quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

longas brasileiros em 2012 - 009



Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2012 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)
(em 2011 – 72 filmes)


009 – De Pernas Pro Ar (2011), de Roberto Santucci


No ano passado, uma meia dúzia de filmes ultrapassou a marca de um milhão de espetadores e fez os esperançosos em uma indústria do cinema brasileiro vingar rir de orelha a orelha – sobretudo os produtores. Mas quando a gente olha mais de perto para alguns desses filmes que chegaram lá, a impressão que fica é a de uma indústria de péssima qualidade. Como é o caso deste De Pernas Pro Ar, de Roberto Santucci. Diretor com passagem interessante pelo cinema policial – Bellini e a Esfinge (2002), Alucinados (2008) -, Santucci caiu de boca na comédia fácil e a vontade de comer foi saciada. Tanto que já anunciaram um De Pernas Pro Ar 2. É filme produzido pela guerreira Mariza Leão, mas se fez tilintar os sinos da bilheteria é ponto baixo em sua cartela. No filme, Ingrid Guimarães é uma workaholic que não tem olhos para o marido nem para o filho, só mesmo para sua ascendente carreira no marketing. Isso faz o cônjuge caretíssimo Bruno Garcia abandonar o lar doce lar no melhor estilo mulherzinha ninguém me ama ninguém me quer. Só que por uma confusão, ela perde o emprego, aproxima-se da vizinha gostosona Maria Paula, e acaba virando sócia dela em um sexshop. E é na loja de cacetes de todos os tamanhos e cores e calcinhas comestíveis que ela vai colocar todo o seu talento de marqueteira e vai descobrir os prazeres do sexo. Tudo, claro, colocando ainda mais em risco a sua sagrada família. De Pernas pro Ar é mesmo um abacaxi. Roteiro caretíssimo que aposta na dobradinha sacanagem x família, em bula que parece escrita mais pelo igreja católica versão renovação carismática do que por qualquer discípulo de Carlos Zéfiro, é comédia que se acha muito mais engraçada do que realmente é – o que pode ser aplicado à sua protagonista. Há até um ou dois momentos que fazem rir, mas são tão previsíveis em fórmula, que logo depois nos envergonhamos de ter conjugado o verbo. Triste ver Cristina Pereira encarnando mais uma vez o estereótipo que o cinema atual lhe impingiu – saudades de Romance de Empregada (1987), de Bruno Barreto, para ficar em um só exemplo de outrora -, e do desperdício do talento da grande Denise Weinberg.

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