domingo, 14 de novembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (257)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

257 - A Santa Donzela (1978), de Flávio Porto +

Plínio Marcos é um dos dramaturgos mais viscerais do teatro brasileiro, em que o homem comum é focado em toda a sua crueza, com dramas humanos sem um pingo de cosmética. Já na TV, ficou eternamente marcado como o gaiato e esquentado Vitório, amigo do malandro Beto Rockfeller, personagem mítico de Luis Gustavo na novela homônima e revolucionária da Tupi, escrita por Bráulio Pedroso em 1968/69 - depois chegou também ao cinema em bom filme de Olivier Perroy em 1970. Não é a persona do Plínio do teatro e sim o da TV que o também ator Flávio Porto - ótimo como o Marinho de Adriana Prieto em Um Anjo Mau (1972), de Roberto Santos - trouxe para esse A Santa Donzela, que marcou sua estreia como cineasta. O filme é uma adaptação da peça A Morte do Imortal, de Lauro Cesar Muniz - que também assina o roteiro -, dramaturgo, novelista e roteirista veterano e de talento. Só que aqui não deu certo, ainda que talvez seja a direção de Porto que pôs tudo a perder ou mesmo a produção acidentada - segundo registro no Dicionário de Filmes Brasileiros, de Antonio Leão, e do de diretores Cinema da Boca, de Alfredo Sternheim, o filme - produzido pelo veterano Cassiano Esteves - teria se iniciado em 1971, mas terminado só em 78. Não há a graça pretendida, a denúncia irônica sobre o ridículo do poder das cidadezinhas com seus políticos, padres e figuras proeminentes não funciona, e a trama é um tanto atravancada. Plinio Marcos é um escultor contratado para esculpir a santa padroeira para procissão de boas-vindas para John Herbert, engenheiro que retorna à cidade para construir pista de vôo. Só que Plínio está mais interessado em bulir Wanda Stefânia, modelo da escultura e por quem é apaixonado, e que está prometida em casamento para Herbert. Com ajuda do amigo Jonas Bloch, ele fará de tudo para que a amada não se case, com direito a disfarces e muita mutreta. No elenco, Liana Duval tem boa atuação como a ex-vedete disfarçada de enfermeira, e Beatriz Berg como a tia carola de Stefânia. Flávio Porto voltou a direção só mais uma vez, com Nicolli, a paraóica do Sexo (1982).

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

4 comentários:

  1. Caro Adilson: queria muito ver esse filme. Onde você conseguiu?

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  2. Meu amigo,
    Foi no santo Canal Brasil, sempre ele.
    Abs

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  3. Pek,

    Um filme da década de 70 com classificação +. Deve ser ruim mesmo...

    Bjs.

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  4. Pois é, Noel.
    Dura decepção, pois sabe o quanto sou fã do cinema dos anos 70.
    bjs

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