Afora as dores da adolescência, desde a fase adulta que aprendi que homossexualidade quer dizer apenas à definição de dicionário - atração por outro do mesmo sexo.
Daí que, desde então, jamais deixei me confundir e me confudirem com algo para além dessa compreensão.
Sei que existe toda uma cultura gay, e afinal somos mesmo quase só cultura, ainda que a natureza vez ou outra cobre seu preço - e estão aí Camile Paglia e os noticiários para não nos fazer esquecer.
E acho até divertido essa cultura gay, ainda que também veja mergulhos mais ou menos profundos nela pelos meus pares.
Reflito sobre isso porque só nessa semana tivemos quatro fatos consideráveis que envolvem a cultura gay.
O primeiro foi a vitória do Dourado no BBB. Mas como jamais vi um programa sequer, apenas um trecho - e fiquei espantado, sobretudo, com a canastrice de Pedro Bial, que todos colocam nas alturas - vou passar ao largo.
Falo de Dourado aqui é só por registro, já que ainda que não tenha a mínima paciência para o BBB, é impossível não saber sobre ele, vide a lavagem cerebral impetrada em cada canto em que nos locomovamos.
Pois o que me interessa mesmo são as afirmações de homossexualiade do cantor Rick Martin e de bissexualidade da atriz Anna Paquim, e a morte da chacrete Lucinha Apache, aos 59 anos.
Quanto a última, não só ela, mas todas as outras chacretes, o Chacrinha, seu jurado e seus calouros e artistas fizeram parte do imaginário de qualquer pessoa em formação na década de 1970.
E como as outras, Lucinha Apache é símbolo dessa divertida cultura gay.
Daí minha birra como as chacretes foram retratadas no documentário de Nelson Hoineff, para mim sem um pingo de olhar amoroso.
Daí minha birra como as chacretes foram retratadas no documentário de Nelson Hoineff, para mim sem um pingo de olhar amoroso.
Mas, ainda bem, Hoineff resgatou essas mulheres-símbolos na bela série que está sendo exibida no Canal Brasil. E ali sim, elas têm o lugar que merecem.
Quanto a Martin e Paquim, acho bacana as afirmações públicas.
Ainda que não ache que os gays tenham que, necessariamente, tornarem públicas preferências, fico feliz quando assim o fazem, pois sempre acreditei em duas coisas:
1 - que está passando da hora das pessoas, gays e não gays, aprenderem que ser gay não modifica em nada uma pessoa. Não as tornam nem menos ou mais homem ou mulher - ainda que a cultura queira reforçar isso o tempo inteiro, como nas expressões "falou igual homem" - argh!
(vejo uma vantagem, que alguns acham exatamente a desvantagem, que é a do não risco de procriação em uma trepada gay, já que com os heteros, ainda que também haja todas as proteções. o risco sempre ocorre. Além de ser quase um dever esperado a procriação para homens e mulheres heteros)
2 - acredito piamente na ações afirmativas. E sei, sem modéstia, que sou referência positiva de homossexualidade para alguns tantos que cruzaram o meu caminho nesses 23 anos de prática sexual, seja nos diferentes trabalhos, escolas, transas, pegações, namoros, etc.
Ninguém precisa ser exemplo para ninguém.
Mas é bom haver referências.
Mas é bom haver referências.
Ainda mais nesses tempos atuais em que coletividade é quase objeto arqueológico.
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