Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
095 - Olé, Um Movie Cabra da Peste (2000), de Roberto Santucci **1/2
Esse Olé é, antes de tudo, um tanto estranho na sua mistura de chiclete com banana já anunciada no subtitulo, Um Movie Cabra da Peste. E se o lado chiclete mosta uma Los Angeles muito distante da terra solar dos sonhos de celebridade, o lado banana, por sua vez, focaliza um protagonista nordestino desajeitado e anti-galã - e toda vez que ele abandona o inglês para falar seu nome, ele carrega nas tintas do sotaque e diz: Raimundo de Jesus. Na trama, Mário Helborn é Raimundo, um sujeito que aterrisa em Los Angeles à procura da irmã Severina. É que a mãe de ambos está morrendo e antes de passar dessa para uma melhor, ou pior, quer ver a filha que saiu de casa e não voltou mais. E é na terra de Hollywood, que o cabra da peste vai se envolver com o baixo meretrício e conviver com traficantes, prostitutas e mendigos. O inglês lisinho de Severino já nos impinge o primeiro desconforto e vem logo à cabeça julgamento preconceituoso: mais um Jenipapo (1996 - Monique Gardenberg), em que cabras versam em inglês como se fossem língua diária? Mas a explicação eficiente vem logo: Severino é professor de inglês no Brasil. Olé é longa de estreia de Roberto Santucci, um dos poucos cineastas atuais que dirigem a filmografia essencialmente para o cinema policial ou com tramas embebidas no gênero - fez também Bellini e a Esfinge (2001) e Alucinados (2008). O filme é bem conduzido e se vale de um elenco eficiente e desconhecido, mas é o roteiro que prega peça no filme e em quem está assistindo, pois acompanha-se a trama com interesse para depois naufragar junto com as suas soluções frouxas e que acabam por tirar muito de seu mérito. Todos aqueles personagens mundo-cão de Los Angeles poderiam estar tranquilamente por aqui, seja em São Paulo, Rio de Janeiro ou Recife. Mas essa junção de uma realidade igual, mas que junta dois mundos diferentes a partir dos personagens, brasileiros/americanos/chicanos, empresta um tom interessante para a trama - e é algo que anos depois Plastic City (2009), uma co-produção Brasil/China/Japão, de Yu Lik-wai, vai elevar à máxima potência e com resultado barroco modernoso. Ainda que deficiente, Olé, Um Movie Cabra da Peste é cartão de visitas introdutório ao cinema de Santucci, e que tem como companheiros no gênero poucos nomes atuais como José Jofilly, Guilherme de Almeida Prado, José Frazão e o Beto Brant dos primeiros filmes.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
095 - Olé, Um Movie Cabra da Peste (2000), de Roberto Santucci **1/2
Esse Olé é, antes de tudo, um tanto estranho na sua mistura de chiclete com banana já anunciada no subtitulo, Um Movie Cabra da Peste. E se o lado chiclete mosta uma Los Angeles muito distante da terra solar dos sonhos de celebridade, o lado banana, por sua vez, focaliza um protagonista nordestino desajeitado e anti-galã - e toda vez que ele abandona o inglês para falar seu nome, ele carrega nas tintas do sotaque e diz: Raimundo de Jesus. Na trama, Mário Helborn é Raimundo, um sujeito que aterrisa em Los Angeles à procura da irmã Severina. É que a mãe de ambos está morrendo e antes de passar dessa para uma melhor, ou pior, quer ver a filha que saiu de casa e não voltou mais. E é na terra de Hollywood, que o cabra da peste vai se envolver com o baixo meretrício e conviver com traficantes, prostitutas e mendigos. O inglês lisinho de Severino já nos impinge o primeiro desconforto e vem logo à cabeça julgamento preconceituoso: mais um Jenipapo (1996 - Monique Gardenberg), em que cabras versam em inglês como se fossem língua diária? Mas a explicação eficiente vem logo: Severino é professor de inglês no Brasil. Olé é longa de estreia de Roberto Santucci, um dos poucos cineastas atuais que dirigem a filmografia essencialmente para o cinema policial ou com tramas embebidas no gênero - fez também Bellini e a Esfinge (2001) e Alucinados (2008). O filme é bem conduzido e se vale de um elenco eficiente e desconhecido, mas é o roteiro que prega peça no filme e em quem está assistindo, pois acompanha-se a trama com interesse para depois naufragar junto com as suas soluções frouxas e que acabam por tirar muito de seu mérito. Todos aqueles personagens mundo-cão de Los Angeles poderiam estar tranquilamente por aqui, seja em São Paulo, Rio de Janeiro ou Recife. Mas essa junção de uma realidade igual, mas que junta dois mundos diferentes a partir dos personagens, brasileiros/americanos/chicanos, empresta um tom interessante para a trama - e é algo que anos depois Plastic City (2009), uma co-produção Brasil/China/Japão, de Yu Lik-wai, vai elevar à máxima potência e com resultado barroco modernoso. Ainda que deficiente, Olé, Um Movie Cabra da Peste é cartão de visitas introdutório ao cinema de Santucci, e que tem como companheiros no gênero poucos nomes atuais como José Jofilly, Guilherme de Almeida Prado, José Frazão e o Beto Brant dos primeiros filmes.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
Pek,
ResponderExcluirEu esperava mais deste filme...
Bjs.
Noel,
ResponderExcluirComo disse no texto, esse filme é um tanto estranho mesmo.
E desaba bastante com o final frouxo.
Bjs