sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

longas brasileiros em 2011 (006)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

006 - A Filha de Madame Betina (1973), de Jece Valadão *

Se o dito que roga que o segundo filme é sempre inferior ao primeiro em alguns casos cai por terra, nessa produção de Jece Valadão ele impera com toda força. Continuação de O Enterro da Cafetina (1971), esse A Filha de Madame Betina não chega nem na pontinda do dedinho do pé da matriz. Se lá havia ternura, nostalgia e uma fina ironia no olhar sobre os tempos dos velhos prostíbulos cariocas e toda a sua fauna boêmia circundante, aqui sobra apelo fácil, falta de sutileza e personagens e/ou situações mal delineados . A história de Marco Rey encontrou em Alberto Pieralisi, diretor de O Enterro da Cafetina, lente apropriadíssima a mirar aqueles personagens em episódios de encanto e humor de entrelinhas. Nessa continuação saiu Pieralisi e entrou Jece Valadão, produtor e protagonista dos dois rebentos, mas aqui também assinando o roteiro e a direção. Só que o resultado deu xabú. De novo temos os personagens de Valadao, o publitário Otávio, mais seus amigos Paulo Fortes, Arthur Costa Filho e Martim Francisco - esse último substituindo Fernando José no mesmo personagem. Todos agora estão empenhados para que Otávio receba a herança que Betina deixou para ele, mas com clausula soberana de que ele só coloca a mão na bufunfa bilionária se casar com sua filha Margot - Geórgia Quental. E é na procura da filha misteriosa - que é parceira de Otávio Augusto - que boa parte da trama correrá, até que Otávio se encanta com a não menos misteriosa - para ele - Vera Gimenez, que se passará por Margot em plano elaborado pela herdeira. A Filha de Madame Betina tem no elenco a musa Vera Gimenez ainda em fase de seus primeiros filmes no cinema, inclusive em início de parceria com seu amado Jece. Paulo Fortes, impagável no primeiro filme, não tem muita chance aqui com seu Gianini, que perdeu a aura deliciosa de bufão tão bem delineada no filme anterior. Elza Gomes aparece aqui e acolá em flashback, e é sempre presença marcante. A Filha de Madame Betina foi interditado pela censura na época e teve que abrir mão de seu título original, A Filha da Cafetina.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

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