sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

contratempo


Entrou em cartaz hoje Contratempo, estréia na direção em longas da atriz Malu Mader, que co-dirige com Mini Kert, da Conspiração Filmes.

Ainda que não haja maiores achados cinematográficos, a força em Contratempo está na concepção, em derivar-se do grupo, que é a orquestra - o filme é sobre jovens músicos do projeto social Villa-Lobinhos, no Rio de Janeiro -, para as histórias individuais.

Tá, essa escolha não deixa de ser óbvia, mas é aí que as diretoras se deram bem, porque as histórias dos garotos são sensacionais - e dentre eles têm os gêmeos, sendo que um deles é uma peça, é naturalmente engraçado; um outro que foi adotado por um francês, para depois ser abandonado novamente - é o que mais me impactou (ainda que ele, e nem o filme, jamais transformem isso em melodrama); e um ex-aluno do projeto em que o drama e o riso se equilibram.

Malu Mader contou na entrevista na última Mostra de Cinema de Tiradentes, em janeiro, que sempre quis dirigir um filme, e que Tony Belloto, seu marido, vivia lhe avisando "olha, você já chegou aos 30 anos", "olha, você já chegou aos 40".

Malu contou também que a vontade maior era dirigir ficção - fez isso em um curta de quatro minutos com Thiago Lacerda e Dayse Lucidi, mas quer mesmo é fazer um longa.

Tomara que consiga, pois a paixão é verdadeira - a cada momento em que se alongava sobre a nova carreira, seu rosto se iluminava.

Já disse aqui também que ela foi maravilhosa com a imprensa em Tiradentes, né? Foi profissionalíssima, atenciosa e sem ser arrogante ou subserviente. Vocês podem até dizer "mas é obrigação"; mas digo-lhes com 20 anos de jornalismo nas costas "quase nunca é assim".

Malu Mader está agora para mim ao lado de Glória Pires no grupo em que considero show de bola - tive a oportunidade de trabalhar com a Glória e também fiquei fascinado pela maravilha que ela é, além da ótima atriz que todos já conhecem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário