Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
282 - Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha ***1/2
O primeiro 1/3 desse Tropa de Elite 2 é muito fraco, daí a gente pensa logo: mas é esse filme que se tornou a maior bilheteria da história do cinema brasileiro? Ainda bem que nos outros dois terços o filme vai num crescendo, mesmo que não se equipare ao anterior. Se no primeiro Tropa os adversários eram os bandidos, a banda podre da polícia e os usuários da classe média, agora a hora e vez são dos políticos em campanha eleitoral e da milícia - por isso o subtítulo. Já o BOPE não, continua preservado, pelo menos na mente do agora coronel Nascimento de Wagner Moura, ainda que com menos espaço na trama. Moura continua lá narrando os acontecimentos, tem fios grisalhos na cabeleira, separou-se da esposa Maria Ribeiro, que por sua vez se casou novamente com o representante dos Direitos Humanos, Irandhir Santos. E por isso haverá um confronto entre os dois, tanto na esfera pública quanto na privada. Há ainda espaço na trama para o Mathias de André Ramiro; o filho de Nascimento, Pedro Van Held; a jornalista Tainá Muller; o policial corrupto Milhem Cortaz; os políticos de André Mattos e Bruno D´Elia; e o chefão da milícia Sandro Rocha. Tropa de Elite 2 tem toda a cara de uma superprodução - a ficha técnica não deixa mentir esse aparato - e consegue diálogo mesmo com o público, não á toa a bilheteria estrondosa em quase quatro meses de exibição. José Padilha procura imprimir na tela - via roteiro seu e de Bráulio Mantovani - todo um estado de indignação pela nefasta associação entre Estado e violência urbana via sistema de corrupção que assola boa parcela de nossos políticos. Durante a trama isso funciona mais organicamente, já a sequência no plenário fica um tanto over e didática por demais. O Nascimento de Moura saliva menos de raiva gozoza como era no primeiro Tropa, ainda que no início torça para que o governador permita que as gangues de Bangu se entredevorem. Os fios tensos do primeiro filme custam a aparecer nessa sequência, o que permite um certo distanciamento, que ainda que prejudique a ação do filme, possibilita-nos ver o que há de bom cinema ali e o quanto há de uma certa arrogância como um Tarzan a bater no peito - como no tom espalhafatoso na mídia envolvendo a tal assinatura de Padilha no manifesto da campanha Pró-Dilma. Tropa de Elite é um filme muito bem fotografado por Lula Carvalho e montado por Daniel Rezende. Wagner Moura está bem, mais quem rouba a cena mesmo é Sandro Rocha, como o imoral manda-chuva da milícia.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
(em 2009 - 315 filmes)
282 - Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha ***1/2
O primeiro 1/3 desse Tropa de Elite 2 é muito fraco, daí a gente pensa logo: mas é esse filme que se tornou a maior bilheteria da história do cinema brasileiro? Ainda bem que nos outros dois terços o filme vai num crescendo, mesmo que não se equipare ao anterior. Se no primeiro Tropa os adversários eram os bandidos, a banda podre da polícia e os usuários da classe média, agora a hora e vez são dos políticos em campanha eleitoral e da milícia - por isso o subtítulo. Já o BOPE não, continua preservado, pelo menos na mente do agora coronel Nascimento de Wagner Moura, ainda que com menos espaço na trama. Moura continua lá narrando os acontecimentos, tem fios grisalhos na cabeleira, separou-se da esposa Maria Ribeiro, que por sua vez se casou novamente com o representante dos Direitos Humanos, Irandhir Santos. E por isso haverá um confronto entre os dois, tanto na esfera pública quanto na privada. Há ainda espaço na trama para o Mathias de André Ramiro; o filho de Nascimento, Pedro Van Held; a jornalista Tainá Muller; o policial corrupto Milhem Cortaz; os políticos de André Mattos e Bruno D´Elia; e o chefão da milícia Sandro Rocha. Tropa de Elite 2 tem toda a cara de uma superprodução - a ficha técnica não deixa mentir esse aparato - e consegue diálogo mesmo com o público, não á toa a bilheteria estrondosa em quase quatro meses de exibição. José Padilha procura imprimir na tela - via roteiro seu e de Bráulio Mantovani - todo um estado de indignação pela nefasta associação entre Estado e violência urbana via sistema de corrupção que assola boa parcela de nossos políticos. Durante a trama isso funciona mais organicamente, já a sequência no plenário fica um tanto over e didática por demais. O Nascimento de Moura saliva menos de raiva gozoza como era no primeiro Tropa, ainda que no início torça para que o governador permita que as gangues de Bangu se entredevorem. Os fios tensos do primeiro filme custam a aparecer nessa sequência, o que permite um certo distanciamento, que ainda que prejudique a ação do filme, possibilita-nos ver o que há de bom cinema ali e o quanto há de uma certa arrogância como um Tarzan a bater no peito - como no tom espalhafatoso na mídia envolvendo a tal assinatura de Padilha no manifesto da campanha Pró-Dilma. Tropa de Elite é um filme muito bem fotografado por Lula Carvalho e montado por Daniel Rezende. Wagner Moura está bem, mais quem rouba a cena mesmo é Sandro Rocha, como o imoral manda-chuva da milícia.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo
Pek,
ResponderExcluirDiferente de você,prefiro este ao primeiro filme. Mudando de assunto, porque ficou sumido quatro dias?
Recebi seu e-mail e na primeira oportunidade vou procurar para você.
Bjs.
Noel,
ResponderExcluirFoi por causa de trabalho.
Bacana demais, vou aguardar.
Bjs