Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
107 - A Banana Mecânica (1974), de Braz Chediak +
O capixaba Carlos Imperial tem grande importância na cultura de massa brasileira, sobretudo na música - da mesma Cachoeiro do Itapemirim de Roberto Carlos, esteve lado a lado do Rei Roberto e do Tremendão Erasmo Carlos no início da carreira e compôs sucessos como Pode Vim Quente Que Eu Estou Fervendo (co-autoria de Eduardo Araújo). Foi ator, cineasta, compositor, jurado de programa de calouros, apresentador, produtor cultural, e, mais que tudo, polêmico irreverente e abusado. No cinema dirigiu pouco mais de meia dúzia de filmes e atuou em cerca de 40. Como nesse A Banana Mecânica que produziu e Braz Chediak dirigiu. No filme ele é Dr. Ferrão, um psicanalista nada orotodoxo que leva suas clientes muito mais para a cama do que para o divã. Enquanto papa todas, pois tem borogodó, saliva por Rosy di Primo, a noiva cobiçada que recusa intimidades com o velhaco a não ser depois do casamento. Dentre os pacientes estão a tia da noiva, em quem ele dedilha o corpo como se fosse um piano erótico e um gay que ele quer transformar em hetero, no melhor estilo pastores evangélicos da atualidade. Pornochanchada das mais sem graça, Banana Mecânica se vale de soluções fáceis e em afirmações de estereótipos em busca do riso. Carlos Imperial empresta sua figura sui generis com a pança generosa e o cabelo na cintura, desfilando para lá e para cá em figurinos bem tipicos dos anos 1970. Mas se em Delícias do Sexo, que ele dirigiu, sua estampa casou como luva no personagem - ainda que o filme seja também muito ruim - aqui ele está alguns tons muito acima, como Maurício do Valle - grande ator - gostava de fazer em alguns papéis babentos e caricatos. Quem se sai melhor no elenco são os veteranos Myriam Pérsia e Ary Fontoura. De musas tem Rosy di Primo, Kate Lyra e Zezé Motta, todas lindas, ainda que em destaque mesmo só Rose, já que Kate desfila sem muita serventia e Zezé como empregada quase só serve para ser bolinada. Ao contrário de que muitos pensam e de muitos registros, Zezé Motta também fez pornochanchada - o outro filme é Um Varão Entre as Mulheres (1974), de Victor di Mello - e em ótimo debate sobre esse período na Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto, deu razão à musa Zilda Mayo quando essa disse que muitos atores e atrizes tem preconceito e escondem as participações que fizeram no gênero, afirmando que ela mesmo, Zezé, quase nunca fala desses filmes. Braz Chediak, que já tinha dirigido a obra-prima Navalha na Carne (1970) voltaria a encantar com as adaptações da obra de Nelson Rodrigues na década de 80. Esse Banana Mecânica, que fez sucesso com quase 300 mil espectadores, é bola fora diante do talento gigantesco que o cineasta já tinha mostrado e mostraria em outros momentos de sua interessante e importante carreira.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
107 - A Banana Mecânica (1974), de Braz Chediak +
O capixaba Carlos Imperial tem grande importância na cultura de massa brasileira, sobretudo na música - da mesma Cachoeiro do Itapemirim de Roberto Carlos, esteve lado a lado do Rei Roberto e do Tremendão Erasmo Carlos no início da carreira e compôs sucessos como Pode Vim Quente Que Eu Estou Fervendo (co-autoria de Eduardo Araújo). Foi ator, cineasta, compositor, jurado de programa de calouros, apresentador, produtor cultural, e, mais que tudo, polêmico irreverente e abusado. No cinema dirigiu pouco mais de meia dúzia de filmes e atuou em cerca de 40. Como nesse A Banana Mecânica que produziu e Braz Chediak dirigiu. No filme ele é Dr. Ferrão, um psicanalista nada orotodoxo que leva suas clientes muito mais para a cama do que para o divã. Enquanto papa todas, pois tem borogodó, saliva por Rosy di Primo, a noiva cobiçada que recusa intimidades com o velhaco a não ser depois do casamento. Dentre os pacientes estão a tia da noiva, em quem ele dedilha o corpo como se fosse um piano erótico e um gay que ele quer transformar em hetero, no melhor estilo pastores evangélicos da atualidade. Pornochanchada das mais sem graça, Banana Mecânica se vale de soluções fáceis e em afirmações de estereótipos em busca do riso. Carlos Imperial empresta sua figura sui generis com a pança generosa e o cabelo na cintura, desfilando para lá e para cá em figurinos bem tipicos dos anos 1970. Mas se em Delícias do Sexo, que ele dirigiu, sua estampa casou como luva no personagem - ainda que o filme seja também muito ruim - aqui ele está alguns tons muito acima, como Maurício do Valle - grande ator - gostava de fazer em alguns papéis babentos e caricatos. Quem se sai melhor no elenco são os veteranos Myriam Pérsia e Ary Fontoura. De musas tem Rosy di Primo, Kate Lyra e Zezé Motta, todas lindas, ainda que em destaque mesmo só Rose, já que Kate desfila sem muita serventia e Zezé como empregada quase só serve para ser bolinada. Ao contrário de que muitos pensam e de muitos registros, Zezé Motta também fez pornochanchada - o outro filme é Um Varão Entre as Mulheres (1974), de Victor di Mello - e em ótimo debate sobre esse período na Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto, deu razão à musa Zilda Mayo quando essa disse que muitos atores e atrizes tem preconceito e escondem as participações que fizeram no gênero, afirmando que ela mesmo, Zezé, quase nunca fala desses filmes. Braz Chediak, que já tinha dirigido a obra-prima Navalha na Carne (1970) voltaria a encantar com as adaptações da obra de Nelson Rodrigues na década de 80. Esse Banana Mecânica, que fez sucesso com quase 300 mil espectadores, é bola fora diante do talento gigantesco que o cineasta já tinha mostrado e mostraria em outros momentos de sua interessante e importante carreira.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
Comecei a assistir domingo no Canal Brasil esse filme. Estava tão ruim que mudei de Canal! Esse não deu pra encarar. E olha que a coisa mais difícil é eu não conseguir assistir um filme até o final.
ResponderExcluirOlá Alexandre.
ResponderExcluirPois é, esse é ruim mesmo.
Um abraço,
Até VIAGEM AO CÉU DA BOCA é muito mais divertido!!!!! (risos).
ResponderExcluirAbração!
E com muito mais possibilidade de leituras.
ResponderExcluirUm abraço
Pô, mas o cartaz é tão legal..hehehe
ResponderExcluirAilton,
ResponderExcluirOs cartazes dessa fase do cinema eram mesmo sensacionais.
Um abraço