Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2011 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)
007 - O Grande Palhaço (1980), de William Cobbett **1/2
A associação entre palhaço e lágrimas é clássica, pois a metáfora "chora quem nos faz rir" dá a medida da ambiguidade trágica do personagem. Essa máxima parece ter seduzido o cineasta do Rio Grande do Norte, William Cobbett, que realizou esse O Grande Palhaço, seu último longa - assinou também a produção e o co-argumento, com Luiz Olimecha, e o co-roteiro, com Mouse Casado. Durante os seus primeiros quinze minutos, o filme mais parece um documentário, pois Cobbett abre espaço para diferentes números circenses e faz deles seu foco - malabarismo, trapezismo, globo da morte, corda, palhaço, triciclos. Só vemos que não é um doc de fato pela presença dos atores Luiz Armando Queiróz, Angelina Muniz e Eduardo Tornaghi protagonizando alguns desses números. Com essa construção, é como se o filme quisesse nos mostrar que ainda que brilhem no picadeiro, cada um daqueles artistas que trabalham continuamente com luzes, cores e magias encerra pequenos ou grandes dramas em suas vidas - e dai o diretor escolheu um deles para contar sua história. Queiróz é o palhaço Carrapicho, a estrela de um grande circo, onde também trabalham Angelina Muniz, sua mulher trapezista, e seu filho. Angelina prepara seu número mais difícil, o salto triplo, mas a façanha acaba em tragédia. A partir daí, Queiróz não consegue mais fazer ninguém rir, abandona a ribalta e começa uma trajetória de solidão e decadência. Premiado no Festival de Tashkent, da então União Soviética, O Grande Palhaço é filme interessante, que ainda que resulte irregular, tem lá seus momentos. No elenco, com boas presenças de Renato Coutinho e Maria Pompeu como os donos do circo, ela também como a cartomante, destaca-se Eduardo Tornaghi como o artista rebelde, mulherengo e um tanto cafajeste, que faz de sua vida nos bastidores quase que uma extensão da corda bamba onde faz suas apresentações - pena que seu personagem não seja mais explorado pelo roteiro. Já Fernando Reski e Tony Ferreira são os apresentadores da companhia e Maria Zilda Bethlem e Betina Viany fazem pequenas pontas como tietes do circo que caem nas mãos de Tornaghi. O Grande Palhaço é um dos filmes prediletos da cineasta Adélia Sampaio, cunhada de Cobbett que trabalhou em todos os seus filmes em diferentes funções técnicas e que aqui fez a direção de produção.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)
007 - O Grande Palhaço (1980), de William Cobbett **1/2
A associação entre palhaço e lágrimas é clássica, pois a metáfora "chora quem nos faz rir" dá a medida da ambiguidade trágica do personagem. Essa máxima parece ter seduzido o cineasta do Rio Grande do Norte, William Cobbett, que realizou esse O Grande Palhaço, seu último longa - assinou também a produção e o co-argumento, com Luiz Olimecha, e o co-roteiro, com Mouse Casado. Durante os seus primeiros quinze minutos, o filme mais parece um documentário, pois Cobbett abre espaço para diferentes números circenses e faz deles seu foco - malabarismo, trapezismo, globo da morte, corda, palhaço, triciclos. Só vemos que não é um doc de fato pela presença dos atores Luiz Armando Queiróz, Angelina Muniz e Eduardo Tornaghi protagonizando alguns desses números. Com essa construção, é como se o filme quisesse nos mostrar que ainda que brilhem no picadeiro, cada um daqueles artistas que trabalham continuamente com luzes, cores e magias encerra pequenos ou grandes dramas em suas vidas - e dai o diretor escolheu um deles para contar sua história. Queiróz é o palhaço Carrapicho, a estrela de um grande circo, onde também trabalham Angelina Muniz, sua mulher trapezista, e seu filho. Angelina prepara seu número mais difícil, o salto triplo, mas a façanha acaba em tragédia. A partir daí, Queiróz não consegue mais fazer ninguém rir, abandona a ribalta e começa uma trajetória de solidão e decadência. Premiado no Festival de Tashkent, da então União Soviética, O Grande Palhaço é filme interessante, que ainda que resulte irregular, tem lá seus momentos. No elenco, com boas presenças de Renato Coutinho e Maria Pompeu como os donos do circo, ela também como a cartomante, destaca-se Eduardo Tornaghi como o artista rebelde, mulherengo e um tanto cafajeste, que faz de sua vida nos bastidores quase que uma extensão da corda bamba onde faz suas apresentações - pena que seu personagem não seja mais explorado pelo roteiro. Já Fernando Reski e Tony Ferreira são os apresentadores da companhia e Maria Zilda Bethlem e Betina Viany fazem pequenas pontas como tietes do circo que caem nas mãos de Tornaghi. O Grande Palhaço é um dos filmes prediletos da cineasta Adélia Sampaio, cunhada de Cobbett que trabalhou em todos os seus filmes em diferentes funções técnicas e que aqui fez a direção de produção.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
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