segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

longas brasileiros em 2012 - 007



Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2012 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)
(em 2010 - 289 filmes)
(em 2011 – 72 filmes)


007 – Curral de Mulheres (1982), de Osvaldo Oliveira


Muito já se falou sobre o expediente usado pela Boca do Lixo com os títulos apelativos para suas produções, e que, na maior parte das vezes, nada tinha a ver com seus conteúdos. Bom, esse não é, definitivamente, o caso deste Curral de Mulheres, dirigido por Osvaldo Oliveira. Afinal, há mesmo o tal curral e mulheres tem às pencas: Sandra Graffi, Lígia de Paula, Elys Cardoso, Márcia Fraga, Shirley Benny, Kátia Spencer e Vanessa Alves são algumas delas - só para ficar nas musas mais destacadas da Boca. O tal curral fica em uma fazenda perdida no meio do mato, para onde os traficantes de mulheres interpretados por Maurício do Valle e Elizabeth Hartmann atraem moças com promessas de grana fácil, mas sem revelar o real destino reservado para elas - serem vendidas por muita grana. Se a contragosto a maioria acata sua sina, o mesmo não acontece, sobretudo, com a personagem de Sandra Graffi, que fará de tudo para se libertar. Curral de Mulheres é o tipo de pornochanchada em que toda a ação da trama está desenvolvida para justificar a nudez de suas atrizes e seus roças simulados com um bando de marmanjos tarados. Elizabeth Hartmann, sempre grande atriz de elegância habitual e forte presença, até tenta dar alguma dignidade para sua Helena, mas é mesmo uma batalha inglória com o que tem à disposição no roteiro mal ajambrado de Oliveira e Alfredo Palácios. Roteiro que, aliás, se divide em quase dois filmes, pois lá pelas tantas o inferno das meninas passa a ser não mais os traficantes e sim os perigos da selva e dos garimpos. Oliveira e Palácios colocam ainda em cena um pastor gay dono de garimpo, uma bichinha tralalá, cenas de sexo sem mais nem pra quê com personagens circundantes, e por aí afora. Enfim, um enxerto tão indigesto como o sentimento de paz expresso por Graffi em cena de gran finale, que poderia ter função irônica – já que aquele casal formado pode ser mais um nos moldes dos traficantes -, mas cujo resultado só faz incômodo pela má carpintaria.

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