sexta-feira, 15 de maio de 2009

escândalo


Assisti, enfim, a série As Mulheres no Cinema Brasileiro, dirigida por Sonia Nercessian e narrada por Norma Bengell, uma das produtoras e também creditada como "idéia original" (????????????).

Tenho ódio mortal por Norma Bengell - ainda que a reconheça como uma das dez atrizes mais importantes do cinema brasileiro.

A série é bem produzida, mas é impressionante como, mais uma vez, as mulheres do cinema nacional da década de 70 são maltratadas.

Ainda que cometa erros como minimizar a importância de Cleo de Verberena; sequer citar o pioneirismo das cineastas Maria Basaglia e Zélia Costa; ignorar Renata Fronzi, Inalda de Carvalho, Vera Regina, Consuelo Leandro e Heloisa Helena nas chanchadas; e insistir em chamar Eliane Lage de Eliane, o que mais me chocou foi a invisibilidade para as musas dos anos 70, sobretudo as deusas da Boca do Lixo.

Helena Ramos e Rossana Ghessa são citadas rapidamente.

Será que elas não sabem que Helena Ramos (foto) é uma das outras nove atrizes mais importantes do cinema brasileiro?

E para elas não existem:

- Matilde Mastrangi, Monique Lafond, Nicole Puzzi, Patricia Scalvi, Sandra Bréa, Zilda Mayo, Selma Egrei, Aldine Muller, Sandra Barsotti, Adele Fátima, Alvamar Taddei, Kate Lyra, Alba Valério, Marlene França, Claudette Joubert, Meire Vieira, Elisabeth Hartman, Wilza Carla, Maria Lucia Dhal, Maria Rosa, Kate Hansen, Dilma Lóes, Misaki Tanaka, Zaira Bueno, Marta Anderson, Neide Ribeiro, Vanessa Alves, Simone Carvalho, Nadia Lippi, Silvana Lopes, Arlete Moreira, Vera Gimenez...
... e tantas outras...

Como também não há recohecimento para o tamanho de Lucélia Santos no nosso cinema.

Enfim...

Triste.
E obsceno!


8 comentários:

  1. Noel,
    Essa gente assassina a memória do cinema brasileiro.
    Bjs

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  2. E esse tipo de abordagem tosca é que no final das contas acabou levando ao esvaziamento do cinema brasileiro. Terrível, Adilson, um horror. A Bengell bem que poderia ter um fim de trajetória melhor... Beijos

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  3. Pois é Andrea, mais gente preconceituosa com um dos momentos de extrema importância para o cinema brasileiro.
    Bjs

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Conheci Norma Bengell quando ela veio, há uma década ou mais, lançar, aqui na Bahia, o seu escabroso e patológico "O Guarany", que fez remexer na tumba o célebre escritor José de Alencar. Uma mulher muito temperamental, que, segundo diretores que me trabalharam com ela, é de difícil relacionamento. Concordo plenamente com a série que a vi no Canal Brasil: pretensiosa e cheia de lacunas imperdoáveis. Mas estas impressões desaparecem quando a vejo a imitar a minha querida Brigitte Bardot em 'O homem do sputnick', de Carlos Manga, ou, nua e desesperada na praia, com a câmera a perseguí-la em rodopios em 'Os cafajestes', de Ruy Guerra. Decididamente: não é uma mulher que se poderia dizer de lhano trato.

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  6. Errata:
    "segundo diretores que trabalharam com ela".
    "com a série que vi no Canal Brasil"

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  7. Caro Andre, fico feliz em vê-lo aqui.
    Pois é, também admiro o trabalho de atriz da Bengell, que como registrei é uma de nossas mais importantes. E como atriz, gosto dela em inúmeros, como os que você citou e mais O Noite Vazia, O Pagador de Promessas, O Anjo Nasceu, A Idade da Terra, e tantos outros...
    O que me faz ter tanta ojeriza pela Norma, infelizmente não posso dizer aqui. Mas, por esse motivo, e que também data da época de "O Guarani", pois fiz assessoria de imprensa para o lançamento do filme em BH, eu realmente a odeio. E saiba que é terrível.
    Abs

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