É curioso, mas tem algumas pessoas que, ainda que a gente não as conheça um pouco mais, despertam na gente uma simpatia natural.
E é uma simpatia natural que tenho pelo crítico Daniel Caetano.
De sua geração, o mesmo acontece com Eduardo Valente e Sérgio Alpendre (adendo: e também por Felipe Bragança).
Já com Marcelo Miranda tenho uma relação mais próxima, mesmo porque estamos geograficamente pertos.
Nem sempre fico em sintonia com os olhares deles para o cinema, mas os leio sempre com interesse, nem que seja para ficar com raiva (rs).
Meses atrás, inclusive, entrei em discussão de alta temperatura com Miranda no blog do Polvo sobre a chamada Nova Crítica e espinafrei, com nome e tudo, todos eles.
Na época, inclusive, no calor da hora, desanquei o filme Conceição - Autor Bom É Autor Morto (2007), produzido e dirigido (é um dos diretores) por Caetano, dizendo que era muito ruim, para depois relembrar divertido com querido amigo de trabalho que eu havia defendido o filme quando foi exibido no cinema em que trabalhava - aliás, fui eu que o programei.
Esse amigo achava Conceição muito ruim, e eu defendia dizendo que me agradava em muitas coisas. Mas na hora da discussão mandei às favas o olhar matizado - só que Conceição realmente me interessa, ainda que o ache um filme com problemas.
Li com interesse no Passarim, um dos insetos aí ao lado, que o dono do pedaço, Daniel Caetano, estréia peça de teatro como diretor.
E não é qualquer peça não.
É um clássico de Strindberg.
Fiquei feliz, pois além do cinema, que me preenche a vida profissionalmente há 20 anos, trabalho também no teatro há quase dez - faço parte de um grupo, a Cia Clara, e faço assessoria de imprensa para vários grupos em BH.
Daniel Caetano coloca em cena Carol Pucu - também sua namorada, e Patrícia Melo para encenarem A + Forte, de 14 de agosto de 4 de outubro, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro.
Como grande parte dos brasileiros, também tenho paixão pelo Rio de Janeiro. Mas ao contrário de São Paulo, que também adoro, há muitos anos não vou ao Rio.
Em uma das vezes que lá estive, e isso há anos, pisei na Laura Alvim - que não conhecia, para assistir a GRANDE Cleyde Yáconis em A Filha de Lúcifer, em que dava vida à escritora Isak Dinensen/Karen Blixen.
Fiquei realmente curioso em ver esse trabalho do Daniel Caetano no teatro.
Pudesse, iria ao Rio para conferir.
Mas já fiquei contente em saber que ele faz parte dessa nossa grande família que é o teatro.