Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
157 - Gal - Do Tropicalismo aos Dias de Hoje (2007), de Carlos Ebert e Marcelo Bartz ***
Dividido em duas partes, o documentário Gal - do Tropicalismo aos dias de hoje faz um olhar sobre Gal Costa, a musa do movimento musical. Na verdade, o filme fala muito mais do tropicalismo em si do que da própria cantora, ainda que os caminhos de ambos sejam indesviáveis. A primeira parte trai um pouco o título pois vai até lá atrás com história de que a mãe de Gal colocava música para ouvir, não só para ela ela como também para a futura cantora ainda na sua barriga. Fala rapidamente da primeira infância, do encontro com os outros baianos no show Nós, Por Exemplo, encenado na Bahia, do encantamento pela Bossa Nova e, sobretudo, por João Gilberto, e depois desaguando no Tropicalismo, sua eclosão e seu significado para a música brasileira. A segunda parte está focada também no movimento, mas abre espaço para os chamados herdeiros - tem hora que parece que todo mundo é herdeiro, na visão de alguns depoentes - como Chico Sciense e Nação Zumbi, Arnaldo Antunes e Chico César. Todo o filme é calcado em depoimentos e os diretores demonstram fôlego ouvindo todos os integrantes da tropicália: Caetano, Gil, os Mutantes Rita Lee e Sérgio Dias, Tom Zé, Capinan, Rogério Duarte, Guilherme Araújo, Julio Medaglia, Lenny Gordon e o midas da gravadora Philips, André Midani - Jards Macalé declara que não é tropicalista, e pede para os cineastas manterem seu desabafo no filme, mas não se recusa a falar bastante; já Tom Zé rouba a cena com suas falas sempre espirituosas e inteligentes. E escuta também personagens da época como Maria Bethânia, Roberto Menescal, Chico Buarque, Toquinho, Tárik de Souza, Scarlet Moon, Marisa Alvarez de Lima e Washington Olivetto - confesso que não entendi muito a presença desse último, mas pelo menos não teve Nelson Motta, cadeira cativa em tudo enquanto é documentário sobre música. Todos eles dão sua visão sobre o Tropicalismo, o que é interessante mas, é forçoso dizer, cansa um pouco lá pelas tantas. Há, durante todo o documentário, números musicais do show Hoje com Gal se apresentando no Barbican, em Londres, que fez monumental exposição/instalação e também shows sobre o Tropicalismo. Há ainda imagens de arquivo, o que nos faz imediatamente comparar a Gal de antes e a de agora, em que a gente pouco reconhece o furacão que ela foi um dia. Não só pela juventude, pois o tempo chega mesmo para todo mundo, mas principalmente pela atitude. Há muito que Gal Costa escolheu ser uma cantora de concerto, pois já disse, mais de uma vez, que o que lhe interessa hoje é estar focada somente no ato de cantar. O filme retrata bem isso ao nos possibilitar vê-la nesses momentos distintos. E é exatamente quando o foco vai para esse segundo momento, o atual, que o interesse diminui tanto pelo filme como por essa que é uma das nossas mais importantes cantoras.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
157 - Gal - Do Tropicalismo aos Dias de Hoje (2007), de Carlos Ebert e Marcelo Bartz ***
Dividido em duas partes, o documentário Gal - do Tropicalismo aos dias de hoje faz um olhar sobre Gal Costa, a musa do movimento musical. Na verdade, o filme fala muito mais do tropicalismo em si do que da própria cantora, ainda que os caminhos de ambos sejam indesviáveis. A primeira parte trai um pouco o título pois vai até lá atrás com história de que a mãe de Gal colocava música para ouvir, não só para ela ela como também para a futura cantora ainda na sua barriga. Fala rapidamente da primeira infância, do encontro com os outros baianos no show Nós, Por Exemplo, encenado na Bahia, do encantamento pela Bossa Nova e, sobretudo, por João Gilberto, e depois desaguando no Tropicalismo, sua eclosão e seu significado para a música brasileira. A segunda parte está focada também no movimento, mas abre espaço para os chamados herdeiros - tem hora que parece que todo mundo é herdeiro, na visão de alguns depoentes - como Chico Sciense e Nação Zumbi, Arnaldo Antunes e Chico César. Todo o filme é calcado em depoimentos e os diretores demonstram fôlego ouvindo todos os integrantes da tropicália: Caetano, Gil, os Mutantes Rita Lee e Sérgio Dias, Tom Zé, Capinan, Rogério Duarte, Guilherme Araújo, Julio Medaglia, Lenny Gordon e o midas da gravadora Philips, André Midani - Jards Macalé declara que não é tropicalista, e pede para os cineastas manterem seu desabafo no filme, mas não se recusa a falar bastante; já Tom Zé rouba a cena com suas falas sempre espirituosas e inteligentes. E escuta também personagens da época como Maria Bethânia, Roberto Menescal, Chico Buarque, Toquinho, Tárik de Souza, Scarlet Moon, Marisa Alvarez de Lima e Washington Olivetto - confesso que não entendi muito a presença desse último, mas pelo menos não teve Nelson Motta, cadeira cativa em tudo enquanto é documentário sobre música. Todos eles dão sua visão sobre o Tropicalismo, o que é interessante mas, é forçoso dizer, cansa um pouco lá pelas tantas. Há, durante todo o documentário, números musicais do show Hoje com Gal se apresentando no Barbican, em Londres, que fez monumental exposição/instalação e também shows sobre o Tropicalismo. Há ainda imagens de arquivo, o que nos faz imediatamente comparar a Gal de antes e a de agora, em que a gente pouco reconhece o furacão que ela foi um dia. Não só pela juventude, pois o tempo chega mesmo para todo mundo, mas principalmente pela atitude. Há muito que Gal Costa escolheu ser uma cantora de concerto, pois já disse, mais de uma vez, que o que lhe interessa hoje é estar focada somente no ato de cantar. O filme retrata bem isso ao nos possibilitar vê-la nesses momentos distintos. E é exatamente quando o foco vai para esse segundo momento, o atual, que o interesse diminui tanto pelo filme como por essa que é uma das nossas mais importantes cantoras.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
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