domingo, 26 de dezembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (286)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

286 - Aventuras d´um Destetive Português (1975), de Stefan Wohl +

Nascido na Aústria e radicado no Brasil, Stefan Wohl desempenhou várias funções no cinema brasileiro mas como cineasta dirigiu apenas dois longas e um episódio de um outro - segmento Jovem Retaguarda em Quatro Contra o Mundo (1970). Mas se no primeiro, o delicioso O Donzelo (1971), acertou em quase tudo, nesse Aventuras d´um Detetive Português errou feio a mão. Na trama dessa comédia com pitadas surrealistas, um elevador desaparece de um prédio em Portugal com seus ocupantes dentro, e Raul Solnado, um faxineiro alçado inesperadamente a detetive, corre para lá e para cá para descobrir seu paradeiro. O tal elevador acaba aportando em plena bienal de São Paulo, onde é tomado por obra de arte, enquanto uma família, formada por Jorge Dória, seu cunhado Albino Pinheiro e sua mulher Mara Rúbia, aguarda um cardeal, um dos que ocupavam o dito, para celebrar o casamento de sua filha. Dória e Pinheiro farão de tudo para roubar o elevador da bienal e soltar o cardeal, mas terão que enfrentar o destemido detetive - fora que Pinheiro será tomado por artista plástico de sucesso e o elevador será a obra mais cobiaçada da Bienal, numa crítica irônica ao pode tudo da arte de vanguarda. Aventuras d´um Detetive Português era para ser uma comédia, por isso a presença de Raul Solnado, um dos maiores comediantes de Portugal. Só que não há graça nenhuma nesse esquisito filme que não vai para lugar nenhum - não há comicidade e tampouco o recheio surreal seduz. Os únicos momentos de humor ficam a cargo da convidada do casamento que quer ir embora para casa - como no jantar interminável em O Discreto Charme da Burguesia (1972), de Luis Buñuel, aqui ninguém consegue sair da casa dos pais da noiva, pois Mara Rúbia não deixa; e ainda na presença da musa Betty Saddy, uma dançarina de palco que não consegue parar de dançar enquanto o rádio toca música. Mas isso tudo é muito pouco para uma produção cheia de méritos, como o elenco e a ficha técnica - fotografia de Dib Lutfi, montagem de Nazareth Ohana e presença de Ruy Guerra e Flávio Migliaccio no roteiro - assinado por Wohl e também com colaboração de Joaquim Assis. Bola fora.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

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