quinta-feira, 15 de julho de 2010

longas brasileiros em 2010 (160)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

160 - O Donzelo (1971), de Stefan Wohl ****

Stefan Wohl nasceu em Viena, Austria, em 1934, mas com 12 anos desembarca no Brasil e fica por aqui. Faz TV, publicidade, teatro. No cinema, dirige três filmes, um episódio e dois longas. Um deles é esse O Donzelo, em que além da direção, assina o argumento e o roteiro com Flávio Migliaccio, o protagonista. Ele é Nestor, que depois de desapontar toda uma cidade por fracassar com a prostituta-mor do pedaço é expulso de casa por Fregolente, o pai, que vocifera: que não volte mais para casa enquanto não virar homem! A partir daí esse anti-herói vai perambular por várias cidades e em cada uma delas encontrará uma beldade candidata a lhe tirar o selo. E que beldades: Marília Pêra, Irene Stefânia, Márcia Rodrigues, Leila Diniz. O Donzelo chega à perfeição em vários momentos e só não é no todo porque cai um pouco, sobretudo, na aventura com Márcia Rodrigues, que ainda que esteja linda e ótima atriz como sempre, sua história não ajuda muito. Marília Pêra como a prima com o kit-desvirginamento é momento inspirado de roteiro e interpretação. Leila Diniz como a estrela que nunca pára de trabalhar, mas que ainda assim não se furta em ir à casa do fã Grande Otelo para comer a comidinha caseira junto à uma renca de meninos, tem composição de personagem com muito da persona da atriz, um misto de doçura e tom esfuziante. E é na história com Irene Stefânia, uma prostituta disputada em uma cidade e aluna de meia três quartos na outra, que o filme atinge sua maior expressão. A cena da quadrilha em que Flávio sequestra Irene para uma conversa particular e quando se dá conta todos os dançarinos vieram puxados no cordão, ou ainda a que ele vê sua bunda no teto espelhado da zona quase valem o filme inteiro. Além disso tudo, ainda tem outros tantos episódios enquanto Nestor vai de uma cidade à outra - o quase chega lá na cabine do trem é mais uma cena engraçadíssima - e outras musas e grandes atores desfilam pela tela em participações especialíssimas, como Maria Gladys, Marisa Urban, José Lewgoy, Mara Rúbia. O Donzelo mostra também, mais uma vez, o quâo grande ator é Flávio Migliaccio, seja no drama ou na comédia - e nem a idade um tantão acima para o personagem compromete um mílimetro sequer a veracidade da saga. Filme delicioso e pouco comentado.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

6 comentários:

  1. Pek,

    O cartaz do filme tem os mesmos traços de outros que você já postou seus comentários/resenhas por aqui. Você sabe quem é o autor?

    Bjs.

    ResponderExcluir
  2. O logotipo da Cinemateca deixou esse cartaz obceno. Não acham?

    ResponderExcluir
  3. rsrs
    Não tinha reparado.
    Ainda que não acha que tenha ficado obsceno não rsrs
    Abs

    ResponderExcluir
  4. He he he, não é obceno, só usei essa palavra porque achei que ia ficar mais engraçado. Diriamos que ficou explicito... hehehe.

    ResponderExcluir