Longas brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
145 - Alô, Alô Carnaval! (1936), de Adhemar Gonzaga *****
Um dos filmes mais emblemáticos da Cinédia, Alô, Alô Carnaval! tem direção do fundador do estúdio carioca, o jornalista, produtor e cineasta Adhemar Gonzaga. E é delicioso de se ver, pois promove um verdadeiro desfile dos reis e rainhas do rádio, prática que será comum nas comédias musicais da Atlântida. O filme conta a história de Barbosa Jr e Pinto Filho, dois sujeitos atrapalhados que querem montar a Revista Banana da Terra no local mais badalado do pedaço, o Casino Mosca Azul. Tentam convencer Jayme Costa, o proprietário, sem muito sucesso. Mas quando a atração francesa que iria ocupar o Casino sobe no telhado, Costa banca a revista e começa aí a confusão. E começa aí também o encantamento. Se na platéia temos Oscarito, em inicinho de carreira nas telas, e musas como Lelita Rosa, no palco vemos uma verdadeira realeza: Carmen Miranda, Aurora Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Dircinha Batista, Almirante, Bando da Lua, Irmãs Pagâs, Joel & Gaúcho, Alzirinha Camargo, entre outros. E tem também o GRANDE Lamartine Babo, mestre das marchinhas não totalmente valorizado em sua genialidade - quando se fala em marchinhas vem logo o nome de Braguinha, outro gênio, mas nem sempre destacam o nome de Babo, tão grande quanto. Carmen e Aurora são destaques à parte, pois é aí que encenam o clássico Cantores do Rádio, de Braguinha, Babo e Alberto Ribeiro, com o famoso figurino masculino - e décadas depois reproduzido, de certa forma, por Maria Bethânia e Nara Leão - e mais Chico Buarque - em Quando o Carnaval Chegar (1972), de Cacá Diegues. Alô, Alô Carnaval! tem o entrecho com Barbosa Jr, Pinto Filho e Jayme Costa, que reserva bons momentos como a sequência com Oscarito na roleta e o furo da atração internacional, com Jayme Costa cobrindo a lacuna e fazendo caras e bocas de Diva atrás de um leque. Mas é sobretudo nas apresentações musicais que está a cereja do bolo - como Mário Reis cantando Cadê Mimi, e tantos outros. Clássico absoluto.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bem
***** ótimo
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bem
***** ótimo
Ótimas resenhas, meu amigo!
ResponderExcluirAgora, só falta esses clássicos circularem mais.
Um abraço.
Muito obrigado, Sérgio.
ResponderExcluirFalou-se lá na Cineop que os filmes restaurados serão lançados em DVD.
Mas é claro que as cópias têm que circular também nos cinemas, pois são mesmo experiências arrebatadoras.
Um abração