segunda-feira, 18 de outubro de 2010

longas brasileiros em 2010 (241)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

241 - Made in Brazil (1985)
episódio Fim de Semana Impossível, Carlos Nascimbeni **
episódio Furacão Acorrentado, de Francisco Magaldo *1/2
episódio Um Milagre Brasileiro, de Renato Pitta **1/2

Produção sui generis no cinema popular da decada de 1980, Made in Brazil focaliza relações sexuais como tantas outras comédias eróticas da época, mas aqui com um viés crítico da indústria do sexo - ainda que nem sempre o resultado esteja à altura de seu argumento. E é sui generis também porque os diretores dos três episódios estão citados em banco de dados como sendo esse longa o único trabalho deles como cineastas - o mesmo vale para a produtora Elisabeth Poletto - e nem no Dicionário de Cineastas Brasileiros, de Luiz Miranda, e tampouco no Cinema da Boca - Dicionário de Diretores, de Alfredo Sternheim, seus nomes aparecem. Fim de Semana Impossível é sobre dia-a-dia típico de um office-boy pré-internet, que ao som clássico pop de Kid Vinil intercala um pagamento e outro entre azaração com as minas nas ruas, matinês em sessões de cinema erótico, e morcegagem de praxe. Até que um dia tem que levar correspondência para um cientista, rouba pó erótico do laboratório e, junto a mais dos amigos, testa o estimulante em diferentes mulheres. Muito bem dirigido por Nascimbeni, um dos destaques são os delírios eróticos das moças depois de provar o pó, com direito a correria em câmera lenta em pleno centro da cidade - no elenco feminino, musas como Vanessa, Maristela Moreno e Wilza Carla. Furacão Acorrentado, de Francisco Magaldi, também tem bom argumento, mas o resultado fica um pouco mais truncado na história de funcionário público às voltas com disfunção erétil e suas tentativas de resolver o problema com prostituta, colega de repartição e uma travesti - Célia Coutinho, veterana atriz da TV que intensificou seus trabalhos nas telas nos anos 80, e a chacrete Fernanda Terromoto são as belas da vez. Já Um Milagre Brasileiro é o melhor segmento de todos, com uma boneca do sexo desgovernada e castradora de varões à solta nas ruas de São Paulo. Idealizada para ser objeto sexual a serviço do homem, ela inverte os papéis e faz deles os verdadeiros objetos de de sua tara - destaque total para o elenco, com o sempre interessante Orlando Parolini, e, sobretudo, para Marina Mesquita como a boneca. Com orientação em mímica da expert no assunto Denise Stoklos, sua atuação é perfeita e impressionante. Também bem dirigido por Renato Pitta, o episódio conta ainda com o luxo de Carlos Reichenbach na fotografia.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

7 comentários:

  1. Pek,

    Você sabe se estes episódios foram exibidos de forma separada?

    Bjs.

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  2. Não tenho notícia não, Noel.
    Você chegou a ver assim?
    Bjs

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  3. Vi esse filme no cinema e achei bem razoável. Muito estranho os diretores não serem citados em nenhum dicionário e terem sumido do mapa.
    Os episódios não foram exibidos de forma separada, não (pelo menos não no cinema).

    Um abraço!

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  4. Pois é Sérgio, também não tennho conhecimento disso, se foi exibido separado.
    Quanto aos episódio, o último é mesmo o melhor, com um viés crítico bem interessante.
    Mas gosto do argumento geral, essa história de criticar a indústria do sexo em plenos anos 80, em que o explícito, inclusive, já imperava.
    Abs

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  5. Pek,

    Acho que vi o último episódio, mas não me lembro onde.

    Bjs.

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  6. Os caras não sumiram não. Na internet tem coisa

    Não estão nos livros citados.

    Apenas na Enciclopédia do Cinema Brasileiro e no livro:
    Mauro Alice - Um Operário do Filme
    Sheila Schvarzman
    IMPRENSA OFICIAL
    São Paulo, 2008
    Coleção Aplauso

    Made In Brazil foi montado por Mauro Alice, o grande Mauro Alice.

    Ficou na fresta. O pornô explícito tinha entrado em cartaz com um mandato de segurança, que foi cassado. Os cinemas colocaram MADE IN BRAZIL no lugar.

    Na época os filmes eram divididos entre filmes do centro e filmes da Paulista (São Paulo).

    O filme ficou leve para o centro e pesado para a Paulista.

    A idéía foi fazer filme popular ligado ao que acontecia no Brasil na época. Não tem crítica à indústria do sexo. Tem a Maristela Moreno em seu ultimo filme, cheia de curvas, a Wilza Carla nua (ou quase) no Viaduto Santa Ifigênia, a música do Kid Vinyl, o John Herbert no papel de Reagan... comédia com vontade de fazer cinema.

    Tem uma crítica na revista Visão: A Última PORNOCHANCHADA

    Ganhou o Prêmio Governador do Estado de 1984, de melhor Roteiro, pelo primeiro epiódio, do office boy : FIM DE SEMANA IMPOSSÍVEL.

    Depois de 1985 veio a baixa. Onze anos de nada + nada, até o Carlota Joaquina.

    Mauro Marcelo

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