sexta-feira, 17 de junho de 2011

Carlos Manga reina na 6ª Cineop





























Muito bom humor na abertura da 6ª Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto, ontem à noite no belo Cine Vila Rica.


E esse humor afiado esteve presente não só no que parece ter virado tradicional, e ótimo, programa de rádio, presente nas aberturas das última edições, mas principalmente pela "performance" do genial diretor de cinema popular, Carlos Manga.

Como se sabe, esta edição tem como tema a Chanchada nos anos 50, momento luminoso do cinema popular carioca. E a homenagem é para Carlos Manga, que está aqui na cidade, com a filha, esposa e parceiros, como Luiz Henrique Severiano Ribeiro, superintendente do grupo que fez história na Atlântida - um dos donos - ao lado de uma galeria de astros, estrelas, cineastas, técnicos, e, claro, filmes inesquecíveis.

Um deles, foi exibido ontem: O Homem do Sputinik (1959), de Manga. Foi emocionante assistir ao delicioso filme, que só cresce em revisão, tendo Manga ali ao lado, três fileiras a frente.

Ele, claro, não ficou durante toda a exibição, mas desde que entrou no palco do Cine Vila Rica, roubou as atenções imediatas, não só do público que lotou o cinema, mas também de nós, imprensa, pesquisadores e amantes das chanhadas.


Manga entrou no cinema puxado em cadeira, já que há grande declive, e aos 83 anos, a locomoção não é tão mais fácil. Mas entrou em grande estilo, cantarolando "Teresa da Praia", que tocava no programa de rádio, nas vozes míticas de Lucio Alves e Dick Farney.


Mas a emoção e a graça viria mesmo ao subir ao palco para receber a homenagem.


Na abertura da cerimônia, reviveu-se alguns momentos das chanchadas com atores, muito bem comandados pela atriz Rose Brant, a apresentadora da noite. Dentre esses momentos, inclusive, a recriação de cena clássica de O Homem do Sputnik, em que Norma Bengell, impagável como a fracesa B.B., seduz um Oscarito subindo pelas paredes de tanta tentação. A cena rolava na tela sem som, e os atores recriavam no palco com as falas, canto e gestos.


E foi numa dessas recriações que Carlos Manga mostrou a verve deliciosa que imprimiu em seus filmes, interagindo de forma não preparada com os atores, arrancando gargallhadas contínuas da platéia.


O cineasta Roberto Farias, que também tinha subido ao palco para a homenagem, protagonizou outro momento marcante, com sincero depoimento de homenagem ao mestre.


Hoje à tarde haverá debate sobre a obra de Manga, contando com a presença dele, Roberto Farias, Luiz Henrique Severiano Ribeiro e também com o cineasta Oscar Maron Filho, em conversa mediada pelo pesquisador e professor João Luiz Vieira.


É encontro para não se perder de jeito nenhum.


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Foto 1 - Leo Lara
Foto 2 - Victor Schwaner
Foto 3 - Pedro Silveira

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Ainda na programação de hoje, exibição de vários filmes, entre longas e médias, dentre eles outro clássico de Manga, Matar ou Correr, e a pre-estreia do documentário Malditos Cartunistas, dirigido por Daniel Garcia e Daniel Paiva - que arrasarm como DJs ontem de madrugada no Cine-Bar.



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Programação completa aqui:


quinta-feira, 16 de junho de 2011





De malas prontas para Ouro Preto, onde acontece até o dia 20 a 6a Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto.


O tema desta edição é Chanchada nos anos 50, e o grande homenageado é o genial Carlos Manga.

Nestes dias, uma programação intensa e gratuita, com exibição de longas, médias e curtas, mais seminários, debates e oficinas.

A Cineop tem como foco o resgate da memória e o cinema patrimônio, e a Universo Produção, realizadora da mostra, recebeu, muito justamente, o Prêmio Especial Preservação, da Academia Brasileira de Cinema, neste ano.



O Insensatez vai fazer a cobertura do que vai rolar por lá.

Fiquem de olho.


Toda a programação está aqui:

zingu! de junho no ar







Está no ar a edição número 46 da Zingu!, com muitas atrações.



Na segunda parte do dossiê sobre montadores, o veterano Gilberto Wagner (foto), com entrevistas, depoimentos e filmografia.


Já no especial Boca Pornô - 30 anos, os 30 anos de Coisas Eróticas e a entrada dos filmes de sexo explícito na Boca do Lixo. Nossa equipe e colaboradores mapearam 15 títulos dos cineastas mais expressivos do gênero na época.


E tem, claro, as colunas tradicionais, com reflexões, trilha sonora e musas de altíssimo quilate.



Está tudo aqui:
revistazingu.net

sábado, 21 de maio de 2011

zingu! de maio no ar









A Zingu! de maio está no ar.

Em foco, dois veteranos de trajetória importante na história do cinema brasileiro.

No dossiê do mês, o montador Luiz Elias - entrevistas, depoimentos e filmografia.

Já no especial, a atriz Liana Duval, falecida no mês passado - resenha de 10 filmes, artigo-perfil e filmografia.

E tem também, claro, as colunas tradicionais.

Veja aqui:
http://www.revistazingu.net/

segunda-feira, 2 de maio de 2011

longas brasileiros em 2011 (019)




Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

019 - Sexo, Sua Única Arma (1981) de Geraldo Vietri **1/2

Em Sexo, Sua Única Arma, Selma Egrei protagoniza seu segundo filme com o cineasta e novelista Geraldo Vietri, neste que é o último dele. Na trama, ela é Marta, uma mulher que chega como hóspede um tanto indesejada na casa de uma família e bota a vida de todos de perna para o ar. O filme começa com Marta em viagem de trem, em bela abertura ao som de canção-fetiche de Vietri. Ela é esperada na estação por Humberto - Serafim Gonzales, e aí ficamos sabendo que ela é cega. As informações são colocadas aos poucos, pois durante um bom tempo da narrativa não se sabe porque ela chegou àquela casa. A família de Humberto é formada ainda por sua esposa Angelina – Leonor Lambertini, que desde o início demonstra claramente seu desgosto com a chegada da hóspede. Angelina comanda a família com mão de ferro e gosta de humilhar a nora Judite – Geórgia Gomide e seu neto, por ambos serem judeus. Há ainda outra nora, Anita – Arlete Montenegro, que vive com o marido e o filho adolescente Bruno – Douglas Mazolla. Tem também Tiago - Ewerton de Castro, filho do casal que se tornou padre. Já no primeiro instante, Marta começa a seduzir todos os homens da casa, que ficam impactados com sua beleza e seu ar de mistério. Nem mesmo padre Tiago consegue fugir dos assédios de Marta, e é com o desenrolar da trama que vamos descobrindo a verdadeira identidade dela e seus reais motivos em estar na casa daquela família. A personagem de Selma Egrei é um misto do Terence Stamp de Teorema (1968), do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, que como um anjo chega em meio a uma família burguesa e seduz a todos, desestruturando cada um de uma maneira diferente. Aqui, em Sexo, Sua Única Arma, os motivos são bem diferentes, mas é impossível não se lembrar da trama de Pasolini. Se a direção de atores é ótima, o mesmo não pode ser dito do roteiro, um tanto apressado na condução da trama, e também uma mão um tanto pesada de Vietri na condução do filme como um todo. Talento extraordinário que ele possuía, como pode ser visto nos dois filmes imediatamente anteriores, o maravilhoso e surpreendente Os Imorais (1979), e Adultério Por Amor (1978). O grande destaque do elenco é sem dúvida Arlete Montenegro, que tem aqui uma de suas melhores interpretações no cinema, como a magoada e rejeitada Anita.

Comentários estendidos na Revista Zingu!

+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

longas brasileiros em 2011 (018)







Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

018 - Adultério por Amor (1978), de Geraldo Vietri ****

O encontro entre a musa Selma Egrei e o cineasta – também novelista veterano – Geraldo Vietri rendeu dois filmes: Adultério por Amor (1978); e o segundo na década seguinte, Sexo, Sua Única Arma (1981). Mas foi esse primeiro encontro dos dois nas telas, Adultério por Amor, o melhor momento da parceria. No filme, ela é a protagonista Natália, a jovem esposa de Guido - Luiz Carlos de Morais. O casal tinha tudo para ser feliz, mas o casamento está naufragando porque há três anos que espera um filho que nunca vem. Guido coloca a culpa em Natália, e cada dia fica mais distante e sem paciência com a rotina do casal. Receosa de que o casamento acabe, ela faz um exame e descobre que o marido é estéril. Sem coragem de contar para ele, Natália toma o caminho mais arriscado ao conhecer um jovem em uma cidade do interior mineiro – Ewerton de Castro. Adultério por Amor reúne mais uma vez Egrei e Castro, que já estiveram juntos em A Noite do Desejo (1973), de Fauzi Mansur, e que voltariam a se encontrar sob a direção de Geraldo Vietri em Sexo, Sua Única Arma (1981). Filme de interesse sempre crescente, Adultério por Amor é prova cabal do quanto o cineasta dirigia bem seus atores – não a toa sempre gostava de trabalhar com um elenco fixo. Vietri demonstra elegância na direção, nesse filme produzido por Cassiano Esteves. Para isso contou com a boa presença do elenco e também com a montagem do mestre Sylvio Renoldi e a fotografia de Antonio B. Thomé. Como sempre fez em suas novelas na televisão, aqui Vietri também tem presença total na feitura do filme, assinando além da direção, o argumento, o roteiro e a cenografia. Destaque também para a música de Caion Gadia.


Comentários estendidos na Revista Zingu!

+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

serie grandes damas da tv (99)




Dirce Migliaccio.



Salve Salve!