Aqui em casa, raramente a TV sai do Canal Brasil - a não ser para alguns deleites no TCM e no Telecine Cult.
Mas foi impossível não parar na Globo durante essa semana para assistir a minissérie Dalva & Herivelto - Uma Canção de Amor, de Adelaide Amaral.
Já disse por aqui que ainda que adore a música brasileira como um todo, minha pereferência é totalmente para a Era do Ouro do rádio.
Tenho discos de muitos deuses desse olímpo, como as Irmãs Batista, Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Francisco Alves, Carmen Miranda, Nora Ney, Angela Maria, Elizeth Cardoso, Isaurinha Garcia, Marília Batista, Carmélia Alves, e, claro, Dalva de Oliveira.
Não gosto de acompanhar minissérie e já vai tempo que não acompanho novelas - ainda que vêm aí Sílvio de Abreu e Gilberto Braga, meus autores prediletos.
Não gosto porque a gente fica preso, e, muitas vezes, deixa de sair para acompanhar.
Mas acompanhar Dalva & Herivelto foi realmente irresístivel.
Quando fiquei sabendo que Adriana Esteves ia fazer a Dalva, achei que não tinha nada a ver - gosto muito da atriz, mas não achei similaridade física. Daí meu espanto ao vê-la na minissérie, pois ficou perfeita.
Ainda que ache que a minissérie simplificou um pouco a história, levei numa boa já que o recorte era mesmo a relação dos dois.
Essa Era de Ouro é mesmo um deslumbre, e os números musicais - a cargo da dupla Claudio Botelho e Charles Moeller - foram sensacionais, com todo o glamour dos cassinos. Adoro também os contagiantes programas de rádio.
A Globo, quando quer, é perfeita na produção de ótima teledramaturgia.
Lembro, saudoso, da minissérie A...E..I...O...Urca, que também foi um show.
Como essa Era de Ouro é realmente um arraso, novas produções sobre o período deveriam vir mais à tona.
O público e esses deuses, tão esquecidos, agradeceriam.
