terça-feira, 19 de outubro de 2010

longas brasileiros em 2010 (242)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

242 - Esse é Carlos Manga (2007), de Oscar Maron Filho **

obs: não consegui imagem do filme

Em 2007, o Grupo Severiano Ribeiro comemorou 90 anos - o marco foi a inauguração do Cinema Majestic em Fortaleza, em 1917. Como se sabe, depois disso o grupo se tornou um dos principais exibidores do país, além de se associar como majoritário em 1947 à Atlântida Cinematográfica - fundada por Moacir Fenelon e José Carlos Burle em 1941 - compondo o tripé vitorioso produção-realização-exibição. Além de livro comemorativo e mostras, a data também originou Esse é Carlos Manga, documentário sobre um dos mais geniais cineastas brasileiros e grande homem de televisão - e que ao lado de outro mestre,Watson Macedo, e tantos outros, fez dos filmes da Atlântida sinônimo incontestável de cinema popular de sucesso. Esse é Carlos Manga tem como principal destaque o próprio objeto de foco, além das imagens preciosas de tantos filmes e astros e estrelas que desfilam pela tela como Oscarito, Grande Otelo, Eliana, Adelaide Chiozzo, Zezé Macedo, Zé Trindade, Violeta Feraz e Renata Fronzi. Porque como cinema de fato tem quase nada, já que se estrutura no modelo padrão de depoimentos do homenageado e de outros notáveis, como o humorista Chico Anysio e o novelista Silvio de Abreu - na verdade, tem formato para televisão e foi exibido no Canal Brasil, que apresentou na época mostra com produções da Severiano. O filme começa com um Manga nostálgico da Rio de Janeiro capital federal, enquanto belo documentário do estúdio ilustra esse ideário de Cidade Maravilhosa em arrebatador p&b. Ao longo de seu percurso - é quase um média-metragem nos seus 60 minutos e poucos segundos de duração - o cineasta se emociona várias vezes, em tom de voz pausado e distante do folclore que ronda suas homéricas broncas - Anysio e Abreu falam sobre isso, e Chico diz que estar frente a ele era como estar frente a Walter Avancini, outro nome genial da TV e conhecido pela maestria, mas também pelos ataques de fúria. Em cena, Manga demonstra carinho especial por Oscarito, fala das influências de Hollywood e do cinema italiano nas produções da Atlântida, destaca o poder da música, e agradece ter sua obra reconhecida ainda em vida. Em depoimento político, diz se sentir vergonhoso do país e faz menção ao escândalo do dinheiro na cueca envolvendo políticos cearenses ligados ao PT em 2005. Sugestionado pelo diretor do filme, concorda que Zé Trindade faria um Lula de forma exemplar e até imita o saudoso comediante. Afora o achincalhe que adoram fazer sempre com Lula - e que incomoda sempre, ainda que não a muita gente - é um desfecho que tem sua graça para um filme muito tímido para o talento gigante do biografado.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

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