Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
285 - Elas São do Baralho (1977), de Sílvio de Abreu *****
Antes de virar novelista consagrado, Silvio de Abreu bateu ponto na Boca do Lixo como cineasta, roteirista e até como ator - em A SuperFêmea (1973), de Aníbal Massaini Neto. O sucesso maior como diretor foi com o drama erótico Mulher Objeto (1981), mas Abreu realizou também comédias, gênero que exploraria depois com enorme talento na TV. A melhor é esse Elas São do Baralho, que roterizou com Rubens Ewald Filho - com quem escreveria a novela Éramos Seis (1977) para a Tupi - em encomenda do produtor Aníbal Massaini Neto. No enredo, Claudio Correira e Castro, chefe de uma corretora em Belo Horizonte, é transferido para São Paulo, para onde vai com a esposa Sonia Mamede. Na chegada a Sampa, eles passam por assaltos de toda ordem, seja de um bando de ladrões - Adoniran Barbosa bradando "mãos ao ar" é hilariante - seja de uma turma de pivetes, e ainda com passagem pelo xilindró. Mas o que o casal nem imagina é a confusão que vai se meter quando os funcionários do escritório - Antonio Fagundes, Nuno Leal Maia, Hugo Bidet e Carlos Koppa - marcam uma reunião de buraco, o patrão leva a patroa, e eles ficam desesperados. Isso porque, na verdade, o encontro era uma armadilha para dobrarem o chefe mineiro careta, que ficaria no mesmo local com um quinteto de prostitutas do balacobaco - ou melhor dizendo, do baralho: Marivalda, Arlete Moreira, Esmeralda Barros, Francys Meyre e Valéria D`Ellia. Elas São do Baralho foi originalmente pensado como um dos dois episódios de um filme, mas Massaini gostou do resultado e resolver esticar. Abreu e Ewald Filho se recusaram a escrever o acréscimo, e Adriano Stuart e Roberto Silveira criaram um prólogo e um epílogo para que a produção se transformasse em um longa. Esse ínicio, inclusive, foi rodado em Belo Horizonte, e quem é das bandas de cá pode matar saudades do Cine Brasil - que foi um dos maiores cinemas populares do país e será reaberto depois de décadas como um centro cultural com direito a sala de cinema; a Igreja São José - ainda sem cerca; e o Café Nice - que resiste até os dias de hoje. "Essa é a gostosa historinha de um homem comum, é o momento do encontro de alguém com a sensação... com o prazer... e porque não dizer, com a sacanagem!" É assim que a trama é deliciosamente apresentada, em narração sacana, mas como bem diz Abreu em sua biografia na Coleção Aplauso - escrita por Vilmar Ledesma - o nu no filme, ao contrário de muitas produções da época, não é erótico, é engraçado. Realmente, Elas São do Baralho é engraçadíssimo, com toda a sequência do falso jogo do buraco elevando o filme em muitos decibéis. Sonia Mamede passa da recatada senhora mineira para a leoa que está fim de papar Fagundes com toda o timing, a veia cômica e o talento que sempre teve. Já as meninas estão ótimas, sobretudo os nomes de guerra com os quais foram batizadas - Nádia Marcha-Ré, Wanda Cacetada, Julieta Boca de Caçapa, Teresa Torniquete e Tânia Frango Assado. Arlete Moreira está linda; Marivalda fazendo uma deslumbrante mulher devoradora de homem - e meio mulher-bicha - como sempre soube fazer tão bem; e Esmeralda Barros divertida dando pernada a três por quatro com a cara mais séria do mundo. Todo o elenco é ótimo - tem também Yolanda Cardoso fazendo uma franchona dona de uma casa de massagem daquelas - e Hugo Bidet em papel sob medida - ele recebeu o APCA póstumo de Melhor Ator, já que se suicidou pouco tempo depois.
(em 2009 - 315 filmes)
285 - Elas São do Baralho (1977), de Sílvio de Abreu *****
Antes de virar novelista consagrado, Silvio de Abreu bateu ponto na Boca do Lixo como cineasta, roteirista e até como ator - em A SuperFêmea (1973), de Aníbal Massaini Neto. O sucesso maior como diretor foi com o drama erótico Mulher Objeto (1981), mas Abreu realizou também comédias, gênero que exploraria depois com enorme talento na TV. A melhor é esse Elas São do Baralho, que roterizou com Rubens Ewald Filho - com quem escreveria a novela Éramos Seis (1977) para a Tupi - em encomenda do produtor Aníbal Massaini Neto. No enredo, Claudio Correira e Castro, chefe de uma corretora em Belo Horizonte, é transferido para São Paulo, para onde vai com a esposa Sonia Mamede. Na chegada a Sampa, eles passam por assaltos de toda ordem, seja de um bando de ladrões - Adoniran Barbosa bradando "mãos ao ar" é hilariante - seja de uma turma de pivetes, e ainda com passagem pelo xilindró. Mas o que o casal nem imagina é a confusão que vai se meter quando os funcionários do escritório - Antonio Fagundes, Nuno Leal Maia, Hugo Bidet e Carlos Koppa - marcam uma reunião de buraco, o patrão leva a patroa, e eles ficam desesperados. Isso porque, na verdade, o encontro era uma armadilha para dobrarem o chefe mineiro careta, que ficaria no mesmo local com um quinteto de prostitutas do balacobaco - ou melhor dizendo, do baralho: Marivalda, Arlete Moreira, Esmeralda Barros, Francys Meyre e Valéria D`Ellia. Elas São do Baralho foi originalmente pensado como um dos dois episódios de um filme, mas Massaini gostou do resultado e resolver esticar. Abreu e Ewald Filho se recusaram a escrever o acréscimo, e Adriano Stuart e Roberto Silveira criaram um prólogo e um epílogo para que a produção se transformasse em um longa. Esse ínicio, inclusive, foi rodado em Belo Horizonte, e quem é das bandas de cá pode matar saudades do Cine Brasil - que foi um dos maiores cinemas populares do país e será reaberto depois de décadas como um centro cultural com direito a sala de cinema; a Igreja São José - ainda sem cerca; e o Café Nice - que resiste até os dias de hoje. "Essa é a gostosa historinha de um homem comum, é o momento do encontro de alguém com a sensação... com o prazer... e porque não dizer, com a sacanagem!" É assim que a trama é deliciosamente apresentada, em narração sacana, mas como bem diz Abreu em sua biografia na Coleção Aplauso - escrita por Vilmar Ledesma - o nu no filme, ao contrário de muitas produções da época, não é erótico, é engraçado. Realmente, Elas São do Baralho é engraçadíssimo, com toda a sequência do falso jogo do buraco elevando o filme em muitos decibéis. Sonia Mamede passa da recatada senhora mineira para a leoa que está fim de papar Fagundes com toda o timing, a veia cômica e o talento que sempre teve. Já as meninas estão ótimas, sobretudo os nomes de guerra com os quais foram batizadas - Nádia Marcha-Ré, Wanda Cacetada, Julieta Boca de Caçapa, Teresa Torniquete e Tânia Frango Assado. Arlete Moreira está linda; Marivalda fazendo uma deslumbrante mulher devoradora de homem - e meio mulher-bicha - como sempre soube fazer tão bem; e Esmeralda Barros divertida dando pernada a três por quatro com a cara mais séria do mundo. Todo o elenco é ótimo - tem também Yolanda Cardoso fazendo uma franchona dona de uma casa de massagem daquelas - e Hugo Bidet em papel sob medida - ele recebeu o APCA póstumo de Melhor Ator, já que se suicidou pouco tempo depois.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
Pek,
ResponderExcluirSó safra 5 estrelas!
Bjs.
Pois é Noel, fui feliz nessa seleção.
ResponderExcluirBjs