segunda-feira, 30 de agosto de 2010

longas brasileiros em 2010 (198)


Filmes brasileiros assistidos e revistos em 2010 no cinema, no DVD e na televisão.
(em 2009 - 315 filmes)

198 - Loucuras... (1979), de Carlos Imperial +

obs.: não consegui imagem do filme

A abertura já avisa que esse Loucuras... se trata de mais uma porralouquice de Carlos Imperial. E a graça que tenta fazer desde os créditos deve ter ficado em algum lugar desse roteiro que ele mesmo assinou, mas que em quase momento algum dá as caras no que se vê na tela. Aliás, o diretor gasta quase dez minutos apresentando os personagens do filme no início e agradecendo aos atores no final, e quando essa longa apresentação desfila pela tela já se instala incômodo sorrateiro e a gente cafifa cá com nossos botões: com tanta perda de tempo será que esse filme tem algo a dizer? Loucuras... poderia até ser formado por dois episódios separados, ainda que a espinha dorsal esteja lá, a funerária Kung Fu, onde os funcionários, na primeira parte, aprontam todas em uma noite depois que o expediente se encerra, e, na segunda, como empresa contratada para um funeral em que no velório aparece as mais estranhas figuras - Fernado Reski, com o mantra "eu não sou gay, eu não sou gay" está nos dois momentos. A primeira parte é dura de aguentar, ainda que esteja, de ponta a ponta e fazendo milagre e caras e bocas com o que tem, o talento de Hugo Bidet - para o qual o filme é dedicado postumamente por ser seu último trabalho no cinema. E tem duas deusas no elenco, Marta Moyano e Tânia Alves. A segunda metade tem um lastrozinho de interesse, pois o argumento é bom - também assinado por Imperial, além do roteiro - em que Wilza Carla é a viúva que assiste o velório do marido ser visitado por uma fauna estranhíssima, e que, de momento em momento, vai conferir com Colé quanto está a partida entre Flamengo e Botafogo. A cerimônia é em um clube, daí os personagens passam primeiro pela piscina cheia de banhistas anônimos antes de descerem escadaria quase de teatro de revista para chegar ao caixão. E aí desfilam desde vamps como Lady Francisco e uma Marivalda estonteante em plumas verdes, até comediantes como Tutuca e Ary Leite. Tem também aparição de Jô Soares como chefão mafioso chorando para morto errado, Clóvis Bornay vestido como se chegara direto de concurso de fantasia de escola de samba, e o próprio Imperial encarnando mais uma vez seu personagem Dr. Ferrão. O melhor fica com Sandra de Castro, a cunhada do morto que recebe a todos sempre às gargalhadas. Ainda assim, não dá para salvar a lavoura. Loucuras... é mais um filme que comprova que o talento que Imperial demonstrou na música, como ator - tem charme em cena - e como showman, ficou perdido quando se meteu a cineasta.

Cotações:
+ ruim
* fraco
** regular
*** bom
**** muito bom
***** ótimo

2 comentários:

  1. Pek,

    Eu não sabia que Carlos Imperial tinha dirigido um filme. Mesmo com sua crítica desfavorável, fiquei curioso em conhecer esta pérola rara.

    Bjs.

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