alguns exemplos. E fez filmes de outros gêneros também, como o mítico O Marginal.

Há mais de uma década, bate ponto na Globo como diretor de minisséries, novelas e programas sensacionais como O Sítio do Picapau Amarelo - e dizem que sabe ser bem bravo.

Mas o que tem me divertido, e muito, é a chamada da nova temporada do programa Sem Frescura, do Paulo César Peréio, no Canal Brasil, justamente com o Manga.

Peréio, sacana, faz trocadilho com o fato de Manga dar ou não dar entrevista para ele. Mas o melhor é a explicação de Manga dizendo que lógico que daria, que na verdade é porque ele nunca o chamou, que só não dá entrevista para aquela moça que perguntou para ele assim:

- O que você fez na sua mocidade?

É de morrer de rir da cara travessa de ofendido de Carlos Manga ao dizer isso, para depois completar dizendo que foi embora e nunca mais voltou.

terça-feira, 10 de março de 2009

série grandes atores (8)


Milton Moraes.


Milton Moraes morreu jovem, com apenas 63 anos, em 1993.


E a TV e o cinema perderam um ator extraordinário, capaz de dar verossimelhança a qualquer personagem que caísse em suas mãos.

E na telinha fez isso, como o inesquecível Jofre, de Dancin´ Days.

Já na telona, quem pode se esquecer do Peixoto de Bonitinha, mas Ordinária, de Braz Chediak, e sua parceria explosiva com Lucélia Santos?

GRANDE!

(Na foto, com Teresinha Sodré com O Homem de Papel, de Carlos Coimbra).

o belo barracão de simone e elizeth


Na época da campanha eleitoral de Fernando Collor de Mello versus Lula, foi praticamente impossível não pegar birra da cantora Simone.

E eu, que sempre gostei dela, também peguei. Afinal, ainda que jamais tenha me filiado ao PT, sempre votei no partido - e continua votando até hoje.

Mas passado algum tempo voltei a ficar apaixonado por ela e corri a comprar seus discos, pois tinha parado a minha coleção. Mas sei que muita gente jamais a perdoou, como uma amiga querida minha, que tem ojeriza dela até hoje.

Para mim são águas passadas, e Simone voltou a ser a GRANDE cantora que sempre achei.

E no youtube, sempre no youtube, encontrei essa gravação linda com essa rainha aí acima, ainda do ínico da década de 70 e, portanto, também início da carreira de Simone.

Uma beleza:


série grandes filmes (5)


Um Dia Muito Especial,
de Ettore Scola.

Nesse belíssimo filme, não é apenas Hitler que se encontra com Mussolini na Itália em 1938. Há também o encontro de dois deuses do cinema italiano e mundial:
- Sophia Loren e Marcello Mastroianni.

Ela é uma dona de casa e ele um radialista homossexual.

E durante o encontro dos dois fascistas, os dois mundos até então estanques desses personagens se aproximam e se revelam.

Uma obra-prima!

segunda-feira, 9 de março de 2009

série deusas (14)


Jean Seberg.



Nu!!!

deserto feliz


Estreou em Belo Horizonte, inacreditavelmente com apenas uma sessão, um dos melhores filmes que assisti no ano passado: Deserto Feliz, de Paulo Caldas.

E mesmo sendo um programador, não consegui mudar esse estado de coisas.

Pena para o filme, que é GRANDE, e pena para o público.

Paulo Caldas fala de contrabando de animais e turismo sexual no Recife, com enfâse no segundo assunto e, sobretudo, na personagem Jéssica, interpretada com brilho por Nash Laila (foto) - entrevistei essa jovem e talentosa atriz no meu site Mulheres do Cinema Brasileiro.

E ainda tem a deusa Hermila Guedes no elenco - é impossível tirar os olhos dela em cada cena que está.

GRANDE filme.

o menino da porteira


Assisti ontem O Menino da Porteira, de Jeremias Moreira, remake do filme dirigido pelo mesmo cineasta nos anos 70, só que agora com Daniel vivendo o boiadeiro no lugar que foi de Sérgio Reis - e é curioso que Daniel também vem aí no remake da novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa, também em personagem que foi de Sérgio Reis.


Gostei do filme, mas sem achá-lo uma Brastemp.

Acho que O Menino da Porteira é um filme, que pelo seu modelo, aposta na emoção, ainda que não queira conduzir o espectador, conscientemente ou não. Só que não me emocionei muito não.


É um filme bem feito? É. A ficha técnica é de primeira? É, tem Pedro Farkas, Marjorie Gueller, Adrian Cooper. E tem bom elenco? Sim. José de Abreu em ótimo momento; atores de peso e ótimos - Rosi Campos, Eucir de Souza, Claudia Missura, Vanessa Giácomo, Antonio Edson; e boa presença de Daniel.


E tem também trilha sonora ótima, com Tocando em Frente, Disparada, India, O Menino da Porteira - razão de ser do filme, e, sobretudo, Meu Querido Santo Antonio, com Carlos Careqa, em uma das sequências mais bonitas do filme.


Mas ainda assim achei que faltou alguma coisa.
Um pouco mais de alma, talvez.

socorro nobre


Leio no Blog do Polvo - um dos insetos favoritos aí ao lado -, em texto do polvo Leonardo Amaral, de Paris, que Walter Salles concedeu uma Master Class no Forum das Imagens, daquela cidade.


Outro dia, um outro polvo, o querido Leo Cunha, me fez ver que Walter Salles não é tão desancado em bloco pela crítica não, como tenho a impressão que seja - e sempre tive mesmo, sempre achei que a crítica diminui o trabalho dele, com aquele papo de que ele tem um olhar condescendente e paternaliza a perififeria. Mas Leo Cunha diz que não, pelo menos não no o Linha de Passe.


E Leonardo escreve algo que Walter disse e que foi sempre o que pensei dele:

... "A citação borgeana passa pela necessidade do homem em sempre nomear aquilo que é inominável. Salles usou tal recorrência para dizer de seu cinema, de sua busca por aquilo e por aqueles que ele não exatamente conhece, e, para tanto, citou filmes como Central do Brasil, Linha de Passe ou mesmo Socorro Nobre, obras nas quais ele procurou adentrar um universo para ele desconhecido, que, de alguma forma, o fez descobrir a si mesmo e ao Brasil." (ver texto completo).


E o que me chamou atenção também no registro do Leonardo, é que Walter exibiu trechos de Socorro Nobre em sua master class. Gosto dos filmes do Walter, de todos eles, mesmo que faça ressalvas aqui e acolá - e gosto desde A Grande Arte, filme controverso, mas onde já se vê o cineasta que se anuncia, como na bela personagem de Giulia Gan e seu relacionamento com o fotógrafo; e a trajetória de Cássia Kiss naquele trem.


Mas sempre achei que seu GRANDE filme é Socorro Nobre. Está ali, nesse média-metragem, o melhor Walter. E me comovo sempre que vejo

domingo, 8 de março de 2009

dia internacional da mulher


Só deu mulher nos últimos posts.


Mas como hoje é o Dia Internacional da Mulher,
nada melhor que homenageá-las com essa GRANDE para todo o sempre.


E afinal, como diz Rita
"toda mulher é meio Leila Diniz"

tetê


Hoje de manhã, no Parque Municipal de Belo Horizonte, teve show de Tetê Espíndola.

É uma produção bem legal do Sesc-MG, que também já trouxe outras ótimas cantoras que ficam longe da grande mídia - assisti uma edição com Dóris Monteiro e Cláudia Telles que foi um luxo só.


Tetê Espíndola continua com a garganta poderosa, mesmo tendo passado dos 50 anos, quando se sabe os agudos vão dando lugar aos graves - pelo menos dizem isso.


Foi um show bem bacana e eu que nunca tinha visto um dela, gostei muito. E o cenário perfeito, porque ninguém saúda a natureza mais que ela em sua arte do canto, e estava ali todo a exuberância do parque municipal aos seus e aos nossos pés.

Fora que ninguém canta Sertaneja como ela.

diana


Uma das mulheres mais lindas do planeta!


E não é só Michael Jackson que tem fixação por ela não.
Eu também estou na fila.




E aqui, em uma de suas músicas que mais amo:
http://www.youtube.com/watch?v=aVlbbk4SPC4