sábado, 18 de junho de 2011

debate, filme, show na 6ª cineop




"Quando comecei, a única coisa que sabia sobre cinema é que ele não começava com s". Foi assim que Carlos Manga começou sua fala no debate Carlos Manga, um Olhar Paródico, que tematizou sua carreira.



Claro que já foi, de cara, provocando risos na platéia, fato comum em sua presença espirituosa e cheia de energia e carisma nesta 6ª Cineop.

Em mesa ainda formada pelso cineastas Roberto Farias e Oscar Maron Filho, mais Luiz Henrique Severiano Ribeiro, o debate foi mediado por João Luiz Vieira.

Vieira é ótimo, mas sua atuação não foi tão estimulando como é sempre, e quase coube só mesmo a Carlos Manga os melhores momentos do encontro.

Seja quando discorreu sobre sua vida e como começou a carreira - em pouco tempo, já conhecendo as diferentes lentes de cinema -, seja relembrando filmes e personagens.

A menção a Oscarito é muito presente, que ele elenca ao lado dos grandes do mundo, como Chaplin e Tati, e sempre carregado de emoção.

Indagado sobre a produção atual do cinema brasileiro, Manga diz que reconhece a excelência técnica, mas sente falta do rosto brasileiro nesses filmes.

É claro que é um tema complexo, e o verso do poeta, "o Brasil não conhece o Brasil", poderia se aplicar à produção atual?

Bom, é tema para refletir.

O que é histórico é que lá nas chanchadas, quando o Rio era a capital federal, era aquela face que pontuava esse tal "rosto" nacional, e, parece, que o público, ou boa parte dele, se via refletido.

E o que é fundalmente histórico, é que aquela face teve nos desenhos de Manga, Macedo, Burle, Ramos, e tantos outros, projetada nas telas ficou eternizada em cinema popular iressistível e delicioso, mesmo passado mais de meio século.

Foto: Pedro Silveira

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À noite, em meio ao foco dos anos 50, tema desta edição da Cineop com as chanchadas e Carlos Manga, foi a vez de assistir a um filme contemporâneo: Malditos Cartunistas.

Dirigido por Daniel Garcia e Daniel Paiva, o filme é uma produção da caríoca Cavídeo.

Malditos Cartunistas é o tipo de documentário que se sustenta, quase exclusivamente, pela força de seus personagens.

E a fauna ali reunida é poderosa, com nomes como Jaguar, Ziraldo, Laerte, Angeli, Nanny, Adão, Silberman, Maurício de Souza.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

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Depois da programação toda, foi a vez de conferir a atração musical da noite: Orquestra Mineira de Brega.



Decepção total, em um programa que prometia.


O que se viu ali foi o que comumente se vê quando moços e moças voltam seus olhos - e no caso, mal canto - sobre o repertório popular de forma engraçadinha, sem a mínima compreensão sobre aquele recorte.

Boa parte do público parece ter se divertido, já eu não consegui ficar nem meia-hora.

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Na programação de hoje, daqui a pouco, duas ótimas opções:

- exibição de Redenção, de Roberto Pires, no Cine Vila Rica, filme que sempre quis ver.
- exibição de Nem Sansão Nem Dalila, de Manga, em plena praça.


Programação completa aqui:

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Carlos Manga reina na 6ª Cineop





























Muito bom humor na abertura da 6ª Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto, ontem à noite no belo Cine Vila Rica.


E esse humor afiado esteve presente não só no que parece ter virado tradicional, e ótimo, programa de rádio, presente nas aberturas das última edições, mas principalmente pela "performance" do genial diretor de cinema popular, Carlos Manga.

Como se sabe, esta edição tem como tema a Chanchada nos anos 50, momento luminoso do cinema popular carioca. E a homenagem é para Carlos Manga, que está aqui na cidade, com a filha, esposa e parceiros, como Luiz Henrique Severiano Ribeiro, superintendente do grupo que fez história na Atlântida - um dos donos - ao lado de uma galeria de astros, estrelas, cineastas, técnicos, e, claro, filmes inesquecíveis.

Um deles, foi exibido ontem: O Homem do Sputinik (1959), de Manga. Foi emocionante assistir ao delicioso filme, que só cresce em revisão, tendo Manga ali ao lado, três fileiras a frente.

Ele, claro, não ficou durante toda a exibição, mas desde que entrou no palco do Cine Vila Rica, roubou as atenções imediatas, não só do público que lotou o cinema, mas também de nós, imprensa, pesquisadores e amantes das chanhadas.


Manga entrou no cinema puxado em cadeira, já que há grande declive, e aos 83 anos, a locomoção não é tão mais fácil. Mas entrou em grande estilo, cantarolando "Teresa da Praia", que tocava no programa de rádio, nas vozes míticas de Lucio Alves e Dick Farney.


Mas a emoção e a graça viria mesmo ao subir ao palco para receber a homenagem.


Na abertura da cerimônia, reviveu-se alguns momentos das chanchadas com atores, muito bem comandados pela atriz Rose Brant, a apresentadora da noite. Dentre esses momentos, inclusive, a recriação de cena clássica de O Homem do Sputnik, em que Norma Bengell, impagável como a fracesa B.B., seduz um Oscarito subindo pelas paredes de tanta tentação. A cena rolava na tela sem som, e os atores recriavam no palco com as falas, canto e gestos.


E foi numa dessas recriações que Carlos Manga mostrou a verve deliciosa que imprimiu em seus filmes, interagindo de forma não preparada com os atores, arrancando gargallhadas contínuas da platéia.


O cineasta Roberto Farias, que também tinha subido ao palco para a homenagem, protagonizou outro momento marcante, com sincero depoimento de homenagem ao mestre.


Hoje à tarde haverá debate sobre a obra de Manga, contando com a presença dele, Roberto Farias, Luiz Henrique Severiano Ribeiro e também com o cineasta Oscar Maron Filho, em conversa mediada pelo pesquisador e professor João Luiz Vieira.


É encontro para não se perder de jeito nenhum.


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Foto 1 - Leo Lara
Foto 2 - Victor Schwaner
Foto 3 - Pedro Silveira

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Ainda na programação de hoje, exibição de vários filmes, entre longas e médias, dentre eles outro clássico de Manga, Matar ou Correr, e a pre-estreia do documentário Malditos Cartunistas, dirigido por Daniel Garcia e Daniel Paiva - que arrasarm como DJs ontem de madrugada no Cine-Bar.



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Programação completa aqui:


quinta-feira, 16 de junho de 2011





De malas prontas para Ouro Preto, onde acontece até o dia 20 a 6a Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto.


O tema desta edição é Chanchada nos anos 50, e o grande homenageado é o genial Carlos Manga.

Nestes dias, uma programação intensa e gratuita, com exibição de longas, médias e curtas, mais seminários, debates e oficinas.

A Cineop tem como foco o resgate da memória e o cinema patrimônio, e a Universo Produção, realizadora da mostra, recebeu, muito justamente, o Prêmio Especial Preservação, da Academia Brasileira de Cinema, neste ano.



O Insensatez vai fazer a cobertura do que vai rolar por lá.

Fiquem de olho.


Toda a programação está aqui:

zingu! de junho no ar







Está no ar a edição número 46 da Zingu!, com muitas atrações.



Na segunda parte do dossiê sobre montadores, o veterano Gilberto Wagner (foto), com entrevistas, depoimentos e filmografia.


Já no especial Boca Pornô - 30 anos, os 30 anos de Coisas Eróticas e a entrada dos filmes de sexo explícito na Boca do Lixo. Nossa equipe e colaboradores mapearam 15 títulos dos cineastas mais expressivos do gênero na época.


E tem, claro, as colunas tradicionais, com reflexões, trilha sonora e musas de altíssimo quilate.



Está tudo aqui:
revistazingu.net