terça-feira, 7 de setembro de 2010

ode aos militares e aos paus famosos


Já contei aqui da minha fase de colaboracionismo infantil, já que quando criança adorava cantarolar a musiquinha da Ultragás - "terça sim, terça não, ultragás ai no seu portão" - e era completamente contra a liquigás, concorrente da marca na época.

Daí fui saber só de marmanjo, notadamente no documentário de Chaim Litewsk, Cidadão Boilensen, que o manda-chuva do grupo era parceiro dos milicos, e, inclusive, segundo o filme e a História, assistia as sessões de torturas.

Pois hoje, lembrei-me de outro fato para engordar essa minha faceta de colaboracionista.

Quando criança, minha mãe - que jamais foi engajada em qualquer corrente política e estava ali só pela festa e para ver seu irmão que lutara da 2ª Grande Guerra desfilar - levava a gente, de Sabará, para assistir, em BH, a Parada de Sete de Setembro.

O que mais gostava de ver era o desfile da banda, as performances das balizas - olha o lado gay precoce! - e os animais selvagens que rolavam pela av. Afonso Pena afora em jaulas.

Mas lembro também que, durante o tempo todo, ficava lá sacudindo minha bandeirinha do Brasil de papel brilhoso colado em pedaço pontudo de madeira. E muito feliz.

Ou seja, enquando se torturava e matava nos porões, estava eu lá sacudindo bandeira para, possivelmente, boa parte deles naquela época.

Vixe!


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Uma das maiores surpresas assistindo ao filme A Serpente, de Alberto Magno, esse abacaxi comentado em postagem aí pra trás, foi ver o pau de Marco Nanini - será que era dublê?

É impressionante como é raro ver paus famosos nos filmes, daí a minha surpresa quando ele abriu a braguilha e tirou o dele pra fora.

Se as mulheres sempre foram desnudas - e não vai aqui nenhum manifesto a la Pedro Cardoso, é bom que se diga - o mesmo não se dá com a genitália masculina.

Com exceção de alguns poucos cineastas como Carlos Reichenbach, que não se intimidava em expor os paus dos atores, e de David Cardoso, que nunca teve problema em mostrar o próprio, quase sempre era um tal de levantar a coxa para esconder o dito ou então se enroscar em lençóis ordinários para camuflar o pingolin, que não tava no gibi.

No cinema de hoje, poucos fazem coro com esses cineastas que não estavam nem aí para isso - como José Eduardo Belmonte e Cláudio Assis.

Pensando rápido, consigo me lembrar lá atrás da nudez frontal de Reginaldo Faria em Lúcio Flávio - O Passageiro da Agonia; e mais recentemente de Alexandre Borges em Um Copo de Cólera, de Aluisio Abranches, e de Caio Blat em Cama de Gato, de Alexandre Stockler.

Fora isso, o que temos é um Bruno Garcia fazendo contorcionismos inacreditáveis em Cleópatra, de Julio Bressane, para não mostrar o documento.

E, pior, Reynaldo Gianecchini, que protagoniza filme inteiro passado em quarto de motel, o quase ordinário Entre Lençois, de Gustavo Nieta Roa, mas jamais mostra o dito.

Vixe!


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Como podem ver, o assunto confessional de hoje é poder, né? - ou o medo de perdê-lo....

São os ares da data cívica repercutindo.

Vixe!

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