domingo, 2 de janeiro de 2011

longas brasileiros em 2011 (001)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)

001 - Casinha Pequenina (1963), de Glauco Mirko Laurelli ***1/2

Depois de um ano e meio estudando no Centro Sperimentale di Cinematografia, em Roma, Glauco Mirko Laurelli voltou ao Brasil, integrou a equipe de filmagem de O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, mas não foi até o final. Logo a seguir, foi chamado por Amácio Mazzaropi para dirigir sua próxima produção. Nascia aí uma parceira que iria resultar em quatro filmes dirigidos, além de mais cinco filmes montados. O primeiro foi O Vendedor de Linguiças, em 1962, mas foi no ano seguinte que dirigiu dois pontos altos na carreira do patrão: O Lamparina e Casinha Pequenina. Produção de época, com trama no Brasil imperial dos escravos açoitados e mortos nos troncos, esse Casinha Pequenina foi bancado pela PAM Filmes - produções Amácio Mazzaropi. Na casinha pequenina do título - clássico sertanejo de Cascatinha e Inhana, mas aqui em outro registo - vivem Mazzaropi com sua mulher Geny Prado, mais os filhos Tarcísio Meira, um jovem belo e voluntarioso, e o garoto João Batista de Souza. Todos trabalham na fazenda de Roberto Duval, senhor das terras que trata com despotismo seus escravos. Chantageado por Marly Marley, com quem tem um segredo, ele a leva com sua filha para a fazenda, onde as apresenta para a família como sua irmã e sobrinha. Seu plano é dar um golpe na inimiga, fazendo com que a filha dela se case com Tarcísio Meira, um pobretão que elas pensam ser rico. Essa tramóia colocará Duval e Mazzaropi em pé de guerra, inclusive com confrontos entre Mazza e seu filho rebelde. Durante sua trajerória, Mazzaropi produziu filmes com as mais diversas temáticas, ambientando-os em universos como o cangaço - O Lamparina (1963); e a comunidade japonesa - Meu Japão Brasileiro (1964). Em Casinha Pequenina, ele se valeu do roteiro de Milton Amaral para fazer uma feliz abordagem dos tempos da escravidão no Brasil em tom de melodrama. Isso tudo, claro, sem deixar de lado seu estilo particularíssimo, fazendo do seu Chico mais um personagem popular com diálogos engraçadíssimos. A fotografia colorida de Rudolph Icseu, parceiro habitual em seus filmes, enche a tela com os corpos negros e suados dos escravos, os vestidos coloridos das mocinhas e senhoras, e o verde da fazenda. Produção cara e bem-sucedida, Casinha Pequenina marcou a estreia no cinema do ator Tarcísio Meira - que no mesmo ano atingiu o estrelato ao lado de Glória Menezes na novela 2-5499 Ocupado, de Dulse Santucci, primeira novela diária, exibida na TV Excelsior.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

4 comentários:

  1. Preciso ver mais filmes do Mazza, vi apenas os feitos na Vera Cruz e mais um ou outro. Vou procurar ver esses dois do Laurelli, que é um bom diretor.

    Feliz 2011, meu amigo :)

    Abs

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  2. Meu amigo, gosto muito do cinema do Mazzaropi.
    Desses dois, gosto muito mais do O Lamparina, que acho engraçadíssimo.
    Desse Casinha Pequenina, gosto do fato de ser um melodrama ambientado durante a escravidão, mas ainda assim abrindo espaço para as coisas do Mazza.
    E é louvável também por ser uma produção cara que ele bancou.

    Um ótimo 2011 para você também.
    Aliás, começou em grande estilo atualizando o Indicação, né?
    Vou lá correndo ler tudo.

    Um grande abraço, meu amigo.

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  3. Puxa.. E eu achando que em 2010 ia ser um recorde. Quer dizer que em 2009 você viu mais filmes brasileiros ainda? Caramba! :D

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  4. Pois é, Ailton, continuo firme na missão de ver - muitas vezes rever - o maior número possível de filmes brasileiros.
    A diferença entre 2009 para cá, é que a partir de janeiro de 2010 comecei também a escrever aqui sobre os filmes vistos.
    Um abração meu amigo, e Feliz 2011 para você.

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