sábado, 28 de agosto de 2010

longas brasileiros em 2010 (197)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

197 - Veias e Vinhos - Uma História Brasileira (2003/2006), de João Batista de Andrade ***1/2

João Batista de Andrade filmou O Tronco em Pirenópolis, Goiás, e foi ali que fundou sua nova produtora - Oeste Filmes Brasileiros - e onde, ná epoca, criou o FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. Depois de dirigir Rua Seis, S/Nº, que foi rodado em Brasília, voltou às locações em Goiás para filmar esse Veias e Vinhos - Uma História Brasileira. Adaptado do romance do escritor goiano Miguel Jorge, a trama é baseada em fatos reais acontecidos em Goiânia na virada dos anos 1950 para os 60. Leonardo Vieira chega à cidade com grandes ambições de melhoria de vida para sua família, formada por Simone Spoladore e três crianças - depois ainda tem mais um. De cara bate na porta de Antonio Petrim, agiota do pedaço, para fazer empréstimo de grana que o possibilitará abrir armazém, que tocará com a esposa e o irmão Leopoldo Pacheco. No dia da inauguração, o capitão de polícia Celso Frateschi prende o marginal Zecarlos Machado no comércio, e a partir daí passa olhar ameaçadoramente para a família, que desconfia comunista, e também para os fregueses, entre eles o motorista Ailton Graça e o morador de rua José Dumont. Essas relações perigosas vão deflagrar onda de violência incontrolável. Em Veias e Vinhos está lá o olhar sempre político, mas nunca partidário, de João Batista de Andrade. O cineasta consegue imprimir, ao longo de todo o filme, um clima subterrâneo de tensão percebido tanto pela personagem de Simone Spoladore, a jovem esposa assolada por pesadelos de mau agouro, e também por quem está do lado de cá da tela. Vez ou outra a trama fica um tanto dispersa, como a presença da avó Eva Wilma, sempre grande atriz, mas sem sentido na espinha dorsal do que é mostrado. Veias e Vinhos tem trama situada nos anos que precederam o golpe militar, e se o oeste do Brasil é ainda hoje região assolada por matadores, ali a serpente encontraria ninho perfeito. Enquanto os personagens colocam pôsters de Getúlio Vargas e de JK na parede, e assistem a posse de João Goulart na TV acreditando como promessa de tempos melhores, toda uma força oculta, e noutras nem tanto, estrutura-se para mostrar, com sangue e morte, quem é mesmo o dono do lugar. Quando ainda se preparava para filmar Veias e Vinhos, o cineasta declarou em sua biografia "Alguma Solidão e Muitas Histórias" - Coleção Aplauso, de Maria do Rosário Caetano - que veríamos no filme "a política entrando porta adentro das casas simples, com suas incertezas, ameças, esperanças e, principalmente, violências, muitas violência". A promessa foi cumprida.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie deusas (143)


Loretta Young.




Nu!!!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

longas brasileiros em 2010 (196)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

196 - O Seminarista (1976), de Geraldo Santos Pereira *****

Nascido em Ouro Preto, Minas Gerais, em 15 de agosto de 1825, o romancista e poeta Bernardo Guimarães fez sucesso na telinha e na telona um século e meio depois de seu nascimento. E tudo na mesma época. O romance Escrava Isaura (1875) virou novela de Gilberto Braga em 1976/77; já O Seminarista (1872) foi adaptado pelo cineasta, também mineiro, Geraldo Santos Pereira, em 1976 e lançado em 1977. Como se sabe, a novela foi sucesso no Brasil, correu mundo, e fez de Lucélia Santos ídolo na China e em Cuba. Já o filme foi grande sucesso de bilheteria do cinema brasileiro naquele ano e arrebatou o APCA de Melhor Filme e de Melhor Figurino (Silvia Sangirardi) e o Governador do Estado de São Paulo de Melhor Trilha (Edino Krieger). Eduardo Machado e Louise Cardoso são amigos de infância, época em que passeavam pela fazenda de Nildo Parente e Lídia Mattos, pais dele, e onde ela mora como agregada com a mãe Liana Duval. Só que o moço foi prometido pelo pai para ser padre, daí tem que ir para o seminário, mesmo que lá gaste seus dias muito mais escrevendo poemas para a amiga que lendo os ensinamentos bíblicos, para profundo desgosto do padre-diretor Raul Cortez. E é lá que Machado vai descobrir que ama a amiga, certeza que será maior ainda quando reencontrá-la em férias já moça feita e descobrir que é correspondido. Só que o autoritário pai dele não desistirá fácil de seu objetivo. O Seminarista poderia afogar em melodrama se não fosse a forma discreta e elegante como Geraldo Santos Pereira conduz a trama. E que é para sempre atual, pois descortina a hipocrisia que envolve gorda parcela do catolicismo, em questões como celibato, vocação e imposição de designios quase sempre bem distantes daqueles que seriam verdadeiramente cristãos. Segundo o cineasta, o ator Marcos Paulo era quem faria o seminarista Eugênio, mas foi substituído muito bem por Eduardo Machado - que também seria alguns anos depois o protagonista de outro filme mineiro, o belo Idolatrada (1983), de Paulo Augusto Gomes. Louise Cardoso, belíssima em seus 22 aninhos, foi outro acerto de escalação. Quando os dois, unha e carne na infância e um tanto mais carne na juventude, fazem juras de amor nos matinhos da fazenda, acreditamos piamente naquele entrecho amoroso e ficamos o tempo todo torcendo pelo casal. Mesmo que o vento que açoita aquelas montanhas opressoras de Minas - as locações foram em Ouro Preto, Mariana e no Caraça - corte feito gelo do cóccix até o pescoço e a gente tema, desde o início, pelo destino do casal. Belíssimo filme de amor.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie grandes damas da tv (74)


Elizângela.





Salve Salve!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

post esquizofrênico



Vez ou outra, Sérgio Alpendre publica postagem em seu blog com o título acima, e sempre me divirto com a salada que ele faz.

Imitando o amigo, segue aqui uma minha mais ou menos nesse molde.


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Como já registrei em post bem abaixo, a noite de Roberto Carlos com a Banda Del Rey, de Pernambuco, foi divertidíssima.

E continuei me divertindo ao ler a ótima crônica de Silvana Mascagna, amiga e editora do caderno de cultura Magazine, do jornal O Tempo, aqui de BH, com direito à aspas minha e tudo. Ri muito do meu delírio.

Vejam:
http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdEdicao=1767&IdColunaEdicao=12665


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Não gosto mais de ir ao cinema. Mas quando vou, adoro.

O primeiro motivo é porque, como ontem, um sujeito não se intimidou em atender o celular duas vezes durante o filme. E pior, daqueles imensos com luz que mais parece farol de porto. Fora duas vacas que comiam saco gigantesco de pipoca e faziam mais barulho que as próprias estourando na panela.

Mas ainda assim adorei ir porque assisti Tudo Pode Dar Certo, de Woody Allen, e ri muito. E que beleza aquela atriz talentosa e linda linda linda que ele arrumou, heim? Não conhecia, ou se já tinha visto não me lembro.

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Nornalmente, minha TV só fica no Canal Brasil, às vezes com parada no TCM, no Telecine Cult, no Eurochanell, e na TV Brasil.

Só que ultimamente ando vendo muito Globo, pois se já assistia A Vida Alheia, agora fico ligado em A Cura e também, vez ou outra, na novela Passione.

Depois que Ivani Ribeiro, Jorge Andrade, Walter George Durst, Dias Gomes e Cassiano Gabus Mendes morreram, novelistas ótimos mesmo só Gilberto Braga e Silvio de Abreu.

Passione agora vai engatar linha policial, entrecho que Abreu nada de braçada - como esquecer de A Próxima Vítima?

Agora vou ver mais, pois como no cinema, trama policial é tudo de bom.


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Encontro rapidamente com Nísio Teixeira, amigo e antigo professor de cinema meu no curso de jornalismo, e também crítico da Filmes Polvo, e ele me provoca divertido:

"Mas nem o Super Adilson foi capaz de salvar o 400 Contra 1, heim?"

Além de ficar feliz por saber que ele acompanha o Insensatez, ri muito e tive que responder que, no caso desse filme, nem minha fama de super herói salvador do cinema nacional foi capaz de dar jeito.

É troféu abacaxi mesmo!


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Outro dia estava no computer enquanto o Jornal Nacional rolava na TV, mas sem som, enquanto Passione não começava. Daí vi o William Booner fazendo reportagem em Macapá e, pareceu-me, fazendo gracinhas.

Depois, vejo fotos dele sobre a tal reportagem, posando no blog da Patrícia Kogut, de O Globo.

É isso mesmo? Ele agora adotou pinta de pop star?

Ai ai ai. Como aprendi no curso de jornalismo, quando nós, jornalistas, viramos notícia, é porque as coisas não andam nada bem.


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Não é à toa que meu blog chama-se Insensatez, pois além de ser característica minha, mais ainda na primeira juventude, tenho paixão pela música de Vinícius e Tom.

E faço coleção das diferentes versões - tenho com Tom, Sting, Nara, Roberto, Elis, Clara, Nana, e muitos outros.

Outro dia fiquei pensando qual outra música brasileira ficaria nesse panteão. E daí cheguei fácil em cinco:

- Serra da Boa Esperança, com Francisco Alves
- Mágoas de Caboclo, com Nelson Gonçalves
- Olhos nos Olhos, com Maria Bethânia
- As Vitrines, com Chico Buarque
- Bye Bye Brasil, com Chico Buarque

De Roberto Carlos não vale uma, mas uma penca.


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Não falei aqui, mas em ótima festa de aniversário do querido Luquinha, botei perucão black e fui lá sacolejar em noite dedicada ao Chacrinha e com presença de Rita Cadillac em pessoa.

Entrevistei a moça para o Mulheres do Cinema Brasileiro e fiquei mais fã ainda.

Em momento da entrevista, disse que ela passou incólume pela experiência no filme pornô, e perguntei a que ela atribuía o fato de sua imagem não ter ficado arranhada, já que o pornô pode ser visto pelos bacacas de plantão como fim de carreira.

E ela:

- Acho que porque fui clara ao dizer que fiz pelo dinheiro. Certa vez vi a a atriz Neusa Borges em um programa pedindo emprego, pois estava passando dificuldades. Vi, na hora, que ela estava dando audiência para o programa e para a emissora, mas não estava resolvendo seu problema. Eu resolvi o meu.

10!!!


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Domingo tem show com Amelinha no Parque Municipal de BH.
A diva vai cantar com Paulinho Pedra Azul no projeto Sesc MPB, de Pedrinho Alves Madeira.
Não perco de jeito nenhum.


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Quero muito comprar CDs de Kátia, Fernando Mendes, José Augusto e Odair José.
E quero muito o CD da Célia em que ela canta Não se Vá, hit de Jane & Herondi, com Ney Matogrosso.

Preciso passar nas Americanas.


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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

longas brasileiros em 2010 (195)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

195 - O Anjo Nasceu (1969), de Julio Bressane *****

E no princípio era o verbo... Antes de radicalizar sua estética no mergulho abissal da Belair com Rogério Sganzerla, Helena Ignez e toda uma trupe ensandecida, Julio Bressane ainda contava histórias - mas é bom dizer também que um tanto diferentes do usual. E nessa chave fez os longas Cara a Cara (1968) e esse O Anjo Nasceu - já Matou a Família e Foi ao Cinema (1969) tem trama toda calcada em manchetes sensacionalistas de jornais. E na história aqui, Milton Gonçalves e Hugo Carvana são dois gauches tortíssimos a vagar de crime em crime em epopéia de uma quase redenção ao contrário. Quando as coisas ficam feias, o cerco se fecha e a perna de Carvana não pára de sangrar, eles resolvem malocar em casa de praia da granfa Norma Bengell. Essa, que chega com a empregada Maria Gladys, nem imagina que ao virar a chave na fechadura vai botar a si e a outra de corpo e alma em inferno de violência e sadismo. Já virou quase chavão a contraposição de que se no primeiro Cinema Novo os personagens sempre, ao final, caminhavam ou corriam em busca de uma saída, no Cinema Marginal essa possibilidade inexistia. Daí o clima permanente de exasperação e de danação. Em O Anjo Nasceu a exasperação dá as caras em altíssima potência, mas não só em berros vindos de fundo sem fundo, mas também de carne esfolada e de nervos rompidos - e é mesmo quase insuportável ver esse encontro dos dois marginais com as duas donas. Como deve ser insuportável para muita gente também ficar cara a cara - sem trocadilho - com o longuíssimo e belo plano final. Com elenco reduzido, mas em alta combustão, Bressane construiu um pequeno grande filme de horror. Mas não o terror gore que nos faz tapar os olhos, ou abri-los ainda mais dependendo do gosto do freguês, em determinados momentos. Ou mesmo daquele horror construído de climas a nos terrificar os fios tensos. O Anjo Nasceu atiça e revira todos os nossos sentidos e fica quase impossível não sentir o cheiro e o gosto de carnes nunca vocacionadas para o paraíso. É para sempre altamente perturbador. Prêmio da Crítica no Festival de Brasília, o filme marcou o encontro com Maria Gladys, que se tornaria uma das maiores musas de um dos nossos mais polêmicos cineastas. Destaque total para o belíssimo cartaz.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

longas brasileiros em 2010 (194)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

194 - As Amantes de um Homem Proibido (1982), de José Miziara ***

Nuno Leal Mais é o tal homem proibido, e Márcia Maria, Liza Vieira, Regina Tonini e Dirvana Brandão as tais amantes, nesse drama policial de José Miziara. E Nuno é proibido porque fugitivo da polícia depois de sumir de São Paulo com mala de dinheiro roubado de banco e onde matou dois comparsas, inclusive a mulher bandida que amava e que foi usada como escudo. Ele vai parar em Campestre, cidade do interior de Minas Gerais, onde se emprega como caseiro na casa de Márcia, e de quem vira amante. Enquanto o cerco da polícia vai se fechando, ele se envolve ainda com uma prostituta e uma jovem arredia. E há ainda José Miziara como um perigoso cafetão de olho na fortuna do rapaz e que fará de tudo para botar a mão na bolada. Além da direção, Miziara também assina o argumento e roteiro do filme, e é nos diálogos de Márcia Maria, a esposa solitária que vive em casa afastada no campo e é visitada pelo marido só nos finais de semana, que encontra-se alguns senões, sobretudo nas suas cenas amorosas com Nuno. Mas o cineasta tem domínio de direção, e mesmo na composição dos personagens consegue bons resultados, que funciona bem pela ótima escalação do elenco. Liza Vieira se sobressai fazendo um tipo quase selvagem e que vive sendo assediada pelo pai bêbado. Regina Tonini também está muito bem com sua petulância um tanto divertida. Já Márcia Maria, a protagonista feminina, tem personagem bem delineada e com forte carga de dramaticidade - ela voltaria a ter outro personagem de destaque com o diretor em As Intimidades de Analu e Fernanda (1980). O cinema de José Miziara sempre reserva personagens importantes para as mulheres, que não estão ali apenas para tirar a roupa, mas têm função central em muitas de suas tramas - Nádia Lippi no episódio O Furo, de Ninguém Segura Essas Mulheres (1976), Rosemmary e Sílvia Salgado em Meus Homens, Meus Amores (1978), Wanda Stefânia em Mulheres do Cais (1979), Helena Ramos e Márcia Maria em As Intimidades de Analu e Fernanda (1980), e Matilde Mastrangi em Pecado Horizontal (1982) são alguns exemplos dessas personagens com presença destacada. Nesse As Amantes de um Homem Proibido não é diferente, e Nuno vai aprender à força que, ao contrário do que sua imagem viril possa sugerir, o poder pode estar realmente é com a mulher.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie deusas (142)


Joanne Woodward.





Nu!!!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

longas brasileiros em 2010 (193)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

193 - Efigênia dá... Tudo o que tem (1975), de Olivier Perroy ***

Imaginem o Surrealismo de Luis Buñuel transposto para a Boca do Lixo? E no lugar do jantar interminável de O Anjo Exterminador (1962), uma mesa composta por Etty Fraser, Laerte Morrone, Cynira Arruda, e outros, em que a doideira surreal se alia ao pastelão? Pois essa é uma das cenas memoráveis desse aloprado Efigênia dá... Tudo o que tem, de Olivier Perroy, em que até uma Maria Fumaça invade o jantar e todos os convivas têm seus bilhetes picotados pelo chefe da estação. Na trama Etty Frazer é a Efigênia do título, uma milionária excêntrica e apaixonada por Ricardo Petraglia, o astro do rock Divonzir Delarte - enquanto se empaturra de comida na cama, fica alisando a tela ordinária da TV, onde seu astro se apresenta. Por não querer ficar velha, ela marca dia e hora de sua morte, e daí coloca Laerte Morrone, o advogado, para contratar o amado para cantar em seu leito de morte - e no dia fatal, fica sentada no caixão esperando por ele antes de bater as botas. Surpresa maior virá no testamento, em que deixa toda a fortuna para Divonzir, desde que ele se case e em um ano tenha uma filha que deverá ser batizada com o nome da benfeitora. É aí que Petraglia se enrola com Cynira Arruda, a enfermeira da dona, e Nádia Lippi, um antigo amor, na busca dos milhões. Efigênia é filme bacaníssimo desse cineasta nascido na Suiça, mas radicado no Brasil desde criança, e que dirigiu também outros fimes interessantes como Beto Rockfeller (1970) e Janaína, A Virgem Proibida (1972). O problema aqui se dá na medida em que o roteiro - que assina junto com Carlos Alberto de Nóbrega, que faz participação, e Rodolfo Nanni, baseado na peça Olho Mecânico, de A. C. Carvalho - e a direção vão abandonando o registro surrealista e assumindo um tom mais realista. E quase dá com os burros n`água com o final apressado, ainda que o mostrado antes divirta, sobretudo nas atuações um tanto clown de Laerte Morrone - estupendo! - e totalmente canastra intencional de Ricardo Petraglia. E ainda tem Nádia Lippi linda linda linda. As cenas da gravação de Petraglia como Divonzir Duarte na televisão são deliciosas, com Laerte Morrone invadindo estúdios e gravações de novelas e programas de auditório, e esbarrando em gente como Antonio Fagundes e Hebe Camargo. Efigênia Dá... Tudo o que tem é filme criativo e sem amarras na sempre surpreendente produção do cinema popular da década de 1970.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie grandes damas da tv (73)


Ida Gomes.




Salve Salve!

domingo, 22 de agosto de 2010

ser gay é uma benção


Fico vendo, do alto - ou do baixo, para alguns - dos meus quase 47 anos para os evangélicos, e uns tantos católicos, querendo queimar os gays no fogo do inferno, e não me furto a um suspiro profundo.

Como podem achar que somos ceifa priveligada do juízo final se ser gay é uma das maiores bençãos que podem existir?


Sim, é uma benção!

Por não termos prole e outros compromissos do tipo, somos mais soltos e mais senhores de nosso tempo - claro que há heteros assim também, mas aqui generalizo, pois gays somos mais sozinhos.

E quando estou só com meu cachorro aqui em casa, como agora,

- depois de noitada de show maravilhoso com a banda Del Rey de Pernambuco e as canções do Roberto -

e ouvindo Roberta Flack, em alto e bom som,


só posso mesmo perguntar/afirmar:

- Pra que céu?!!!!

Sou um homem feliz.