segunda-feira, 7 de junho de 2010

crianças











Depois de duas semanas de muito trabalho e andação pelas cidades do interior de Minas Gerais - período em que fiquei, inclusive, um tanto distante do Insensatez, resolvi botar as manguinhas de fora.

Daí, nada como sacolejar em pleno domingo ao lado de amigos queridos e dessa deusa aí.

Salve eternamente Maravilha Elke!

Nu!!!

domingo, 6 de junho de 2010

longas brasileiros em 2010 (132)


Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

132 - Os Trapalhões na Terra dos Monstros (1989), de Flávio Migliaccio **1/2

Os filmes dos Trapalhões foram, com certeza, portas de entrada para muita gente no cinema nacional. Fenônemo que se assemelha, mas de origem completamente diversa pelo conteúdo e por ser na TV, foi o cinema erótico nas noites de Sala Especial e de Cine Privê da Bandeirantes, Manchete e CNT - essas noites apimentadas também formaram muito público para o cinema brasileiro. Nas décadas de 1970 e 80 Os Trapalhões reinaram nas telas, muitas vezes com dois filmes por ano e sempre com bilheteria arrasadora - são das maiores na história do cinema brasileiro e liquidaram muitos arrasa-quarteirões estrangeiros. Realmente era um quarteto dos deuses, pois todos adoráveis: Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Na música Jeito de Corpo do disco Outra Palavras, o mano Caetano acertou em cheio com os versos singelos Eu sou Renato Aragão, santo trapalhão, eu sou Mussum, sou Dedé, Sou Zacarias carinho, pássaro no ninho, tal qual me vê na TV. E era assim mesmo que o grande público amava o quarteto na televisão e corria para vê-los na telona. E se desde a carreira solo de Renato Aragão no cinema como no belo Bonga, O Vagabundo (1971), de Victor Lima, até cults com os quatro como Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko, a diversão estava garantida, do final dos anos 80 até os dias de hoje os filmes foram caindo em qualidade. Mesmo porque Zacarias morreu em 1990, e Mussum em 1994, lacunas terríveis na formação perfeita. Esse Os Trapalhões na Terra dos Monstros, de 1989, prenuncia essa fase de transição. E até mesmo o elenco já se diferencia enormemente dos primeiros filmes, pois se sempre houve espaço para ótimos galãs de quase segundo escalão da TV, como Mário Cardoso e Paulo Ramos, e deusas e ótimas atrizes como Monique Lafond e Louise Cardoso, os filmes do final dos anos 80 para diante vão abrir cada vez mais espaço para o mundo de cores da TV e da música. Daí, em Os Trapalhões na Terra dos Monstros temos Angélica, Conrado, Gugu Liberato, Dominó, além da modelo Vanessa de Oliveira. No filme, Angélica é filha de um magnata da indústria do papel, o GRANDE Benjamin Cattan, e que participa do quadro Sonho Maluco do Programa do Gugu na TV. Seu sonho? fazer um videoclip com a banda Dominó na Pedra da Gávea, Rio de Janeiro, a fim de chamar atenção para a questão da preservação ambiental. E é para lá que ela vai com Conrado para esperar a banda, mas se perde nas cavernas da Pedra. Dedé, Mussum e Zacarias, empregados do pai da moça, capitaneados por Didi, ex-motorista da casa, partem em busca dos desaparecidos. Mas lá na Pedra da Gávea vão descobrir um mundo perdido habitado por fenícios e monstros do bem e do mal. Os Trapalhões na Terra dos Monstros tem bons momentos, seja pela química sempre perfeita do quarteto, ou ainda pela presença dos divertidos monstrinhos do bem Grunks, além de um grandalhão que adora dormir. Mas é quase que despedida de um fascinante e adorável reinado.

Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie deusas (127)


Linda Lovelace.




Nu!!!

sábado, 5 de junho de 2010

longas brasileiros em 2010 (131)


Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

131 - Anuska - Manequim e Mulher (1968), de Francisco Ramalho Jr **1/2

Se já no início da TV, Carlos Alberto e Tarcísio Meira disputavam o posto número 1 de galã, posteriormente a disputa ficou entre Tarcísio Meira, Francisco Cuoco e Cláudio Marzo. Desses três últimos, se Meira e Marzo desenvolveram carreira extensa e importante no cinema, o mesmo não aconteceu com Cuoco - ele só seria realmente descoberto pelo cinema na década de 1990. Daí todo o destaque para a sua beleza viril aos 35 anos nesse Anuska - Manequim e Mulher. Primeiro longa de Francisco Ramalho Jr, cineasta e produtor importantíssimo do cinema nacional, o filme conta a história de Bernardo -Francisco Cuoco, um jornalista que sonha em publicar um livro de contos. Idealista, ele prefere viver na pindaíba a trabalhar e ganhar dinheiro farto na publicidade, até que cai de amores por Anuska -Marília Branco, moça pra frentex, mais ainda virgem, que sonha em ser a manequim mais importante do pedaço. Anuska adora o mundo fervilhante da moda, vibra em ser capa da revista Cláudia, e tem seus projetos futuros de glamour bancados pelo produtor Sábato -Ivan Mesquita, que está de olho nas partes baixas da moça. Também apaixonada por Bernardo, Anuska larga a boa vida oferecida por Sábato, mas as diferenças abissais de temperamento entre os dois vão perturbar e minar o idílio amoroso dos amantes. Anuska - Manequim e Mulher se situa no mundo da moda, coqueluxe dos anos 60 em que reinava o estilista Dener Pamplona de Abreu, dividindo a cena depois com Clodovil Hernandes, muito antes do universo milionário das top models de hoje. Esse universo invadia o cinema em Anuska, e daí quem faz carão para as lentes é a bela modelo Bibi Vogel - que também canta canção do filme - e que faria importante história como atriz na TV e em filmes de Luis Sérgio Person, Ozualdo Candeias, entre outros. Marília Branco, que depois desenvolve carreira no cinema italiano, faz bem a Anuska cintilante mas não consegue segurar muito bem as pontas nas cenas dramáticas. Já Francisco Cuoco, que é um dos produtores associados do filme, está muito bem, e daí a gente fica pensando qual o porquê dos cineastas brasileiros não o terem escalado para outros filmes, já que esse é o único longa dele antes de voltas às telas apenas na década de 90 pelas mãos da Conspiração Filmes, em Traição (1999) - episódio Diabólica, de Cláudio Torres, e em Gêmeas (1999), de Andrucha Waddington. O filme tem ainda aparição meteórica, mas sempre sensacional, da GRANDE Ruthinéa de Moraes como uma prostituta. Baseado no conto Ascensão ao Mundo de Anuska, do livro Depois do Sol, e em mais dois contos não publicados de Ignácio de Loyola Brandão - que assina os diálogos do filme; o roteiro é de Ramalho - Anuska - Manequim e Mulher recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo em 1968 de Melhor Composição para Rogério Duprat.

Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie grandes damas da tv (59)


Yolanda Cardoso.




Salve Salve

sexta-feira, 4 de junho de 2010

longas brasileiros em 2010 (130)


Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

130 - O Judeu (1987/96), de Jom Tob Azulay ****

Como quase toda religião, o catolicismo tem áreas de luz e porões da mais profunda treva. Mas como historicamente é a de maior poder, as ações em cada um desses cômodos tanto podem nos fazer transcender como também arrepiar de medo do cóccix até o pescoço - e daí a gente até se arrepende das vestimentas de anjo nas coroações da infância. Como recentemente nos escândalos globais de pedofilia, ou recuando algumas décadas na intransigência contra o uso da camisinha mesmo com a explosão de morte pela Aids varrendo continentes. E o medo vira pavor quando botamos o olho no período assassino da Inquisição, momento histórico tenebroso abordado por esse belo O Judeu, de Jom Tob Azulay. Produção acidentadíssima que começou em 1987 mas só foi concuída em 1996, o filme viu, ainda em curso, morrer seu protagonista Felipe Pinheiro em 1993, e a mãe dele na trama, a GRANDE Dina Sfat em 1989 - além de outros cinco atores conforme registro no Dicionário de Filmes Brasileiros, de Antônio Leão. Ainda vemos no filme dois atores com personagens importantes e que também nos deixariam depois: José Lewgoy e Fábio Junqueira. O filme é sobre o poeta e dramaturgo Antonio José da Silva (1704 - 1736), conhecido como Judeu. Nascido no Rio de Janeiro, como tantas outras famílias de cristãos novos - judeus convertidos ao catolicismo - a sua também foi levada para Lisboa, onde tantas foram julgadas e mortas pela Inquisição. O filme começa com Antonio José ainda criança e sua descoberta do que é ser cristão novo até o enfrentamento com o Santo Ofício, que encarcera e tortura sua família - mãe - Dina Sfat, prima - Fernanda Torres, mulher - Cristina Aché. Felipe Pinheiro, como quase todo cristão novo, já tinha passado pelas torturas da Inquisição, mas é quando Fábio Junqueira denuncia Fernanda Torres, e quando José Lewgoy, o terrível inquisidor-mor do Santo Ofício, resolve disputar força com a monarquia de Portugal, é que o destino do Judeu e de sua família é selado. José Lewgoy ganhou prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Brasília em 1995 - também ganhou Melhor Filme e Melhor Direção de Arte para Adrian Cooper - e foi mais que merecido. Sua composição de Dom Nuno da Cunha mete medo na gente sem fazer muito esforço. Revelando sua face tenebrosa sempre nas entrelinhas do que fala, seus embates com José Neto, um Dom Marcos em permanente conflito de consciência no julgamento arbitrário de Antonio José e de sua família, trazem à tona todo o poder tenebroso da Igreja Católica e o esforço sem limites para mantê-lo. O carioca Jom Tob Azulay, que vinha dos musicais Os Doces Bárbaros (1977) e Corações a Mil (1983), fez em O Judeu um filme de registro completamente diverso e um grande momento no cinema nacional. A ficha técnica é um luxo só - Cláudio Kahns - co-produção; Geraldo Carneiro, Millôr Fernandes e Givan Pereira - roteiro; Adrian Cooper - direção de arte; Ruy Guerra - supervisão final.

Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

quinta-feira, 3 de junho de 2010

longas brasileiros em 2010 (129)


Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

129 - Ascensão e Queda de um Paquera (1970), de Victor di Mello ***

Ascensão e Queda de um Paquera reúne dois marmanjos na arte, ou na picaretagem, do galanteio: Mário Benvenutti e Cláudio Cavalcanti. O primeiro se casou e deixou as farras para trás, já o segundo só está começando nesse universo. Como Benvenutti é amigo do pai de Cavalcanti, ele se encarrega espontaneamente em tomar conta do rapaz que acabou de chegar no Rio de Janeiro, que por sua vez fará o velhaco voltar à tona e arrumará muita confusão para ambos. Principalmente nas relações com a empregada doméstica Valentina Godoy, apaixonada pelo patrão, e a aspirante à atriz Dilma Lóes, por quem o rapaz vai babar de paixão. Segundo filme de Victor di Mello, um dos diretores mais talentosos de comédias eróticas e erroneamente tascadas de pornochanchadas, Ascensão e Queda de um Paquera tem a assinatura inconfundível do diretor. Sim, pois há nos filmes de di Mello um tom delicioso de picardia e uma certa ingenuidade libertária, traços que ficarão mais evidentes ainda no cult Essa Gostosa Brincadeira a Dois, que o cineasta realizaria em 1974. Muito da graça do filme, que é baseado em texto de Paulo Silvino e tem roteiro de di Mello e Alexandre Pires, vem do elenco. Que bom ator é Claudio Cavalcanti! Inacreditavelmente afastado do cinema, Cavalcanti faz o seu Lobo com verve e entrega juvenil deliciosa. E tem como parceiro Mário Benvenutti, ator notável que pode ser denso como nos filmes de Walter Hugo Khouri, ou divertido como nesse ginecologista Dr. François. O elenco feminino também é bacana, com Valentina Godoy como a empregada Doralina, e Dilma Lóes linda linda linda como a atriz Cláudia - Dilma foi casada com Di Mello na época e estrelou vários de seus filmes, entre eles o citado Essa Gostosa Brincadeira a Dois. Victor di Mello é mais um entre tantos cineastas brasileiros que precisam ser mais reconhecidos e aplaudidos. Dono de comprovado talento, seus filmes são retratos ternos de uma juventude de uma época em quase tudo diferente da de hoje, conservadora e individualista. Mostrou talento também quando apimentou seu cinema no cult Giselle (1980) e quando visitou o cinema policial em O Sequestro (1981), só naufragando mesmo quando se levou a sério demais e fez o equivocado Solidão, Uma História de Amor (1989), seu último filme até agora. Aliás, como pode se ver, Ascensão e Queda de um Paquera é mais um da série Como Eram Belos os Nossos Cartazes!

Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

quarta-feira, 2 de junho de 2010