Sugestionado pela correspondência com Noel - um ilustre leitor do Insensatez - nos comments do post Invisibilidade, sobre a Mulher Invisível, de Claudio Torres, gostaria de falar um pouco mais sobre o assunto, além do que há lá.
Pensando melhor nem acho que seja necessário existirem filmes comerciais para que possam existir filmes autorais. Acho que o buraco é mais para baixo, pois em se falando de cinema brasileiro, acho que há hibridez nos dois modelos.
Em plena Boca do Lixo, Jean Garret é de uma autoridade exemplar.
E em plena Embrafilme, Antonio Calmon o é também.
Em plena Boca do Lixo, Jean Garret é de uma autoridade exemplar.
E em plena Embrafilme, Antonio Calmon o é também.
E são dois cineastas maravilhosos, sejam vistos por qualquer ângulo - autoral ou comercial.
O que percebo no cinema brasileiro de hoje é, muitas vezes, um cinema comercial ruim e um cinema autoral frouxo.
Parece-me que muitos cineastas andam perseguindo uma cartilha a cumprir nos dois modelos e aí saem esses filmes sem alma.
Bruno Barreto foi um cineasta que fazia filmes comerciais bons – Dona Flor, Amor Bandido, O Beijo no Asfalto, Romance da Empregada (esse é fabuloso). Mas, ultimamente, parece seguir uma receita, e ela vive desandando – Bossa nova, O Casamento de Romeu e Julieta e Ultima Parada são muito ruins.
O mesmo vale para Hugo Carvana, que fez Vai trabalhar Vagabundo e Bar Esperança, e cometeu A Casa da Mãe Joana.
Carlos Diegues, que já foi grande com filmes como A Grande Cidade, Xica da Silva, Bye Brasil e Chuvas de Verão, andou seduzido por filmes sem alma como Orfeu e Deus é Brasileiro, e só reencontrou sua grandeza em O Maior Amor do Mundo – que, infelizmente, passou batido.
Já nos autorais, poucos cineastas têm o vigor de Beto Brant, Claudio Assis, Tata Amaral, Eliane Caffé, Lais Bodansky e José Eduardo Belmonte.
O que percebo no cinema brasileiro de hoje é, muitas vezes, um cinema comercial ruim e um cinema autoral frouxo.
Parece-me que muitos cineastas andam perseguindo uma cartilha a cumprir nos dois modelos e aí saem esses filmes sem alma.
Bruno Barreto foi um cineasta que fazia filmes comerciais bons – Dona Flor, Amor Bandido, O Beijo no Asfalto, Romance da Empregada (esse é fabuloso). Mas, ultimamente, parece seguir uma receita, e ela vive desandando – Bossa nova, O Casamento de Romeu e Julieta e Ultima Parada são muito ruins.
O mesmo vale para Hugo Carvana, que fez Vai trabalhar Vagabundo e Bar Esperança, e cometeu A Casa da Mãe Joana.
Carlos Diegues, que já foi grande com filmes como A Grande Cidade, Xica da Silva, Bye Brasil e Chuvas de Verão, andou seduzido por filmes sem alma como Orfeu e Deus é Brasileiro, e só reencontrou sua grandeza em O Maior Amor do Mundo – que, infelizmente, passou batido.
Já nos autorais, poucos cineastas têm o vigor de Beto Brant, Claudio Assis, Tata Amaral, Eliane Caffé, Lais Bodansky e José Eduardo Belmonte.
E nos comerciais, Guel Arraes, Jorge Furtado e José Alvarenga me interessam enormente - além de apresentarem um tom híbrido que me seduz.
Realmente não sei se é preciso ter filmes comerciais para que tenha filmes autorais, pois nem sei se um garante a sobrevicência do outro.
Pois Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, e Onde Andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado, são filmes autorais ótimos, mas sua existência não está garantida por causa de um bom filme comercial, como por exemplo, Divã, de José Alvarenga.
O que eu espero é que no cinema nacional tenham filmes ótimos ou bons, independente de serem autorais ou comerciais.
Mesmo porque minha relação com o cinema brasileiro é muito particular, pois acho que mesmo quando é ruim é ótimo assistir filme brasileiro – e não pela apreciação do lado trash como muita gente tem.
Realmente, amo cinema brasileiro , e, quase basicamente, só ele me interessa atualmente.
Realmente não sei se é preciso ter filmes comerciais para que tenha filmes autorais, pois nem sei se um garante a sobrevicência do outro.
Pois Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, e Onde Andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado, são filmes autorais ótimos, mas sua existência não está garantida por causa de um bom filme comercial, como por exemplo, Divã, de José Alvarenga.
O que eu espero é que no cinema nacional tenham filmes ótimos ou bons, independente de serem autorais ou comerciais.
Mesmo porque minha relação com o cinema brasileiro é muito particular, pois acho que mesmo quando é ruim é ótimo assistir filme brasileiro – e não pela apreciação do lado trash como muita gente tem.
Realmente, amo cinema brasileiro , e, quase basicamente, só ele me interessa atualmente.
Pek,
ResponderExcluirVocê sabe que adoro cinema nacional, independentemente de ser autoral ou comercial. É claro que há filmes que não gosto e outros que amo de paixão, sem se interessar se é comercial, autoral, bom de bilheteria ou não.
Quando digo que deve existir o filme comercial para que exista o filme autoral, quero dizer que cinema se faz com dinheiro e vivemos num mundo capitalista, onde o que vale é o produto vendido. Se olharmos para os produtores nacionais, vemos que a grande maioria procura em algum momento fazer filmes comerciais, pela própria questão de "fazer dinheiro". Os próprios diretores que você citou tem produtores com esta característica. Não se pode eternamente depender única e exclusivamente de verbas públicas, como os grandes editais que financiam parte do cinema nacional, em especial o autoral. Dos cineastas autorais citados, gosto de todos, especialmente Cláudio Assis e Belmonte. De autorais não citados, odeio os filmes mais atuais de um cineasta bem incessado pela crítica especializada, Júlio Bressane (acho Cleópatra horrível, sem ritmo. Ainda não conheço a Erva do Rato). Quanto aos três sucessos de bilheteria do cinema nacional deste ano, empato com você, pois o meu preferido é Divão, embora tenha gostado muito de A Mulher Invisível.
P.S.: Lembre-se que sou um dos poucos que você conhece que viu Cinderela Baiana, com Carla Perez dançando com um papagaio, e que não vi o filme por ser trash, mas pelo fato de adoro cinema nacional.
Bjs.
Noel,
ResponderExcluirentendo perfeitamente, e sei que você é um amante do cinema brasileiro.
Mas é que do jeito que você coloca fica parecendo que eu não gosto de filme brasileiro comercial, quando não é verdade. Já disse que o cinema dos anos 70 é meu predileto e essa é uma fase aurea do cinema comercial.
Assim como você, gosto de filme brasileiro, independente de ser autoral ou comercial.
Mas discordo em um ponto crucial. O Estado não apóia só filmes autorais não, todos esses comerciais também utilizam dinheiro público. Por isso não acho que o comercial, por sí só, garanta a existência do autoral.
Bjs
E discordo em outro ponto.
ResponderExcluirGosto muito do cinema do Bressane.
E concordo em outro.
Também assisti Cinderela com interesse.
Bjs
Pek,
ResponderExcluirSem continuar as polêmicas, pois amamos o cinema nacional e isto é fato.
Só quero acrescentar que não queria dizer em nenhum momento que você não gosta de filme comercial, pois bem o sei e é visível, pois já se manifestou diversas vezes aqui e no seu site sobre isto.
Ainda bem que existem gostos contrários e convergentes. Isto é bom até mesmo para nosso eterno debate (rsrsrs).
Sei tam´bem que o EStado financia filmes comerciais, mas estes conseguem, muitas vezes, patrocínios de empresas privadas que JAMAIS iriam patrocinar alguns filmes autorais.
Se me recordo bem, Sandra Werneck disse que só foi possível a ela fazer "Meninas" porque antes fez "Cazuza" e o último deu dinheiro. O mesmo vale para Padilha (Tropa de Elite e Garapa) e Sérgio Resende, que conseguiu fazer "Quase Nada" porque antes fez "Guerra de Canudos".
Não sou contra filmes autorais e nem comerciais. Vou continuar assistindo a todos (seja em cinema ou em dvd, pois sabe que sou colecionador, mesmo os de Bressane (sabendo, de antemão, que não vou gostar).
É isto. Um "Viva" ao cinema nacional!
Bjs fraternais.
PS: sou louco para ter Cinderela Baiana e todos os filmes do Braza (estes sim, autorais, trash e nada comerciais)
Cinderela Baiana eu tive a oportunidade de ver no cinema. Já os filmes do Braza eu não vi nenhum.
ResponderExcluirBjs