segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

268 - Os (As) Alegres Vigaristas (1974), de Carlos Alberto de Souza Barros

Episódio O Padre e a Modelo **1/2
Episódio Hollywood *1/2
Episódio Os Alegres Vigaristas **1/2

Baesado em peças de Marcos Rey, Os Alegres Vigaristas - que também é grafado como As Alegres Vigaristas - não foi só apenas dirigido por Carlos Alberto de Souza Barros, como também teve o roteiro e a montagem assinados por ele. Em cena, o universo muito particular de Marcos Rey, um dos grandes autores de nossa literatura que mais escreveu roteiros para o cinema, com seu divertido e perpicaz ohar para a classe média. Não é dos melhores filmes de Barros nem tampouco dos melhores a beberem na fonte generosa de Rey. Aqui, o grande destaque vai para o elenco, que demonstra o quanto o cineasta foi grande diretor de atores. A trupe é sensacional: Luiz Armando Queiróz, José Lewgoy, Iris Bruzzi, Martin Francisco, Amândio, Djenane Machado e Elza Gomes. O primeiro episódio, O Padre e a Modelo, coloca um Lewgoy engraçadíssimo de peruca e professor de teatro, que tenta fazer de Queiróz um grande ator. Esse, por sua vez, acaba incoporando tão verdadeiramente o personagem de um padre, que é tomado pelo próprio e acaba vivenciando confusões - sobretudo no encontro com uma fogosa Bruzzi, modelo que, pensando que o moço é religioso de verdade, o tentará a cometer o pecado da carne. Esse segmento passa de uma comédia mais rasgada para uma ambiência cheia de climas no encontro entre o casal, com direito à deslocada música de Mahler e um sedutor jogo de mentiras e verdades. Hollywwod é sobre o comerciante Martim Francisco que leva a balconista Fátima Braum para um motel afim de resolver o problema que lhe aflige: não consegue dar no coro com a esposa e nem com nenhuma mulher. Esse é o episódio mais fraco, ainda que conte com o talento de Martim Francisco, presença connstante no cinema dos anos 1970, e aqui com todo direito como protagonista. Já o terceiro, Os Alegres Vigaristas, é sobre o casal de namorados formado por Djanane Machado e Amândio, que protagoniza curiosa disputa: quanto tempo ele, que sofre de claustofobia, consegue ficar trancado dentro de um armário. Isso tudo porque a moça não quer ser pega pelo pai com o namorado no apartamento, um homem violento que, com certeza, exigirá o casamento dos pombinhos. Só que quem chega é Elza Gomes, a tia, que resolve passar uma noite com a sobrinha, para desespero de Amândio, que continua trancafiado. Amândio é ator e comediante de grande talento, e aqui encontra personagem feito sob medida. A química com Djenane Machado funciona perfeitamente - e faz a gente morrer de saudades dessa atriz. E por fim, Elza Gomes, a mais amada e endiabrada velhinha do cinema brasileiro. Os (As) Alegres Vigaristas é filme irregular, mas que tem seus momentos.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

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