Rádio Cineop
Um estúdio de rádio foi montado no belo Cine Vila Rica para saudar a abertura oficial da 5a Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto.
O resultado? uma das mais belas e divertidas aberturas de todas as edições das mostras realizadas pela Universo Produção - Mostra de Tiradentes, Cineop, CineBH.
O locutor Almeida Neto - foto Netun Lima -comandou, do estúdio, todo o cerimonial, que cumpriu as funções de praxe - discurso de abertura pela Universo, apresentação de patrocinadores, parceiros e homenageados, e chamadas para os vídeos na tela.
E para isso contou com as presenças luxuosas e sapecas das cantoras Marina Machado e Celinha - foto de Netun Lima -, que entoaram Cantores do Rádio, o clássico de Lamartine Babo, e alegraram a platéia cantando/interpretando jingles que estão na memória de muito marmanjo, como o da Auris Sedina - "se a criança acordou, dorme dorme menina..."
Ao final de cada jingle, a platéia aplaudia com gosto e, provavelmente, fazia viagens de memória afetiva - eu embraquei.
Como todo programa de rádio, teve entrevistas na hora da homenagem para o Canal 100 - o mantenedor do canal, Alexandre Niemeyer; o ex-jogador do Atlético, Reinaldo; e o representante do ex-jogador do cruzeiro, Wilson Piazza. Esse último fez referência de que a platéia era formada de 80% de cruzeirenses, o que, lógico, desagradou os atleticanos e americanos presentes, que fizeram silêncio quase sepulcral.
A outra homenageada da noite, Alice Gonzaga pelos 80 anos da Cinédia, agradeceu a homenagem e disse que espera que sua filha dê continuidade aos trabalhos de restauração do acervo desse que foi o primeiro grande estudio de cinema brasileiro.
Por fim, o programa de rádio também recebeu uma cantora, Marina Bueno, que fez homenagem à Carmen Miranda - a apoteose final com chuva de papel prateado resultou em belo efeito.
Todas as palmas para essa abertura, que teve direção de Alexandre Pires Cavalcanti - o Xande.
Bonequinha de Seda
O filme de abertura, como não poderia deixar de ser, foi uma produção da Cinédia, em cópia restaurada.
Não sei dos outros, mas foi a primeira vez que assisti a esse filme dirigido por Oduvaldo Vianna e protagonizado pela atriz e cantora lírica - e depois cineasta - Gilda de Abreu.
Ainda que se alongue mais que o necessário, Bonequinha de Seda(1936) é bem bacana, em trama irônica e divertida sobre o jogo amoroso entre uma mulher pobre que se faz de rica e seduz um ricaço metido à besta.
O filme tem ainda a atriz-fetiche Déa Selva e a veterana Conchita de Moraes - em breve farei comentários sobre o filme.
Bonequinha de Seda abriu em grande estilo a série de clássicos em cópias restauradas da Cinédia.
Ainda serão exibidos Mulher (1931), de Octávio Gabus Mendes, Alô Alô, Carnaval (1936), de Adhemar Gonzaga, Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro, e Lábios Sem Beijos (1930), de Mauro.
Ou seja, oportunidade rara de assistir todos esses filmes em tela grande e paraíso para qualquer pesquisador e cinéfilo.
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A 5a Cineop só começou.
A programação é extensa, gratuita e vai até o dia 22 de junho.
Veja site da Cineop