domingo, 4 de abril de 2010

longas brasileiros em 2010 (77)


Filmes brasileiros assistidos ou revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

077 - As Mulheres Sempre Querem Mais ( (1975), de Roberto Mauro +

Obs.: não encontrei imagem do filme.

Para quem ainda confunde o cinema popular dos anos 70 e coloca tudo no mesmo balaio da pornochanchada, os filmes de Roberto Mauro são bons exemplos de distinção entre um e outro. Diretor profícuo de pornochanchadas, em sua trajétória de quase 20 filmes ele realizou filmes de interesse divertido como As Cangaceiras Eróticas (1974) e A Ilha das Cangaceiras Virgens (1976), até outros muito ruins como esse As Mulheres Sempre Querem Mais, um de seus primeiros trabalhos. Aqui Oasis Minniti (foto) é Ricardo, o gostosão e canastríssimo galã por quem todas as mulheres da cidade suspiram e molham as calcinhas. Só que, para desespero dele e, sobretudo, da mulherada, Ricardo desenvolveu uma fobia que invariavelmente põe tudo a perder na hora agá: só consegue trepar no mais aboluto silêncio. Daí acompanhamos suas inúmeras transas interrompidas por barulhos os mais diversos, como apito de trem, canto de galo, tiro, badalar de sinos, e por aí afora - e antes do filme começar os produtores já colocam legenda gaiata pedindo para a platéia não fazer barulho para ajudar o rapaz. A fama de frouxo se espalha pela cidade e atrapalha as ambições políticas do pai Sady Cabral, que quer honrar a macheza da família e daí se encerra com a mulher na quarto em tentativa de trepada regada a sacos de amendoim. As Mulheres Sempre Querem Mais é o terceiro de Mauro, mas ele já abusa dos recursos das mais manjadas pornochanchadas, como explorar o risível de forma canhestra e sutileza de elefante. Chega mesmo a executar contra-plongé literalmente debaixo das saias das meninas fartas e um tanto deselegantes. E anuncia a interessante Maria Isabel de Lizandra como protagonista ao lado de Minniti, o que é um descalabro, pois a moça aparece apenas em duas cenas - mas é nome mais conhecido do elenco, além da sempre ótima e imponente Ruthinea de Moraes, e uma louríssima Helena Ramos ainda em inicinho de carreira. O filme não entra nem naquela famosa equação daqueles que de tão ruins ficam bons. Esquecível.


Cotações:
+ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

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