Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
138 - Cazuza - O Tempo Não Pára (2004), de Sandra Werneck e Walter Carvalho ***1/2
Biografias, ainda que seja auto ou cine, nunca querem dizer verdade absoluta, pois narração de fatos não radiografam substancialmente o personagem focado. E está aí a cinebiografia de Lula, Lula, O Filho do Brasil (2009 - Fábio Barreto), que ainda que seja rica em recriação de acontecimentos não nos deixa esquecer disso, pois mais nos distancia que aproxima da compreensão do líder político - mesmo sem levar em conta o mérito ou demérito do filme. Com esse Cazuza - O Tempo não Pára, ainda que em registro completamente diferente e com muito mais talento dos diretores Sandra Werneck e Walter Cavalho, é um pouco disso que acontece. Saímos do filme conhecendo um pouco mais sobre Cazuza? Talvez não, ainda que os realizadores sempre disseram que o objetivo maior do filme era apresentar a história do poeta do rock para as novas gerações. Bem produzido por dois bambas da área, Daniel Filho e Flávio Tambellini e com roteiro de Fernando Bonassi e Victor Navas, o filme tem argumento baseado em livro de Lucinha Araújo, mãe do roqueiro. Cazuza - O Tempo Não Pára conta a história do cantor e compositor desde a fase pré-Barão Vermelho, quando não sabia ainda muito bem o que fazer da vida, até a entrada na banda, mais o trabalho na Som Livre, dirigida pelo pai, João Araújo, e a convivência com Ezequiel Neves, o primeiro a detectar o talento da molecada e que viria a ser produtor dos shows do Barão e da carreira solo de Cazuza. Fala também da convivência com amigos como Bebel Gilberto em noites regadas a sexo, drogas e rock 'n' roll, e da relação com os pais, sobretudo da possessiva relação com Lucinha - em cena emblemática e reveladora um taxista tenta acalmá-la depois de mais uma aprontação de Cazuza dizendo que filhos são assim mesmo, que seus filhos somem mas depois aparecem, no que ela diz taxativa: mas eu sou só tenho ele. E por fim fala da descoberta da AIDS e da difícil convivência com o mal que lhe tiraria de cena em 1990 aos 32 anos e já consagrado como um dos maiores talentos de sua geração. Há lacunas incompreensíveis, como a ausência de alusão a Ney Matogrosso, um dos amantes amados de Cazuza, que ainda que tenha sido seu namorado durante pouco tempo, esteve presente na sua vida profissional desde o primeiro momento até o final - sua gravação de Pro Dia Nascer Feliz divulgou o Barão inicial para o Brasil inteiro, e foi o diretor do último show de Cazuza. E ainda que tenha cenas calientes de Cazuza com meninas e meninos, parece estar anos-luz da realidade - João Araújo chegou a dizer que nessa questão o Cazuza do filme parecia um santo em relação ao seu filho. Um dos destaques maiores é a interpretação de entrega absoluta de Daniel de Oliveira - curiosamente, o ator se especializaria em recriar no cinema pessoas reais, como o Stuart Angel, em Zuzu Angel (2006 - Sérgio Rezende), Santos Dumont no curta 14 Bis (2006 - André Ristum), Frei Beto em Batismo de Sangue (2006 - Helvécio Ratton). Cazuza - O Tempo Não Pára é filme que se assiste com prazer, e ainda que conte com bom elenco - Marieta Severo, Reginaldo Faria, Andréa Beltrão, Emilio de Melo, Leandra Leal - é na interpretação apaixonada de Daniel de Oliveira que se eleva.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
138 - Cazuza - O Tempo Não Pára (2004), de Sandra Werneck e Walter Carvalho ***1/2
Biografias, ainda que seja auto ou cine, nunca querem dizer verdade absoluta, pois narração de fatos não radiografam substancialmente o personagem focado. E está aí a cinebiografia de Lula, Lula, O Filho do Brasil (2009 - Fábio Barreto), que ainda que seja rica em recriação de acontecimentos não nos deixa esquecer disso, pois mais nos distancia que aproxima da compreensão do líder político - mesmo sem levar em conta o mérito ou demérito do filme. Com esse Cazuza - O Tempo não Pára, ainda que em registro completamente diferente e com muito mais talento dos diretores Sandra Werneck e Walter Cavalho, é um pouco disso que acontece. Saímos do filme conhecendo um pouco mais sobre Cazuza? Talvez não, ainda que os realizadores sempre disseram que o objetivo maior do filme era apresentar a história do poeta do rock para as novas gerações. Bem produzido por dois bambas da área, Daniel Filho e Flávio Tambellini e com roteiro de Fernando Bonassi e Victor Navas, o filme tem argumento baseado em livro de Lucinha Araújo, mãe do roqueiro. Cazuza - O Tempo Não Pára conta a história do cantor e compositor desde a fase pré-Barão Vermelho, quando não sabia ainda muito bem o que fazer da vida, até a entrada na banda, mais o trabalho na Som Livre, dirigida pelo pai, João Araújo, e a convivência com Ezequiel Neves, o primeiro a detectar o talento da molecada e que viria a ser produtor dos shows do Barão e da carreira solo de Cazuza. Fala também da convivência com amigos como Bebel Gilberto em noites regadas a sexo, drogas e rock 'n' roll, e da relação com os pais, sobretudo da possessiva relação com Lucinha - em cena emblemática e reveladora um taxista tenta acalmá-la depois de mais uma aprontação de Cazuza dizendo que filhos são assim mesmo, que seus filhos somem mas depois aparecem, no que ela diz taxativa: mas eu sou só tenho ele. E por fim fala da descoberta da AIDS e da difícil convivência com o mal que lhe tiraria de cena em 1990 aos 32 anos e já consagrado como um dos maiores talentos de sua geração. Há lacunas incompreensíveis, como a ausência de alusão a Ney Matogrosso, um dos amantes amados de Cazuza, que ainda que tenha sido seu namorado durante pouco tempo, esteve presente na sua vida profissional desde o primeiro momento até o final - sua gravação de Pro Dia Nascer Feliz divulgou o Barão inicial para o Brasil inteiro, e foi o diretor do último show de Cazuza. E ainda que tenha cenas calientes de Cazuza com meninas e meninos, parece estar anos-luz da realidade - João Araújo chegou a dizer que nessa questão o Cazuza do filme parecia um santo em relação ao seu filho. Um dos destaques maiores é a interpretação de entrega absoluta de Daniel de Oliveira - curiosamente, o ator se especializaria em recriar no cinema pessoas reais, como o Stuart Angel, em Zuzu Angel (2006 - Sérgio Rezende), Santos Dumont no curta 14 Bis (2006 - André Ristum), Frei Beto em Batismo de Sangue (2006 - Helvécio Ratton). Cazuza - O Tempo Não Pára é filme que se assiste com prazer, e ainda que conte com bom elenco - Marieta Severo, Reginaldo Faria, Andréa Beltrão, Emilio de Melo, Leandra Leal - é na interpretação apaixonada de Daniel de Oliveira que se eleva.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
daniel de oliveira é ótimo. está muito bem na pele do italiano de passione. parece aqueles carinhas jovens, muito alegres e paqueradores dos filmes italianos antigos. uma graça! adorei-o como cazuza. mineirinho da nata.
ResponderExcluirRita,
ResponderExcluirO Daniel é mesmo ótimo ator.
Faz bem tudo o que faz.
Você já viu ele fazendo A Festa da Menina Morta, do Matheus Naschtergaele?
É impressionante!
Parece até ser o próprio Matheus fazendo, naquela sua porção mais histérica, sem ser o lado engraçado.
Bjs
não vi não. vou tentar assistir, no meu pouco tempo de sobra.
ResponderExcluirps: já colocou a carmen miranda em suas "séries...". amo!
Rita, não coloquei a Carmen na série Deusas, porque lá só tem atrizes estrangeiras.
ResponderExcluirBjs
ah! não havia percebido isso! (ops, desculpe!) apesar de que ela era portuguesa, né? mas ok!
ResponderExcluirRita,
ResponderExcluirNão era não.
Carmen nasceu em Portugal mas vei para o Brasil com dois anos de idade.
Sempre foi considerada brasileira.
Bjs