terça-feira, 6 de julho de 2010

longas brasileiros em 2010 (153)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

153 - Como Nos Livrar do Saco (1973) , de César Ladeira +

Como já foi dito aqui mais de uma vez, o cinema brasileiro da década de 1970 é mesmo surpreendente. Tanto pela diversidade de produções - nada a ver com o, muitas vezes, anódino Cinema da Retomada travestido de diversidade - como também por filmes que ficaram invisíveis e estão aí para serem redescobertos. Agora, é fato também que nesse baú as surpresas podem ser ótimas como também verdadeiros abacaxis, como essa comédia de entrecho policial Como Nos Livrar do Saco. Com argumento de César Ladeira e Marcos Farias, e roteiro de Ladeira, não se entende muito o que se queria com esse filme, pois divertir é, definitivamente, algo que ele não consegue - algo semelhante com o lado pior de Mozael Silveira, que quando afunda o pé, valha-nos Deus. O filme tem um bom elenco - Claudio Cavalcanti, Sandra Barsotti, Mara Rúbia e Cecil Thiré, usa o histrionismo de Amândio Silva Filho, e a pinta de galã meio canastra de Olandivo. Mas nada dá muito certo nessa empreitada, que gasta boa parte do filme para enaltecer as forças armadas do Piauí, onde foi rodado, com direito a personagens na trama e parada militar nos créditos finais. Quem faz essa ponte com a polícia militar local é o personagem trapalhão de Amândio, o soldado Heronides, que terá papel fundamental na solução da trama. Trama? Bom, a trama, como o nome indica, envolve as correrias de Cavalcanti e Olandivo para se livrar do cadáver de Barsotti, que os dois escondem em um saco, sem entender direito como ela bateu as botas. Isso depois dela ter sido, aparentemente, envenenada - fato que eles desconhecem - por duas hóspedes que a gente não sabe quem são, em um hotel onde ela se hospedou com o amante Cavalcanti depois que Thiré, o marido, viajou a negócios. Olandivo, um professor aloprado de filosofia, vem ajudar o amigo, e começam aí as confusões, que envolve ainda Mara Rúbia, a camareira-chefe do hotel. Para completar, tem ainda um outro corpo zanzando para complicar ainda mais a situação. Nesse rocambole, a única salvação da lavoura acaba sendo a boa, e rara, presença da cantora Maria Aparecida defendendo a música Boa Noite em uma feira. A fotografia do filme é de Jorge Monclair, primeiro marido da musa Sandra Barsotti, que ela conheceu nessas filmagens - conforme conta para Andre Ormond em entrevista ao essencial blog Estranho Encontro.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

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