Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
075 - Coisa Mais Linda - História e Casos da Bossa Nova, de Paulo Thiago **
(em 2009 - 315 filmes)
075 - Coisa Mais Linda - História e Casos da Bossa Nova, de Paulo Thiago **
Paulo Thiago faz parte de uma lista de cineastas que muita gente adora odiar - Fábio Barreto e Daniel Filho são outros. E, geralmente, falta mesmo culhões em muitos de seus filmes, que quase sempre ficam no meio do caminho. Como esse Coisa Mais Linda, documentário sobre os 40 anos da Bossa Nova. Thiago escolheu Roberto Menescal e Carlos Lyra para serem os anfitriões da festa, e, para isso, criou um roteiro em que os dois contam essa história e esses casos como se estivessem conversando com o espectador. Ainda que os dois compositores, violonistas e cantores sejam autoridades no assunto, o expediente nem sempre funciona, sobretudo quando os dois estão juntos. Os diálogos ali soam um tanto forçados e a busca do coloquial revela-se artimanha manjada e que cansa quem está do lado de cá. Quando cada um vai para um canto, essa impressão incômoda se dissipa um pouco. A Bossa Nova, mais que qualquer outro momento musical do país, é tema batidíssimo - ainda que importantíssimo. Não se fala tanto em Era do Rádio, Jovem Guarda, Tropicalismo, BRock, e tantos outros momentos como ela. Ou melhor, não se fala dessas outras vertentes com tanto garbo como se fala de Bossa Nova. Ainda que ela abrigue gigantes como Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes, Ronaldo Bôscoli, Nara Leão, e o próprio Lyra, ainda assim há um tom de reverência e endeusamento que compromete quase tudo que se fala sobre ela. Não o conteúdo, mas a forma como se fala do conteúdo. A forma como apresentam o objeto. E esse Coisa Mais Linda não foge disso. Daí acrescenta pouco, pois muitas das histórias que estão lá são de amplo conhecimento, a não ser uma informação ou outra. E o material de arquivo não é grande coisa e tampouco os números musicais - um aqui e outro acolá. Daí temos de novo Nelson Motta, Sérgio Cabral, Tárik de Souza e etc etc etc. A forma de falar seria mais interessante, mas aí seria esperar muito mesmo do cinema de Paulo Thiago, sempre com o pé mais fincado nas histórias do que em investimento em estética. Daí ficam de novo loas ao Barquinho e ao O Amor, o Sorriso e a Flor, que, cá para nós, são muitos mais bonitos na vitrola. É muita música para pouco cinema.
Cotações:
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* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
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