Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
163 - A Capital dos Mortos (2008), de Tiago Belotti ***
O Secretário Nacional de Audiovisual Newton Cannito defendeu, na semana passada, no Festival de Paulinia, a necessidade do cinema brasileiro realizar filmes de gênero, como de terror e de caubói. Ora, o Secretário está muito mal informado, pois o Cinema de Bordas está aí para comprovar que esse cinema de gênero existe sim e cada vez mais pulsante. E mais, é exatamente por ser de gênero, que, paradoxalmente à fala do secretário, esse cinema continua nas bordas, pois dificilmente os burocratas que selecionam projetos para patrocínio sequer os olham com um mínimo de interesse. Um exemplo do cinema de horror que o Secretário clama, inclusive, está em seu próprio quintal. É Capital do Mortos, dirigido por Tiago Belotti, e com trama passada não apenas em Brasília, mas com a própria cidade como tema. Em 1883, em Turim, um padre prevê a construção de uma nova cidade, moderna e planejada. Mas prevê também que se em três gerações o homem não for absolvido de seus pecados essa mesma cidade será palco do ressuscitar dos mortos que, por fim, a dominará. Bom, saberemos que essa cidade é Brasília, e já antevemos, pela podridão que circula pela planície sem trégua, que a vinda dos mortos-vivos é mais que certa. No filme, acompanhamos a tentativa de sobrevivência de um grupo de amigos em meio à população dividida entre caça e caçador, já que os Zumbis têm fome inesgotável e aos bandos cerceiam qualquer tentativa de fuga. Esse ótimo argumento deu origem a um roteiro criativo assinado por Mikael Bissoni e Beloti. Filme de terror cresce, e muito, quando não está apenas interessado em promover sustos, mas também nos fazer torcer por seus personagens. E é o que acontece nesse A Capital do Mortos, mérito do roteiro, da direção e também dos atores. O filme começa bem, com duas garotas dando um balaço enquanto fazem turismo na cidade do poder, até que os primeiros zumbis aparecem e no melhor estilo homofóbico botam as meninas para correr. Ainda assim de início desconfiamos um tanto da veracidade da trama, pois na primeira parte do filme vemos o grupo de amigos se espantando com a novidade macabra, mas lá ao fundo, nas largas avenidas, o trânsito fluindo normal como se todos estivessem normalmente indo para as repartições para baterem o ponto. Mas é quando a história avança, a cidade dá cada vez mais lugar para os mortos-vivos e já estamos interessados naqueles personagens é que o filme pega mesmo no tranco e nos seduz por completo. A Capital dos Mortos poderia ter uma fotografia melhor, mas o elenco segura bem o filme, sobretudo Yan Klier, Pablo Peixoto, Gustavo Serrate e Laura Moreira.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
163 - A Capital dos Mortos (2008), de Tiago Belotti ***
O Secretário Nacional de Audiovisual Newton Cannito defendeu, na semana passada, no Festival de Paulinia, a necessidade do cinema brasileiro realizar filmes de gênero, como de terror e de caubói. Ora, o Secretário está muito mal informado, pois o Cinema de Bordas está aí para comprovar que esse cinema de gênero existe sim e cada vez mais pulsante. E mais, é exatamente por ser de gênero, que, paradoxalmente à fala do secretário, esse cinema continua nas bordas, pois dificilmente os burocratas que selecionam projetos para patrocínio sequer os olham com um mínimo de interesse. Um exemplo do cinema de horror que o Secretário clama, inclusive, está em seu próprio quintal. É Capital do Mortos, dirigido por Tiago Belotti, e com trama passada não apenas em Brasília, mas com a própria cidade como tema. Em 1883, em Turim, um padre prevê a construção de uma nova cidade, moderna e planejada. Mas prevê também que se em três gerações o homem não for absolvido de seus pecados essa mesma cidade será palco do ressuscitar dos mortos que, por fim, a dominará. Bom, saberemos que essa cidade é Brasília, e já antevemos, pela podridão que circula pela planície sem trégua, que a vinda dos mortos-vivos é mais que certa. No filme, acompanhamos a tentativa de sobrevivência de um grupo de amigos em meio à população dividida entre caça e caçador, já que os Zumbis têm fome inesgotável e aos bandos cerceiam qualquer tentativa de fuga. Esse ótimo argumento deu origem a um roteiro criativo assinado por Mikael Bissoni e Beloti. Filme de terror cresce, e muito, quando não está apenas interessado em promover sustos, mas também nos fazer torcer por seus personagens. E é o que acontece nesse A Capital do Mortos, mérito do roteiro, da direção e também dos atores. O filme começa bem, com duas garotas dando um balaço enquanto fazem turismo na cidade do poder, até que os primeiros zumbis aparecem e no melhor estilo homofóbico botam as meninas para correr. Ainda assim de início desconfiamos um tanto da veracidade da trama, pois na primeira parte do filme vemos o grupo de amigos se espantando com a novidade macabra, mas lá ao fundo, nas largas avenidas, o trânsito fluindo normal como se todos estivessem normalmente indo para as repartições para baterem o ponto. Mas é quando a história avança, a cidade dá cada vez mais lugar para os mortos-vivos e já estamos interessados naqueles personagens é que o filme pega mesmo no tranco e nos seduz por completo. A Capital dos Mortos poderia ter uma fotografia melhor, mas o elenco segura bem o filme, sobretudo Yan Klier, Pablo Peixoto, Gustavo Serrate e Laura Moreira.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
Onde você viu esse, Adilson?
ResponderExcluirSérgio, foi um amigo que baixou na net.
ResponderExcluirJá que eu jamais baixei um filme, antes de tudo por pura incompetência.
Um abraço