sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

série prólogos, aberturas e sequências favoritas (3)


Ficou muito famosa a cena final de Falsa Loura, de Carlos Reichenbach, em que Rosanne Mulhlolland mostra porque é mesmo, ao lado de Hermila Guedes, a grande revelação cinematográfica dos anos 2000.


Mas quero destacar é a abertura, que já me fez gostar do filme desde os primeiros acordes.

É sensacional ver aquela dança das meninas, enquanto a câmera passeia para lá e para cá.

Realmente genial!

nhac!


Quando adultos, tendemos achar que a infância é uma maravilha.

Mas a psicanálise e os filmes de Bergman, Saura, Guillermo del Toro e Jean Claude Lauzon estão por aí a nos relembrar que não é bem assim.

Mas se há uma lembrança gostosa da minha infância é a dessa menina aí acima, com aquele bocão inacreditável fazendo NHAC!

O único senão é que eu, que nunca fui muito chegado à margarina - e tampouco à manteiga -, acho que a retirei do meu cardápio diário de tanto que comi claybom quando garoto.

Mas a boa lembrança permanece.

série deusas (2)


Isabelle Adjani.



Nu!!!

os diamantes são eternos (adendo)


Ingrato!

Como pude me esquecer do volume da Wanderléa na série 20 super sucessos e que adoro tanto?

O repertório é de matar:
- Prova de Fogo;
- Pare o Casamento;
- Ternura;
- Eu já nem sei;
- Boa-noite meu bem;

e mais a obra-prima Na Hora da Raiva,
turbinada composição de Roberto e Erasmo.

"Na hora da raiva
Eu lhe disse tudo
Na hora da raiva
Eu rasguei o verbo
E falei de tudo
Aquilo que sentia
E o que eu não queria
Eu falei também
Levantei da cama e vesti a roupa
Não me conhecia
Estava quase louca
Fui até a porta e antes de sair
Voltei com o pretexto de me despedir
Na hora da raiva
Não pensei em nada
Perdi a cabeça e descontrolada
Peguei minhas coisas, gritei
"Vou me embora"
Te disse umas tantas
Só pra te agredir
Mas você me pegou
Com aquele seu jeito
Me puxou com força
Me apertou no peito
E como acontece quando a gente ama
Me esqueci da raiva e acabei na cama
Você faz de mim o que bem quer
Eu não me importo no que der
Eu quero apenas seu amor
Não importa o jeito que eu vivo
Se sou isso ou sou aquilo
Só sei que sou tua mulher"
Demais!

os diamantes são eternos












Adoro essa série 20 Super Sucessos.
Tenho vários volumes, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Fagner...
Mas tenho paixão, sobretudo, por cinco:

- o da Gretchen, que alguém, talvez minha marota mãe, me perguntou "uai, mas ela tem 20 sucessos?";

- o da Amelinha, cantora que adoro - que maravilhas são Gemedeira, Foi Deus que fez você, Flor da Paisagem, Frevo Mulher, aquela dos versos "é assim, que eu te sinto perto de mim" - e que me esqueci o nome agora, e, SOBRETUDO, Galope Rasante e Mulher nova bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor;

- o da Terezinha de Jesus, onde anda essa cantora sensacional? Recentemente Simone e Zélia Duncan revisitaram Vento Nordeste - que já foi gravada lindamente por Simone- no show que fizeram juntas, mas a gravação de Terezinha para essa inspirada canção continua imbatível. Amo também Coração Imprudente, que ela canta com o autor, Paulinho da Viola, Pra Incendiar seu coração, Curare, e Cigano - que é obra-prima de interpretação;

- o da Diana, que amo, e admirei ainda mais o GRANDE Karim Ainouz - melhor cineasta da Retomada, ao lado de Beto Brant, Tata Amaral e Eliane Caffé - depois que ele colocou a canção Tudo que eu tenho na abertura do magnífico "O Céu de Suely" - e que em breve estará na minha série prólogos, aberturas e sequências favoritas. E o disco ainda tem Fatalidade, Porque brigamos e Ainda queima a esperança. Precisa mais?;

- o da Vanusa, minha cantora para sempre cult - inclusive, já a homenageei aqui na série grandes novelas com Cinderela 77. O discão de Vanusa está cheio de clássicos: Mensagem, Manhãs de Setembro, Paralelas, Súplica Cearense, Pra Nunca Mais Chorar, e a OBRA-PRIMA SUPREMA - Mudanças.

Relíquias preciosas.

buummm!!!



Nunca tive uma arma de fogo em mãos.

O máximo de aproximação foi quando um assaltante invadiu, de arma em punho - será que era de plástico? (acho que não, isso é clichê de filme) -, o ônibus em que estava certa noite por volta das 23h.

Mas ontem, indo para a UFMG - onde tenho trabalho na Rádio - vi parte de um canhão frente a uma base militar e isso me rememorou lembranças da mais tenra infância.

Quando criança, era fascinado pelo dito, mesmo que o achasse misterioso por demais e ficasse tentando entender como seria seu baque em um corpo físico, quando o via em filmes.

Nunca gostei de guerras, ainda que tivesse fixação por um filme - Uma Ponte Longe Demais -, e que nem me lembro se cheguei a assistir, mas adivinhava sua presença em possível explosão dela, a ponte.

Ao lado do canhão, me fascinava também o dinamite, tanto aquele nos trilhos de trem onde prendiam o herói de carne e osso, como também naquele em que, invariavelmente, se debatia a deliciosa Pénelope Charmosa.

série grandes atores (2)



Helber Rangel





Se temos muitas atrizes essencialmente cinematográficas,
quando o assunto é ator é impossível não pensar nesse que sempre foi GRANDE.

Quem já assistiu filmes como Os Condenados, Joanna Francesa (na foto com Jeanne Moreau), A Queda, Perdida,
J. S. Brown - O Último Herói, Cabaret Mineiro e
Luz del Fuego sabe do que estou falando.

E foi Quincas Borba no último filme do mestre Roberto Santos - com quem fez também Os Amantes da chuva.

Estupendo!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

psiu


Depois do fotógrafo sem noção na apresentação de Dias Felizes, ontem tive que enfrentar zum zum zuns de platéia querendo ser ruidosa em Dolores, ainda que os psius se avolumassem.

Mas o pior, além da conversa em pleno espetáculo, é ouvir o conteúdo desses blás.

E ontem, mal a luz se apagou, uma espectadora exclamou:
- Aí, que escuro horrível!

Pode?

dolores



Quando a Mimulus Cia de Dança surgiu, o sucesso popular se deu de cara. Eu fui ver, achei bonito, mas não vi nenhuma Brastemp muito diferente do que já via em dança de salão.

Mas aí a Mimulus foi fazendo outros trabalhos, o público foi reconfirmando o aplauso, e os espetáculos foram me seduzindo cada vez mais.

Ontem, ao assistir pela primeira vez Dolores, em que a cia visita o universo de Almodovar - e que trilha! - fiquei realmente de queixo caído com o lugar em que Jomar Mesquita e seus bailarinos chegaram.


Maravilhoso!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

série grandes novelas (2)


João Emanuel Carneiro e Elizabeth Jhin podem mesmo ter seus talentos, mas quando olho para trás e vejo novelistas como Ivani Ribeiro, Walter George Durst e Jorge Andrade - só para ficar no trio predileto - dá mesmo para suspirar.

Jorge Andrade então era uma coisa.
Na infância, adolescência e primeira juventude fui, como a maior parte dos brasileiros, muito noveleiro.

E se há novela que me chapou foi Gaivotas, de Jorge Andrade.
Toda a ação se passava em uma ou pouco mais semanas e o público não sabia qual era a intenção do protagonista, se era se vingar ou realmente se reaproximar dos colegas do tempo de escola.

Gaivotas foi exibida na Tupi, em 1978, quando estava de 15 para 16 anos.
Era época de ditadura brava, mas o início de consciência política para mim só viria em 1980, quando comecei a trabalhar como office-boy - primeiro trabalho de carteira assinada, já que bicos eram feitos desde os sete anos.

Lembro-me nitidamente dessa novela estranha e fascinante e de minha mãe dizer que ela só tinha coroa - Rubens de Falco, Yoná Magalhães, Isabel Ribeiro, Márcia Real, Berta Zemmel, John Herbert, Altair Lima, Cleyde Yáconis, Paulo Goulart, Laura Cardoso, Elizabeth Gasper, Gésio Amadeu, Wilson Fragoso, Serafin Gonzales, Abraão Faarc, Paulo Hesse, Sônia Oiticicca.

Mas tinhas jovens sim, poucos mas tinha: Paulo Castelli, Edson Celulari, Cristina Mullins, Haroldo Botta...

Me lembro de passagens inteiras dessa novela.
E lá, nos 15 anos, já achava Jorge Andrade gênio.

furacão alcina


Ai ai ai.

Como estava em viagem de volta de Tiradentes no domingo, não pude assistir ao show que a Maria Alcina fez em BH, com repertório de carnaval.

Quase morri de tristeza.

Um GRANDE amigo foi, adorou, e disse que foram duas apresentações lotadas.

Sempre gostei desse furacão.
E amo a interpretação dela para a música sobre esse moço ai acima.
Maravilha de Fio.

série deusas (1)


Sophia Loren.

Nu!!!

50 vezes rei


São cinquenta anos de carreira desse que é maior cantor brasileiro - vem depois, Ney Matogrosso e Caetano Veloso. E como somos férteis em compositores (temos muitos geniais), compõe um trio predileto ao lado de Chico Buarque e Tom Jobim.

Roberto Carlos fez a primeira gravação em 1959.
E hoje, 50 anos depois, me emociona tanto quanto da primeira vez que o ouvi.

Tem hordas que adoram dizer "gosto, mas da fase Jovem Guarda" - ainda que suspeite que cantarolem Caminhoneiro no escurinho com ardor.

Eu amo o Roberto Carlos pré Jovem Guarda - do disco Louco por você, que tenho (e tenho mais uns 45 cds), o Jovem Guarda, o romântico, o sensual, o caminhoneiro, e o das gordinhas e mulheres de 30.

Quando ouço suas músicas no cinema brasileiro então, como em Matou a Família e Foi ao Cinema, do Julio Bressane, e Os Sete Gatinhos, de Neville D´Almeida, vou ao céu.

É para sempre Rei!

a rita


Que Rita Clemente é uma diretora de teatro notável eu já sabia.

Adoro todos os espetáculos dirigidos por ela que assisti: Dias de Verão (O Clube), Nesta Data Querida (Luna Lunera), Amores Surdos (o melhor Espanca) e Rubros: Vestido, Bandeira, Batom (Cia Bárbara).

Só não sabia que é também extraordinária atriz.

Assisti ontem "Dias Felizes", sua concepção personalíssima da obra de Samuel Becket e fiquei apaixonado pelo espetáculo. É denso, é moderno, é inteligente, é uma beleza.

Em tempo: só atrapalhou um fotógrafo que tirou fotos o espetáculo inteeeeeiro, duelando com seus cliques o mergulho na peça ou a exasperação com seus incômodos sons - um querido amigo, inclusive, espinafrou o dito ao final do espetáculo, que disse simplesmente que era convidado da produção (o pior).

Mas Dias Felizes sobreviveu.
GRANDE espetáculo!