quinta-feira, 17 de março de 2011

serie grandes damas da tv (98)


Ruthinéa de Moraes.





Salve Salve!

terça-feira, 15 de março de 2011

longas brasileiros em 2011 (13)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

013 - Elza (2009), de Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan ***

Lembram-se do bordão de Luiza Erundina, quando Prefeita de São Paulo “sou mulher, nordestina e governadora de uma das maiores cidade do mundo” ? Pois então, muita gente também vê quase um bordão em Elza Soares quando ela fala sobre sua vida “sou negra, favelada etc”. Como ela já contou em muitas entrevistas – e também na biografia escrita por José Louzeiro “Elza Soares – Cantando para não enlouquecer” – sua trágica, atribulada e vitoriosa trajetória, às vezes o relato pode nos soar repetitivo . Ainda que ele seja sempre necessário para quem não sabe sobre sua história e possa ver que a vida pode ser mesma complexa e inacreditavelmente surpreendente. É essa cilada que o documentário Elza, de Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan, evita ao focar seu relato, sobretudo, na música de Elza. E aí, realmente, a mulata assanhada enche a tela. Tá lá no documentário o começo de tudo, o famoso episódio do Programa Ary Barroso e o Planeta Fome. Mas logo logo o que se vê é a trajetória musical dessa deusa negra que encheu de suingue e de técnica particularíssima o cenário da música brasileira. E aí toma encontros nas telas com desde nomes esperados, como João de Aquino, Jorge Benjor e Caetano Veloso, até bela parceria com o samba dolente de Paulinho da Viola e uma inesperada Maria Bethânia. Esse último encontro possibilita longa e divertida sequência em que a carioca e a baiana cantem e brinquem ao som de músicas vomo Samba da Benção, de Vinícius de Moraes, e Samba da Minha Terra, de Dorival Caymmi, em que elas esbanjam malícia, sedução e faceirice. Tudo, claro, ao som de suas gargantas poderosas. É um encontro maravilhoso. E histórico! O doc ainda conta com depoimentos de José Miguel Visnik, Mart´nália, Elton Medeiros e outros. O filme Elza foca a cantora Elza plena em sua música. E está aí seu maior acerto.

+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

segunda-feira, 14 de março de 2011

longas brasileiros em 2011 (12)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

012 - O Gerente (2010), de Paulo Cézar Saraceni ****

O carioca Paulo Cézar Saraceni, um dos criadores do Cinema Novo, tem filmografia com pontos altíssimos na cinematografia brasileira. Basta citar de cara o curta Arraial do Cabo (1959) – co-dirigido com Mário Carneiro, e os longas Porto das Caixas (1962), O Desafio (1965), A Casa Assassinada (1970) e O Viajante (1999). Uma característica marcante em sua trajetória é o fascinio pela obra do genial escritor Lúcio Cardoso, visitado três vezes no cinema- Porto, Casa e O Viajante- , sendo todos os filmes protagonizados por grandes atrizes – respectivamente, Irma Alvarez, Norma Bengell e Marília Pêra. O cineasta dirigiu agora O Gerente, uma surpreendente aposta total na poesia, com investigação de linguagem que resultou em belos planos-sequências, mas sem o filtro extremamente pop que ronda uma quase nova mania na recuperação desse recurso pela produção atual. Há inúmeras cenas banhadas em beleza, mas uma de encanto maior coloca Ney Latorraca – o protagonista – em dança com inventiva exploração de recurso espacial com Letícia Spiller. Spiller, por sinal, está linda e anos-luz do mico A Paixão e Jacobina Jacobina (2002), de Fábio Barreto – aliás, impossível não pensar como sua beleza poderia ter sido maravilhosamente explorada na tela por Walter Hugo Khouri. Aqui, a fruição pela chave da realidade é uma cilada, pois parece interessar ao cineasta muito mais a forma como contar do que propriamente o contar - o que, afinal, está na essência do cinema. O Gerente é baseado em conto de Carlos Drummond de Andrade, e toda a modernidade do poeta é perseguida, como se Saraceni optasse pelo registro poético da prosa do conto. Aliás, O Gerente é, na verdade, o primeiro roteiro que Saraceni escreveu – em 1952 -, mas não havia filmado. Na trama, Ney Latorraca é um gerente de banco que tem um estranho e incontrolável hábito: o de morder a mão das damas. Isso em plenos anos 1950, para escândalo da sociedade local. Ana Maria Nascimento Silva – esposa de Saraceni há mais de 30 anos – é a protagonista feminina, e que cruzará definitivamente o caminho de Latorraca. Outras beldades como Letícia Spiller e Simone Spoladore – ótima como sempre – também estão em cena, além de presença de Joana Fomm, uma das melhores atrizes brasileiras. Na trilha, o luxo de João Gilberto em novas interpretações para as música Louco, de Wilson Batista e Henrique de Almeida, e a canção-tema desse blog e a preferida desse escriba, Insensatez, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo