Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
175 - Perdidos no Vale dos Dinossauros (1986), de Michele Massimo Tarantini ***1/2
Co-produção Brasil/Itália, Perdidos no Vale dos Dinossauros é grata surpresa, ainda que o nome sugira filme-bagaceira, e mesmo que em alguns momentos se situe, realmente, nessa deciosa geografia. Dirigido pelo italiano Michele Massimo Tarantini - que fez aqui o também bacana Fêmeas em Fuga (1984) - o filme é protagonizado pelo americano Michael Sopkiw e pela brasileira Suzane Carvalho - com direito à musas do porte de Marta Anderson e Glória Cristal e mais o rei da pilantragem Carlos Imperial. Tivesse mais grana e se historicamente o cinema brasileiro investisse mais no gênero aventura, nossa cobiçada Amazônia renderia muito mais que as deliciosas Anacondas da vida. E mesmo que, no final das contas, lançasse mão da velha e boa Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro, que nessa vida já se fez como cenário de um tudo. O filme começa gaiato, com o herói Michael Sopkiw chegando à Vila São Sebastião de carona em caminhão de carga, com bagagem de ossos pré-históricos, e com penca de banana devorada no caminho. Intregrante da seara paleontologista em Boston, ele encontra o mestre da área Ibanez Filho e sua pimpolha Suzane Carvalho. E é com eles, depois de algumas confusões, e mais uma trupe, que desembarcará no mítico Vale dos Dinossauros, santuário protegido e cercado de maldição, além de ser habitados por índios canibais. Começa aí aventura de morte, com índios chegados à coração como petisco, sanguessugas, cobras, piranhas, areia movediça, mais garimpo clandestino que mais parece a sucursal dos tempos da escravidão - realidade muito mais que ficção ainda nos dias de hoje. Perdidos no Vale dos Dinossauros oferece várias chaves de fruição. Tem um tom de paródia no início e no final, e com recheio de tensão no meio - sem abrir mão de peitinhos e pernocas da mocinhas aqui e acolá, ainda que, inacreditavelmente, com cenas bem pudicas. As de Carlos Imperial e Glória Cristal traçando, cada um, as beldades indefesas enquanto o mocinho leva mordidas de porco, são ótimas e tem libido e vîolência na medida certa - aliás, os dois atores estão inspirados e lady Cristal (foto) mais provocante do que nunca. Suzane Carvalho, que também está em Fêmeas em Fuga, é linda mas um tanto limitada na interpretação de sua mimada Eva. Já Marta Anderson, diva que precisa ser mais celebrada, está absolutamente sensacional como a perua alcoolatra e perversamente zombeteira - "atira nele, atira nele". Uma única brochada do filme é exatamente a aposta na avacalhação em momento chave, justamente após roermos um pouco as unhas com os acontecimentos com os nossos heróis - e isso quase derruba o filme. Mas de certa forma é para dizer que não devemos levar nada daquilo muito a sério, ainda que amantes do cinema brasileiros gostamos de acreditar e embarcar nos delírios, mesmo os mais improvaveis. Que Indiana Jones que nada...
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
175 - Perdidos no Vale dos Dinossauros (1986), de Michele Massimo Tarantini ***1/2
Co-produção Brasil/Itália, Perdidos no Vale dos Dinossauros é grata surpresa, ainda que o nome sugira filme-bagaceira, e mesmo que em alguns momentos se situe, realmente, nessa deciosa geografia. Dirigido pelo italiano Michele Massimo Tarantini - que fez aqui o também bacana Fêmeas em Fuga (1984) - o filme é protagonizado pelo americano Michael Sopkiw e pela brasileira Suzane Carvalho - com direito à musas do porte de Marta Anderson e Glória Cristal e mais o rei da pilantragem Carlos Imperial. Tivesse mais grana e se historicamente o cinema brasileiro investisse mais no gênero aventura, nossa cobiçada Amazônia renderia muito mais que as deliciosas Anacondas da vida. E mesmo que, no final das contas, lançasse mão da velha e boa Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro, que nessa vida já se fez como cenário de um tudo. O filme começa gaiato, com o herói Michael Sopkiw chegando à Vila São Sebastião de carona em caminhão de carga, com bagagem de ossos pré-históricos, e com penca de banana devorada no caminho. Intregrante da seara paleontologista em Boston, ele encontra o mestre da área Ibanez Filho e sua pimpolha Suzane Carvalho. E é com eles, depois de algumas confusões, e mais uma trupe, que desembarcará no mítico Vale dos Dinossauros, santuário protegido e cercado de maldição, além de ser habitados por índios canibais. Começa aí aventura de morte, com índios chegados à coração como petisco, sanguessugas, cobras, piranhas, areia movediça, mais garimpo clandestino que mais parece a sucursal dos tempos da escravidão - realidade muito mais que ficção ainda nos dias de hoje. Perdidos no Vale dos Dinossauros oferece várias chaves de fruição. Tem um tom de paródia no início e no final, e com recheio de tensão no meio - sem abrir mão de peitinhos e pernocas da mocinhas aqui e acolá, ainda que, inacreditavelmente, com cenas bem pudicas. As de Carlos Imperial e Glória Cristal traçando, cada um, as beldades indefesas enquanto o mocinho leva mordidas de porco, são ótimas e tem libido e vîolência na medida certa - aliás, os dois atores estão inspirados e lady Cristal (foto) mais provocante do que nunca. Suzane Carvalho, que também está em Fêmeas em Fuga, é linda mas um tanto limitada na interpretação de sua mimada Eva. Já Marta Anderson, diva que precisa ser mais celebrada, está absolutamente sensacional como a perua alcoolatra e perversamente zombeteira - "atira nele, atira nele". Uma única brochada do filme é exatamente a aposta na avacalhação em momento chave, justamente após roermos um pouco as unhas com os acontecimentos com os nossos heróis - e isso quase derruba o filme. Mas de certa forma é para dizer que não devemos levar nada daquilo muito a sério, ainda que amantes do cinema brasileiros gostamos de acreditar e embarcar nos delírios, mesmo os mais improvaveis. Que Indiana Jones que nada...
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo