Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
091 - D´Gajão Mata Para Vingar (1971), de José Mojica Marins **1/2
Quem acompanha a carreira de José Mojica Marins sabe, mas ao contrário do que pensa o grande público, Mojica não dirigiu apenas filmes de terror/horror, como também comédias eróticas, filmes de sexo explícito, e faroestes como esse D´Gajão Mata Para Vingar. Aqui a trama envolve o extermínio de um grupo de ciganos por um fazendeiro que é levado a pensar que sua filha foi morta por um deles, quando na verdade ela morreu quando o capataz da fazenda tentou estrupá-la. Da matança só sobram D´Gajão e sua mulher Nadja, que é feita prisioneira pelo fazendeiro. Ele então vai em busca da bela e com desejo sangrento de vingar seu povo. Como nos faroestes de John Ford, aqui também há duelos no saloon, bandido sendo baleado no alto dos sobrados e montanhas de pedra, onde mocinho e bandidos travam tiroteio com muito mais balas espocando antes das armas serem reabastecidas. Se por lá muitas vezes são homens duros e solitários, aqui são saltitantes ciganos às voltas com a marca a ferro de serem apontados eternamente como ladrões - quem foi criança no interior em priscas eras lembra-se que um dos medos maiores era ser roubado para virar sabão. E aqui, nada de Dara e de Cigano Igor, quem manda mesmo no pedaço é Walter Portella, talentoso ator da Boca do Lixo em um de seus primeiros trabalhos, e a bela Ana Nielsen. Daí, sai o Django de Franco Nero e de Sergio Corbucci e entra do D´Gajão de Portella e Marins, com todo o nosso knowhow particularíssimo. O filme é um exemplar da diversidade de produção da Boca do Lixo, também por sua vez confundida apenas como ninho de pornochanchada, quando na verdade foi templo generoso do cinema popular e suas vertentes, inclusive as deliciosas pornochanchadas. D´Gajão Mata Para Vingar é filme que se assiste com interesse, sobretudo por suscitar um certo ar nostálgico de um tipo de cinema que não há mais. Mojica é talentoso sempre, ainda que seja no terror/horror que realmente nade de braçada. Muitas vezes o filme fica foruxo, como em cenas longas de tiroteio e de perseguição. Filmado no Paraná, D´Gajão tem nomes notáveis da Boca na ficha técnica: Manuel Augusto de Cervantes na produção, Edward Freund na direção de fotografia e na câmera, Fauzi Mansur na montagem.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
091 - D´Gajão Mata Para Vingar (1971), de José Mojica Marins **1/2
Quem acompanha a carreira de José Mojica Marins sabe, mas ao contrário do que pensa o grande público, Mojica não dirigiu apenas filmes de terror/horror, como também comédias eróticas, filmes de sexo explícito, e faroestes como esse D´Gajão Mata Para Vingar. Aqui a trama envolve o extermínio de um grupo de ciganos por um fazendeiro que é levado a pensar que sua filha foi morta por um deles, quando na verdade ela morreu quando o capataz da fazenda tentou estrupá-la. Da matança só sobram D´Gajão e sua mulher Nadja, que é feita prisioneira pelo fazendeiro. Ele então vai em busca da bela e com desejo sangrento de vingar seu povo. Como nos faroestes de John Ford, aqui também há duelos no saloon, bandido sendo baleado no alto dos sobrados e montanhas de pedra, onde mocinho e bandidos travam tiroteio com muito mais balas espocando antes das armas serem reabastecidas. Se por lá muitas vezes são homens duros e solitários, aqui são saltitantes ciganos às voltas com a marca a ferro de serem apontados eternamente como ladrões - quem foi criança no interior em priscas eras lembra-se que um dos medos maiores era ser roubado para virar sabão. E aqui, nada de Dara e de Cigano Igor, quem manda mesmo no pedaço é Walter Portella, talentoso ator da Boca do Lixo em um de seus primeiros trabalhos, e a bela Ana Nielsen. Daí, sai o Django de Franco Nero e de Sergio Corbucci e entra do D´Gajão de Portella e Marins, com todo o nosso knowhow particularíssimo. O filme é um exemplar da diversidade de produção da Boca do Lixo, também por sua vez confundida apenas como ninho de pornochanchada, quando na verdade foi templo generoso do cinema popular e suas vertentes, inclusive as deliciosas pornochanchadas. D´Gajão Mata Para Vingar é filme que se assiste com interesse, sobretudo por suscitar um certo ar nostálgico de um tipo de cinema que não há mais. Mojica é talentoso sempre, ainda que seja no terror/horror que realmente nade de braçada. Muitas vezes o filme fica foruxo, como em cenas longas de tiroteio e de perseguição. Filmado no Paraná, D´Gajão tem nomes notáveis da Boca na ficha técnica: Manuel Augusto de Cervantes na produção, Edward Freund na direção de fotografia e na câmera, Fauzi Mansur na montagem.
Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
Pek,
ResponderExcluirSabia da diversidade de gêneros de Mojica, mas só conheço os filmes de terror.
Bjs.
Noel,
ResponderExcluirÉ mesmo no terror que está a genialidade dele.
Bjs