terça-feira, 14 de setembro de 2010

longas brasileiros em 2010 (213)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

213 - O Artesão de Mulheres (1978), de Antonio B. Thomé *
obs.: não consegui imagem do filme

Em depoimento para o Canal Brasil, Matilde Mastrangi disse, divertida, que Helena Ramos, Aldine Muller e ela eram as mais procuradas para fazer os filmes eróticos. Que Helena adorava interpretar mulheres complicadas e Aldine atuar em filmes-cabeça, daí o que sobrava ficava com ela. Se levar em conta o que declarou, ainda que seja em tom gaiato, Aldine realmente vai fazer pesonagens mais complexos em filmes como Império do Desejo (1980), de Carlos Reichenbach, A Mulher que Inventou o Amor (1980), de Jean Garret, Força Estranha (1983), de Pedro Mavashe e Elite Devassa (1984), de Luiz Castillini. Mas isso já em segunda fase de carreira, pois nos primeiros anos fez muitos filminhos como esse O Artesão de Mulheres, de Antonio B. Thomé. Na trama, Waldir Siebert é dono de uma clínica de massagens e tem como secretário Pedro Cassador. Só que o que os dois varões estão mais interessados é traçarem todas as mulheres que cruzam o portão da bela casa - sendo, claro, que o filé fica com o patrão, que faz pose de galã de novela irresistível. E são muitas as beldades que procuram os ardentes serviços do moço, como Sonia Garcia, Lourênia Machado, Sula di Paula e Dalma. Mas a que rouba o coração - porque o corpo ele jamais nega para suas freguesas - de Siebert mesmo é Aldine Muller (foto), que interrompe todos os acenos de mão boba do namorado e diz em alto e bom tom que sexo só depois do casamento de véu e grinalda. Mal sabe ele que quanto mais se envolve com a moça, mais sua ardente agenda de trabalho correrá risco de secar. O Artesão de Mulheres é uma tipica pornochanchada, dessas que cineastas como Carlos Imperial, Carlo Mossy - não o produtor, mas o diretor, com exceção do estupendo O Ódio (1977) - e Roberto Mauro fizeram e que giram totalmente às voltas de situações de sexo. Ou seja, tudo acontece para que uma fila de mulheres tire a roupa e galãs nem sempre tão galãs e mocinhas nem sempre tão mocinhas rocem de forma mais pudica nos anos 70 e mais apimentada nos 80. Só que aqui, ainda que Thomé tenha contado com as presenças sempre interessantes de Aldine e de Sônia Garcia, tem outras tantas mulheres que estão alí mesmo só para bater ponto no tira e veste - com direito a olhar para a câmera sem querer e despistar revirando o olho rapidamente. O filme ainda tenta o entrecho cômico com o personagem de Pedro Cassador, sempre atrapalhado em suas conquistas amorosas, mas a graça ficou só mesmo na intenção. O Artesão de Mulheres é bobinho bobinho e é ainda representante de fase mais pudica, sem direito a nu frontal e só mostrando mesmo bunda, coxas, e, claro, muitos peitinhos - o que deve ter feito a festa de muito marmanjo no escurinho do cinema do centrão das capitais da época. Mas é só.
Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

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