Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
152 - A Mulher Invisível (2009), de Cláudio Torres *
Ok, nenhum tema deve ser mesmo proibido para o cinema. E mais, ele, o tema, pode vir tanto em roupagem como drama, comédia, sátira, farsa etc., mesmo sendo dos mais cabeludos até os mais complexos. Como a esquizofrenia, que foi focada em sua totalidade no drama americano Uma Mente Brilhante (2001), de Ron Howard, e está também nessa comédia brasileira A Mulher Invisível, de Cláudio Torres. Afora as diferenças de propostas e resultados, o que distingue um de outro é que no primeiro a psicose é assumida e no segundo não. Já que a psicose de Selton Mello encarnada por Luana Piovani é apresentada muito mais como um delírio para provocar graça - daí não se discute tanto a psicose no sujeito e mais as consequências engraçadas provocadas por essa psicose - o que não deixa de ser uma licença para lá de poética. Mas também ok, o cinema não tem que estar subordinado ao politicamente correto, ainda que na vida real, em alguns casos, por mais que alguns esconjurem, seja necessário - pois uma criança, por exemplo, jamais se prostitui, daí a indecência de se falar em prostituição infantil e não em exploração infantil. Em A Mulher Invisível Selton Mello é um controlador de trânsito que entra em depressão depois que Maria Luisa Mendonça, a esposa, o abandona por outro. Tudo muda no dia em que Luana Piovani bate à sua porta pedindo uma xícara de açúcar e a paixão recíproca se instala avassaladoramente. Selton sai debaixo das cobertas e desfila com a beldade por lugares públicos e em momento algum percebe o espanto de todos, como do amigo Vladimir Brichta, e nem os suspiros da vizinha Maria Manuella. É chover no molhado falar do talento de Selton, que pode ir longe tanto no drama - Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho- como na comédia - O Auto da Compadecida (2000), de Guel Arraes. Mas especificamente na comédia é quando ele quer se tornar engraçado que as coisas desandam. Sua verve é genuína e ele não precisaria fazer força nunca para isso - a ótima série de TV, Os Aspones, é exemplo disso. Mas ainda assim algumas vezes ele cai nessa cilada, como nesse Mulher Invisível quando abusa dos carões e, sobretudo, quando eleva a voz em alguns diálogos. Algumas cenas são engraçadas? São, sim senhor, como a da discoteca, a do cinema, e, mais que todas, a da visita de Lucio Mauro, o governador, na firma em que trabalha. Mas ainda assim é muito pouco pelo que se busca - ainda, claro, que grande parte do público que lotou os cinemas não ache isso. Luana Piovani tem cara de cinema, e se já se mostrara deslumbrante em O Homem que Copiava (2003), de Jorge Furtado, aqui está ainda mais linda do que nunca e completamente adequada à sua personagem. Outro grande destaque é Maria Manuella, atriz em ascensão nas telas e que precisa ser mais comentada. E por fim tem Fernanda Torres, que é sempre ótima, mesmo quando faz o mais do mesmo.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
152 - A Mulher Invisível (2009), de Cláudio Torres *
Ok, nenhum tema deve ser mesmo proibido para o cinema. E mais, ele, o tema, pode vir tanto em roupagem como drama, comédia, sátira, farsa etc., mesmo sendo dos mais cabeludos até os mais complexos. Como a esquizofrenia, que foi focada em sua totalidade no drama americano Uma Mente Brilhante (2001), de Ron Howard, e está também nessa comédia brasileira A Mulher Invisível, de Cláudio Torres. Afora as diferenças de propostas e resultados, o que distingue um de outro é que no primeiro a psicose é assumida e no segundo não. Já que a psicose de Selton Mello encarnada por Luana Piovani é apresentada muito mais como um delírio para provocar graça - daí não se discute tanto a psicose no sujeito e mais as consequências engraçadas provocadas por essa psicose - o que não deixa de ser uma licença para lá de poética. Mas também ok, o cinema não tem que estar subordinado ao politicamente correto, ainda que na vida real, em alguns casos, por mais que alguns esconjurem, seja necessário - pois uma criança, por exemplo, jamais se prostitui, daí a indecência de se falar em prostituição infantil e não em exploração infantil. Em A Mulher Invisível Selton Mello é um controlador de trânsito que entra em depressão depois que Maria Luisa Mendonça, a esposa, o abandona por outro. Tudo muda no dia em que Luana Piovani bate à sua porta pedindo uma xícara de açúcar e a paixão recíproca se instala avassaladoramente. Selton sai debaixo das cobertas e desfila com a beldade por lugares públicos e em momento algum percebe o espanto de todos, como do amigo Vladimir Brichta, e nem os suspiros da vizinha Maria Manuella. É chover no molhado falar do talento de Selton, que pode ir longe tanto no drama - Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho- como na comédia - O Auto da Compadecida (2000), de Guel Arraes. Mas especificamente na comédia é quando ele quer se tornar engraçado que as coisas desandam. Sua verve é genuína e ele não precisaria fazer força nunca para isso - a ótima série de TV, Os Aspones, é exemplo disso. Mas ainda assim algumas vezes ele cai nessa cilada, como nesse Mulher Invisível quando abusa dos carões e, sobretudo, quando eleva a voz em alguns diálogos. Algumas cenas são engraçadas? São, sim senhor, como a da discoteca, a do cinema, e, mais que todas, a da visita de Lucio Mauro, o governador, na firma em que trabalha. Mas ainda assim é muito pouco pelo que se busca - ainda, claro, que grande parte do público que lotou os cinemas não ache isso. Luana Piovani tem cara de cinema, e se já se mostrara deslumbrante em O Homem que Copiava (2003), de Jorge Furtado, aqui está ainda mais linda do que nunca e completamente adequada à sua personagem. Outro grande destaque é Maria Manuella, atriz em ascensão nas telas e que precisa ser mais comentada. E por fim tem Fernanda Torres, que é sempre ótima, mesmo quando faz o mais do mesmo.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
A melhor coisa do filme é o Selton Mello mais uma vez tresloucado num papel cômico. No mais...
ResponderExcluirCultura? O lugar é aqui:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Sem duvida foi o melhor texto de já li sobre cinema, em geral. Concorto em falar do talento de Selton Mello. Porém não gostei muito de alguns aspectos que me aprecem desvalorização da mulher,mas isso é outro assunto.
ResponderExcluirO que gostei no filme foi apenas Fernanda Torres,que sempre gostei de vê em comedias,prova disso seria a série Os Normais.
Não gosto do Selton nesse filme não, acho que ele força a barra demais.
ResponderExcluirAliás, não gosto desse filme, que revi, e a única estrela só está aí mesmo por causa dos destaques apontados no texto.
Abs
Pek,
ResponderExcluirSem adentrar nas questões apontadas por você, quero apenas destacar o quanto gosto de Maria Manuella que conheci na peça O Natimorto. Concordo que Luna Piovani tem cara de cinema. Ela está formosíssima neste filme.
Bjs.
Noel,
ResponderExcluirSei que você adora o filme.
Viu que tentei, né? Pois assisti duas vezes.
Mas realmente não me pega.
Bjs
Também não gosto do filme, além disso, fiquei com trauma, pois fui assistir no Shopping Cidade(Adilson,concerteza conhece),havia mil piralhos gritando dentro da sala:-Luana,gostosaaa!
ResponderExcluirNunca fiquei tão arrependida de entrar em uma sala de cinema.
Confesso que ri em algumas cenas, em todas estava Fernanda Torres, esse foi o único motivo que assistir ao filme (minto: também estava na expectativa de vê Marcelo Adnet)que faz uma pequena participação no filme.
Tenho receio (medo) de falar que achei um filme ruim. Fico pensando que as pessoas vão-me "crucificar”. Quanto não gosto, apenas não comento. Já que você falou,também vou falar:Esse filme é muito ruim...
Abços