quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

noite de supremacia dos curtas na mostra de tiradentes


Aqui na Mostra de Tiradentes, sempre é mostrado um filme recente e outros em retrospectiva do homenageado.

Daí que de Paulo Cézar Saraceni foram exibidos tanto seu novíssimo O Gerente (2010), como o curta Arraial do Cabo (1959) e seu primeiro longa, Porto das Caixas. (1962).

Já de Irandhir Santos quase tudo é novo, pois tem apenas quatro anos de trajetória cinematográfica, ainda que nesse curto período já mostrou a que veio.

Ontem na retrospectiva foi a vez de conferir o recente Olhos Azuis (2009), de José Joffily, filme que passou batidíssimo em Belo Horizonte.

Gosto do cinema de Joffily, pois é fiel ao cinema de gênero - e filme policial é dos meus prediletos.

Olhos Azuis nos manipula o tempo inteiro, mas sua narrativa atrai sempre, nessa história de confronto entre os agentes da alfândega americana e os imigrantes - sobretudo latinos.

A força do elenco como um todo ressalta na tela: os brasileiros Irandhir, Cristina Lago, Branca Messina; os americanos David Rasche, Frank Grillo e Erica Gimpel; e a argentina Valeria Lorca.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

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Sertão Progresso

Na Mostra Aurora, a exibição ontem foi de mais um doc, Sertão Progresso, de Cristian Cancino, com foco em tema de alta combustão: a transposição do Rio São Francisco.

Rodado em dez estados, Sertão Progresso escuta os dois lados, prós e contras, personificados de forma mais direta em dois personagens: o então Ministro da Integração Nacional (2007-2010) Geddel Vieira Lima, e o Frei Luiz Cappio.

Cinema não tem nenhuma obrigação de ser aula de história - e nem deve ser. Mas confesso que sai do filme sem saber muito mais do que já sabia, ainda que seja impossível negar que jamais seja desinteressante.

Em breve, comentários sobre o filme aqui no Insensatez.

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Curtas
O maior destaque da noite foi mesmo a sessão de curtas da Série 3, da Mostra Foco.

Além da exibição do premiado curta Contagem - Melhor Direção no Festival de Brasília, dos amigos Gabriel Martins e Maurílio Martins, a seleção foi inspirada.

Aliás, assistir Contagem ontem foi quase uma primeira vez, pois a cópia em 35mm se impôs majestosa na tela do Cine-Tenda, aumentando ainda mais a qualidade desse curta da Filmes de Plástico - antes tinha visto apenas em digital.

A sessão contou ainda com A Peruca de Aquiles, de Paulo Tiefenthaler, um envolvente, tenso e bem-humorado encontro entre o mundo das drogas e o teatro;

o documentário Fogo.DOC, de Leandro Andrade, em que uma tragédia é visto com as cores de um Datena com humor - o menos inpirado na noite;

O Hóspede, de Anacã Agra e Ramon Porta Mota, filme em que um ET despenca em uma pousada na Paraíba chamada deliciosamente de Pousada Solaris, e enche de mistério sombrio a vida do proprietário do local;
a ficção paulista Naufrágos, de Gabriela Amaral Almeida e Matheus Rocha, em que a solidão na velhice e a saudade é vista por viés completamente inesperado;

e Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, em que a aposta estética radiografa o espaço geográfico com inventividade.

Essa seleção foi mesmo especial - ainda que não esteja acompanhando as exibições de curtas, quem está encheu de elogios essa série de ontem. Portanto, acertei na mosca.


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Foto: entrega de placas para os diretores dos curtas
Crédito: Pedro Silveira
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Na programação de hoje tem mais Mostra Aurora, com a exibição de Os Residentes, de Tiago Mata Machado; na Mostra Vertentes será a vez de Os Monstros, de Guto Parente, Luiz Pretti, Ricardo Pretti e Pedro Diógenes, que faturaram o prêmio da Mostra Aurora do ano passado com Estrada para Ythaca; o doc Santos Dumont - Pré-Cineasta? - todos eles no Cine-Tenda.

Haverá ainda, no Cine-Praça, a exibição de O Último Romance de Balzac, do veterano Geraldo Sarno.


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